sábado, outubro 07, 2006

05/10/2006

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DEBATE ABERTO

Viva a Liberdade de Imprensa!

Nesta fantasia política, nosso colunista narra um discurso que poderia ter acontecido: “Quero agradecer a meus irmãos da Opus Dei. Mas quero agradecer acima de tudo aos jornalistas brasileiros, sem os quais seria impossível desconstruir esse mito da política”.

“Quero agradecer em primeiro lugar aos meus companheiros de partido de São Paulo. Foi graças a São Paulo que estamos virando o jogo. E agradecer a meus irmãos da Opus Dei que me confortaram nos piores momentos da campanha até aqui. Mas quero agradecer acima de tudo aos jornalistas brasileiros, sem os quais seria impossível desconstruir esse verdadeiro mito da política que estamos enfrentando. Parecia uma tarefa impossível. O arquétipo do “pai dos pobres” estava profundamente enraizado no imaginário popular. Mas certos preconceitos também estavam e a imprensa foi muito feliz em fazer aflorar esses preconceitos. Lembro a todos a associação dos petistas a ratos através do poder da imagem, na capa de VEJA que vocês todos conhecem (1). Vários jornalistas, trabalharam essa associação depois por escrito, com grande sucesso.(2) Foi um risco calculado, usar mesma técnica que Goebbels usou no seu filme “ O judeu eterno”, para convencer os alemães de que os judeus deveriam ser exterminados. Mesmo porque, não se trata da eliminação física dos nossos adversários ou dessa raça, como disse equivocadamente, o nosso amigo senador Bornhausen. Mas se trata, sem dúvida, de sua erradicação da política brasileira. Outra associação importante foi com o conceito de “quadrilha.” Arnaldo Jabor foi muito eficaz quando escreveu que “com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos. “ A própria palavra “petista” já está adquirindo uma conotação pejorativa. É, sem dúvida uma grande vitória na batalha pelas mentes e corações dos brasileiros... (interrupção por aplausos prolongados).

“Não importa se no final dos inquéritos em curso, não ficar provada corrupção no governo, ou que o dinheiro do mensalão não veio dos cofres do Estado, ou que a maioria dos esquemas de corrupção começou no governo anterior. Os jornalistas brasileiros agiram bem ao ignorarem formalismos como o da presunção da inocência ou o do direito à auto- imagem. E mais ainda ao cunharem a expressão “mensaleiro” que estigmatiza por igual toda uma categoria de políticos, independente do grau ou tipo de envolvimento de cada um. Foi através de abordagens corajosas como essas, ignorando a superada ética jornalística liberal, que conseguimos inculcar em grande parte do eleitorado a idéia da quadrilha (3) (aplausos).

“Da mesma forma, com a expressão “Nosso guia”, a imprensa conseguiu associar sutilmente a figura desse falso “pai dos pobres” à dos ditadores comunistas, Stalin, Mao e Enver Hoxa. (4) Com isso personalizamos a idéia geral , que já havíamos conseguido disseminar antes, de que essa gente é autoritária por natureza . Também conseguimos convencer boa parte do eleitorado de que esse “pai dos pobres”, não tem educação nem cultura, é um ignorante.E não foi fácil, dada a propensão do povo de respeitar as autoridades. Muitos jornalistas contribuíram para isso e todos eles eu agradeço.(5) A idéia de que se trata de um ignorante pegou fundo e hoje é encampada inclusive por intelectuais, como o dramaturgo Lauro Cezar Muniz que em declaração de grande destaque na Folha Ilustrada, explicou como “ a falta de escolaridade impede a pessoa de entrar em contato com a lógica” e que por isso nosso adversário “não tem clareza para governar o Brasil.”(6)

“A imprensa estrangeira também ajudou. Quero lembrar a vocês o artigo do New York Times sugerindo que o mito é um alcoólatra. A primeira reação do povo foi repudiar o jornalista americano, por aquele motivo que já mencionei, o respeito à autoridade, ainda mais quando atacada por um estrangeiro. Mas graças ao desastrado gesto de sua expulsão e posterior ajuda de alguns de nossos mais brilhantes jornalistas, conseguimos reverter esse quadro e hoje posso assegurar a vocês, são muitos os brasileiros que acreditam na tese do alcoolismo. Agradeço em especial ao diretor da sucursal da Folha em Brasília , que através de pesquisa cuidadosa nos mostrou que o alcoolismo está no DNA da família Silva. (7) Finalmente quero mencionar o brilhantismo com que alguns jornalistas trabalharem a delicada idéia de esse pai dos pobres e os petistas em geral são tipos patológicos. VEJA foi pioneira ao dizer que “Lula tem dificuldades patológicas em compreender o que lhe pertence e o que pertence e ao Estado.” (8) E Diogo Mainardi, comparou Lula ao Papa Léguas, “uma besta primária, um oportunista microcéfalo perfeitamente adaptado ao seu meio, que sabe apenas fugir das ciladas preparadas pelo coiote.” (9) Quero mencionar, em especial o artigo de José Neumanne Pinto: “Freud, Lombroso e Jung no Planalto”, publicado às vésperas da eleição, no jornal mais importante do país, O Estado de S.Paulo.10 Hoje, como vocês sabem, há um retorno ao paradigma genético, portanto ao modelo lombrosiano. Meus irmãos da Opus Dei, a propósito, nunca abandonaram a abordagem lombrosiana. O artigo de Neumanne foi tão importante, que o colocamos no nosso site. Enfim, sei que deixei de mencionar dezenas de jornalistas que também contribuíram para o combate ao mito. A todos agradeço de coração. E os conclamo a continuar a lauta.O mito foi duramente atingido, mas ainda não morreu. Nossa tarefa é destruí-lo. (aplausos prolongados, gritos de Viva a Liberdade de Imprensa, Viva São Paulo.)

- Fim do discurso de agradecimentos.

(1) VEJA, 25/05/2005.
(2) Entre eles, André Petry em VEJA, de 24/06/06( “ De ratos e homens”) .e Rubens Alves na Folha de S. Paulo, de 18/04/2006 (“ Os ratos e os elefantes”)
(3) O Código de ética dos jornalistas brasileiros, aprovado em congresso nacional da categoria e em vigor desde 1987, diz nos seus artigos 14 e 15: Art. 14. O jornalista deve: a) Ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, todas as pessoas objeto de acusações não comprovadas, feitas por terceiros e não suficientemente demonstradas ou verificadas. b) Tratar com respeito a todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar. Art. 15 - O jornalista deve permitir o direito de resposta às pessoas envolvidas ou mencionadas em sua matéria, quando ficar demonstrada a existência de equívocos ou incorreções.
(4) A expressão foi repetidamente aplicada por Elio Gaspari em sua coluna e hoje já é usada por outros jornalistas.
(5) Reinaldo Azevedo chama o presidente de “analfabeto”, na epígrafe de seu site; Miriam Leitão, no O Globo, de 11/09/05, dedicou toda uma coluna à “falta de escolaridade do candidato do partido dos Trabalhadores”; e Sonia Racy, no Estadão de 19/01/06, concluiu que ao se referir ao Uruguai e Paraguai como “ nossos irmãos mais pequenos”, Lula revelou sua ignorância do vernáculo, quando a ignorância na verdade era dela, pois segundo a gramática de André Hildebrando de Afonso a expressão é correta e de uso corrente em várias regiões.
(6) Folha Ilustrada, 07/03/2006. Cezar Muniz parece ignorar que o raciocínio lógico é inerente ao cérebro humano. Até mesmo os loucos raciocinam com lógica. O que muda é o conteúdos do raciocínio, conforme se trate de um saber cientifico, ou religioso, popular, ou supersticioso.
(7) Josias de Souza, Folha de São Paulo, 16/05/04: “Alcoolismo marca três gerações dos Silva.”
(8) VEJA, 12/07/06.
(9) 28/06/06
(10) OESP, 20/09/06

Bernardo Kucinski, jornalista, é professor da Universidade de São Paulo. É autor, entre outros, de “A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro” (1996) e “As Cartas Ácidas da campanha de Lula de 1998” (2000).

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http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3339

Mendonça Fº, candidato à reeleição em Pernambuco, assina decreto que dá voto mas pode tirar mandato

A Companhia Energética de Pernambuco, Celpe, foi privatizada durante o governo Jarbas Vasconcellos. A espanhola Iberdrola comprou-a. As tarifas de energia foram à lua em Pernambuco e isso teve repercussão no ânimo do eleitor de baixa renda. Mendonça Filho, que era vice de Jarbas e assumiu o mandato por nove meses com a desincompatibilização do titular que virou senador eleito no dia 1º, tenta a reeleição em uma aliança do seu PFL com o PMDB e o PSDB. Mendoncinha, como é conhecido, é um dos melhores quadros da nova geração do PFL em todo o país. Mas pode ter enfiado os pés pelas mãos em um gesto desesperado para conter o avanço do adversário Eduardo Campos, PSB, entre os pernambucanos.

O governador do Estado, por decreto, determinou ontem, por decreto, que estão isentos de pagamento da tarifa de energia -- mesmo que se trate de um serviço de concessão pública a empresa privada -- aqueles que consumirem até 50 Megawatts por mês. É uma medida social, sem dúvida. De alcance social, não há debate sobre isso. Mas a concessionária Iberdrola precisa ir buscar o ressarcimento dessa perda, que não estava prevista em contrato, em algum lugar. E o lugar onde ela irá buscar isso é nos cofres do Estado de Pernambuco. Ou seja, o governador pernambucano, candidato à reeleição, assinou um decreto como governador que o beneficia eleitoralmente como candidato.

Advogados eleitorais que atuam junto ao Tribunal Superior Eleitoral, ouvidos pelo QuidNovi, foram unânimes: esse é um dos casos mais clássicos de abuso de poder econômico e de poder político que levam à cassação de mandato de quem for eleito -- mesmo depois da eleição. Nesse caso, o direito parece ser líquido e certo contra o governador. Problema grosso para Mendoncinha e para o PFL pernambucano.

Pensata de Cláudio Weber Abramo hoje na Folha de S. Paulo:

Os resultados das eleições de 1º de outubro deram origem a uma tipologia de comentários segundo os quais, em síntese, o brasileiro teria se entregado de vez à imoralidade.

O fato de a maioria do eleitorado acreditar (certa ou erradamente, não importa) que o presidente Lula tenha tido conhecimento prévio dos malfeitos praticados por altos dirigentes de seu partido e, mesmo assim, ter-lhe dedicado quase 50% dos votos, é visto por determinados observadores como o fim dos tempos.

Entre os brasileiros, recairia sobre os paulistas dose alentada de culpa por essa pretensa decadência de costumes, por terem conduzido ou reconduzido ao Parlamento indivíduos como o sr. Paulo Maluf e uma quantidade não-regulamentar de mensaleiros e outros implicados em crimes diversos.

Trata-se, tudo isso, de moralismo temperado de desinformação, não sem boa parcela de hipocrisia.

Querem esses comentaristas impingir a noção de que julgamentos de natureza moral teriam precedência sobre quaisquer outras circunstâncias nas decisões materiais, como é a decisão do voto.

Acontece que o que entra em jogo nas decisões materiais são principalmente considerações de natureza material. Para os 70% de eleitores de Pernambuco ou da Bahia que votaram em Lula, o que conta é que os R$ 60 do Bolsa Família fazem diferença concreta em suas vidas. Os números mostram isso objetivamente. O nível de consumo subiu nessas populações.

É claro que R$ 60 não são nada para o autor das presentes maltraçadas, para o eventual leitor ou para aqueles que se comprazem em condenar moralmente o sujeito miserável para quem esse dinheiro faz diferença.

O trágico nisso é que esses Torquemadas chorosos não têm noção do fato de que a vida desses miseráveis muda, sim, radicalmente por conta de miseráveis R$ 60 por mês.

Nunca foi tão verdadeira a máxima segundo a qual a pior colonização acontece na cabeça. No caso, se trata de uma colonização de classe social. Para eles, a miserabilidade brasileira é uma abstração, reduzindo-se a índices que lêem aqui ou ali. Comportam-se como freqüentadores de shopping center, convictos de que no Brasil só é pobre quem quer.

São também hipócritas, porque, sem a menor sombra de dúvida, em suas trajetórias profissionais terá havido ocasião de terem relegado a segundo plano algum julgamento moral que formaram a respeito de subordinados, superiores hierárquicos ou patrões.

Lastimam-se essas freiras do pensamento pequeno-burguês pelo futuro moral do Brasil devido ao fato de os alagoanos terem eleito o sr. Collor de Mello para o Senado. Esquecem-se de que Collor é o sátrapa local das comunicações (rede de rádio, TV, jornal diário) e que Alagoas é o fim da picada, um estado dominado pelo que há de pior entre as oligarquias rurais nordestinas. Queriam esses moralistas lacrimejantes que o alagoano analfabeto raciocinasse como Afonso Arinos?

E quanto a Maluf? Foi de fato eleito deputado federal por São Paulo. Mas foram “os paulistas” que elegeram esse senhor? Teriam “os paulistas” mergulhado de cabeça no “rouba mas faz” por causa disso e por causa de mensaleiros diversos reconduzidos à Câmara? (Quanto aos sanguessugas os patrulheiros da moral rasa se calam, sem dúvida porque o fato de terem sido rejeitados nas urnas desmente seu diagnóstico.)

Os eleitores que votaram em Maluf foram pouco menos de 740 mil num colégio eleitoral de 28 milhões, dos quais 23,77 milhões votaram para a Câmara Federal. E quem são os eleitores típicos do sr. Maluf? Formam uma direita boçal cuja preocupação fundamental na vida é saber se a rua em que moram será protegida por cancela e seguranças. Sem dúvida, esses também condenam a corrupção, mas vêem em Maluf uma resposta para seus anseios. E eles são só 740 mil, não são 24 milhões. (Celso Pitta, que segundo a teoria da decadência moral deveria ter sido eleito, recebeu 7.484 votos.)

Por fim, os mensaleiros. Entre eleitos e não eleitos, eles somaram 524.077 votos. A quem se devem esses votos?

Devem-se à imprensa. Foi a imprensa brasileira que comprou a história da Carochinha de que o propinoduto gerenciado pelos dirigentes do PT tinha finalidade eleitoral.

Muitos dos comentaristas que hoje se lastimam pela eleição de mensaleiros estiveram entre os que mais valentemente compraram a ficção do caixa dois eleitoral e que promoveram a inútil discussão travada durante meses, no ano passado, sobre financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais.

Apesar de ser absurdo dizer-se que um modelo de financiamento eleitoral, qualquer que fosse, teria alguma espécie de efeito sobre o fato de uns indivíduos receberem propina num esquema de corrupção, foi exatamente isso o que uma quantidade extraordinária de formadores de opinião comprou e vendeu em 2005. Com isso, absolveram moralmente os mensaleiros.
Esse filho é deles.

http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

Roseana Sarney no banco dos réus

Por Tales Faria, no InformeJB

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), é chamado no Congresso de Alemão, em referência à postura dura, quase prussiana, com que trata das articulações políticas. Ultimamente, Bornhausen tem sido até mais flexível, mas agora voltou ao velho estilo. Ficou muito irritado com a declaração da senadora Roseana Sarney, candidata ao governo do Maranhão pelo PFL, de que apoiará a reeleição do presidente Lula neste segundo turno, contra o tucano Geraldo Ackmin. Procurado pela coluna, em Santa Catarina, Bornhausen declarou:

- O PFL está formalmente coligado ao PSDB na disputa presidencial. Apoiar o candidato do partido contrário, o PT, é um gesto que colide com a legislação eleitoral e o estatuto do partido.

O presidente do PFL promete não fugir da encrenca nem render-se, de imediato, à força de Roseana Sarney no partido. Disse que está convocando uma reunião da Executiva Nacional da legenda, para o dia 17, a fim de discutir o futuro de Roseana. Pela legislação, a direção partidária tem autoridade até para expulsar a senadora, o que inviabilizaria sua candidatura no Maranhão. Bornhausen não se alonga sobre o assunto, nem adianta qual deverá ser a decisão da Executiva. Mas diz qual é sua posição pessoal:

- Eu acho grave esse anúncio de que apoiará um candidato que concorre contra a nossa chapa. Na minha opinião, é caso de punição. E, como presidente do partido, me cabe convocar a Executiva, a quem cabe uma decisão final. É o que tenho a dizer, por enquanto.(...)

http://www.quidnovi.com.br/fm_noticia.php?id=573

DataFolha crava Lula com 54% das intenções de voto e Alckmin com 46%. PSDB esperava outro resultado

por Luís Costa Pinto

O maior trunfo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de reeleição é o seu governo. O maior problema, seu partido. A primeira pesquisa aberta divulgada pela mídia, o DataFolha da noite do dia 6 de outubro concedendo a Lula 54% das intenções de vonto contra 46% de Geraldo Alckmin, prova isso. Em uma das questões respondidas pelos 5.100 entrevistados o instituto perguntava sobre a avaliação de governo. Ele é considerado ótimo ou bom por 49% e regular por 33%. Em 1998, quando foi reeleito, o então presidente Fernando Henrique Cardoso detinha uma avaiação de "ótimo ou bom" de seu governo oscilando entre 37% e 39%.

Os números que saem das planilhas do DataFolha autorizam a análise: Lula tem de fazer tudo para conservar o debate político na esfera gerencial, pois estatísticas e números absolutos provam que a sua administração é melhor do que os oito anos de gestão do PSDB na Presidência -- ao menos, é assim que as coisas são vistas pela maioria esmagadora dos eleitores brasileiros. E o presidente fará tudo para conservar a campanha nesse rumo. Precisa, contudo, estabelecer um armistício com o adversário.

No PSDB o clima não é dos melhores. Internamente, esperava-se que os índices de intenção de voto de um e de outro fossem mais próximos do que o flagrante estabelecido pelo DataFolha. Não deu. Foi por isso que Geraldo Alckmin determinou o cancelamento da agenda de campanha e passou a se concentrar no exercício técnico para o debate de domingo na TV Bandeirantes. Ele irá para o "tudo ou nada" com o presidente atraindo o rival para debater questões éticas. Só resta essa saída a Geraldo Alckmin. A missão que ele terá de desempenhar é a de desconstruir a imagem do presidente perante um país que está dividido, mas que ainda parece estar disposto a cair nos braços de um líder carismático.

http://www.quidnovi.com.br/fm_noticia.php?id=571

EM FOGO BRANDO


A origem do dinheiro do dossiê e os detalhes da ligação dos tucanos com os Vedoin só depois do segundo turno


Por Leandro Fortes

O mistério sobre a participação do empresário paulista Abel Pereira e do ex-ministro da Saúde Barjas Negri, do PSDB, na máfia das ambulâncias deverá repousar, até o fim da campanha eleitoral de segundo turno, na mesma vala comum da investigação sobre a origem do dinheiro para a compra do dossiê anti-Serra. No Congresso Nacional, a CPI dos Sanguessugas patina na falta de informações, mas tenta correr, solitária, atrás das informações sobre o conteúdo da papelada. Um relatório encaminhado ao Ministério da Justiça, pela Polícia Federal, na semana passada, evidenciou a incapacidade de descobrir, até o fim do mês, de onde veio o equivalente a 1,7 milhão de reais apreendido em um hotel de São Paulo, em 15 de setembro, nas mãos dos petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha.








J.F.Diorio/AE
Vítima.
Não há nada contra Freud Godoy
Nas informações passadas ao Ministério da Justiça, a PF alega que, apesar da ansiedade geral sobre a origem do dinheiro, as investigações estão engessadas pelas circunstâncias. O delegado Diógenes Curado Filho, de Cuiabá, presidente do inquérito do dossiê, esperava resolver o caso com tranqüilidade, caso a eleição presidencial fosse definida no primeiro turno. Com a nova campanha eleitoral nas ruas, e sob pressão das candidaturas do PT e do PSDB, ele mandou avisar ser inviável apresentar uma conclusão até 29 de outubro, dia da eleição.

Segundo informações da PF, é necessário investigar pelo menos dez corretoras ligadas ao Banco Sofisa, de São Paulo, responsável pela transferência de 110 mil dos 248 mil dólares apreendidos com outro 1,16 milhão de reais no Hotel Ibis. Além da dificuldade de conseguir a colaboração espontânea dessas instituições financeiras, todas protegidas pelo sigilo bancário, prevê-se ainda mais morosidade por conta do envolvimento de doleiros.

De acordo com a PF, o processo é naturalmente demorado porque, a cada descoberta, é necessário conseguir autorizações judiciais para quebras de sigilos dos envolvidos. Há, ainda, o perigo de, ao investigar as contas dos doleiros, se colocar no olho do furacão pessoas que nada têm a ver com a origem do dinheiro usado para a compra do dossiê. Teme-se, por exemplo, o surgimento de nomes de parlamentares ligados ao PT ou ao PSDB, o que daria combustível para a fogueira eleitoral. O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, receia, com isso, especulações sobre a utilização política da corporação.

Outro complicador é a dificuldade de rastrear as notas de reais encontradas pela polícia. O Banco Central informou à PF não fazer o registro dos números de séries das cédulas emitidas no País. Por isso, segundo o relatório dos policiais, a origem do dinheiro do dossiê só será anunciada antes do fim do segundo turno se os investigadores, num golpe de sorte, descobrirem alguma resposta na papelada de movimentação financeira das corretoras. Ou se os principais envolvidos decidirem falar.

O principal deles é o engenheiro Hamilton Lacerda, ex-chefe da Comunicação Social do comitê de campanha do senador Aloizio Mercadante, do PT, candidato derrotado ao governo de São Paulo. Mas a PF reconhece ser pouco provável que os envolvidos falem alguma coisa agora, principalmente porque estão orientados pelos advogados a permanecer em silêncio. Por isso, vai continuar no rastro do dinheiro.

A PF quer saber, ainda, por que o nome de Freud Godoy, ex-assessor do Palácio do Planalto, foi envolvido na trama por Gedimar Passos. As investigações apontam para uma total falta de indícios do envolvimento de Godoy na compra do dossiê anti-Serra. Também o procurador da República Mário Lúcio Avelar, que pediu duas vezes a prisão temporária do ex-assessor, está convencido da inocência dele. A perícia nos celulares de Passos revelou telefonemas entre ele e Godoy, mas todos os contatos foram feitos em agosto. Naquele mês, a empresa da mulher do ex-assessor prestou serviços de varredura telefônica no comitê de reeleição de Lula e na sede do diretório nacional do PT, em Brasília.








Jonne Roriz/AE
Avelar.
Recuo após excessos no caso
A atuação do procurador Mário Lúcio Avelar também é vista com reservas, tanto pelo governo como pela Polícia Federal. Ele é identificado como militante da “ala tucana” no Ministério Público, da mesma maneira que, no passado, o procurador Luiz Francisco de Souza, de Brasília, era apontado como cabeça da “ala petista” dentro da instituição. A direção do comitê de Lula chegou a entrar com uma representação contra Avelar, a quem acusa de “atuação partidária” a favor do PSDB.

Na CPI dos Sanguessugas, foi nomeada uma comissão para tentar descobrir, em Mato Grosso, se outra informação do delegado Edmilson Bruno é verdadeira. Depois de afastado das investigações, Bruno afirmou que a papelada divulgada pela PF era, na verdade, um minidossiê. A peça inteira teria cerca de 2 mil páginas. O grupo é formado pelos deputados Júlio Delgado (PSB-MG), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Carlos Sampaio (PSDB-SP). A viagem deles a Cuiabá está prevista para o início desta semana. Eles querem conversar com o procurador Mário Lúcio Avelar, o delegado Diógenes Curado Filho, o juiz federal do caso, Jéferson Schneider, e com Luiz Antonio Vedoin. “O que existe na CPI é insuficiente para esclarecer o conteúdo do dossiê”, diz Vanessa Grazziotin.

De fato, tudo o que a CPI tem é um envelope conseguido pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), no qual constam recibos, cheques e o DVD do evento de entrega de ambulâncias, em que o governador eleito de São Paulo, José Serra, do PSDB, aparece ao lado de parlamentares ligados à máfia dos Vedoin. Um papel, no entanto, ainda precisa ser analisado. Nele, Luiz Antônio Vedoin escreveu, à mão, uma lista de prefeituras beneficiadas pelo esquema e registrou nas margens um porcentual de 6,5%. Seria, supostamente, a comissão cabida ao empresário paulista Abel Pereira, da Cicat, ligado ao ex-ministro da Saúde Barjas Negri, do PSDB. Atual prefeito de Piracicaba, Negri sucedeu a José Serra na Saúde.








Christiano Diehl Neto/AAN/AE
Abel Pereira.
Há indícios de que ele negociava, em nome do PSDB, o silêncio dos Vedoin
O problema é que o Congresso Nacional, em clima de fim de legislatura, tem pouco tempo, e disposição, para tocar os trabalhos da CPI. O presidente da comissão, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), e o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO), não foram reeleitos. Para piorar, o feriado de 12 de outubro, na quinta-feira, deverá provocar um esvaziamento geral do Parlamento. “Pode ser que o governo não queira esclarecer tudo agora, mas nós vamos investigar”, avisa o deputado Júlio Delgado. “O que temos na comissão é absolutamente superficial”, diz o parlamentar.

Ao mesmo tempo, a Polícia Federal abriu um processo de sindicância para apurar a participação do delegado Edmilson Bruno no vazamento das fotos do dinheiro apreendido com os petistas. Bruno participou da apreensão como delegado plantonista, mas, afastado da investigação, infiltrou-se ilegalmente no laboratório de perícia e registrou as imagens dos dólares e reais. Em seguida, distribuiu as fotografias para jornalistas na calçada em frente à Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo. A direção geral suspeita que o delegado tenha recebido dinheiro. Caso isso seja comprovado, ele poderá ser processado criminalmente e expulso da corporação. Na semana passada, ele entrou de licença médica.

Para Francisco Garisto, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Edmilson Bruno agiu como franco-atirador, mas não recebeu dinheiro algum. Segundo ele, o delegado tomou para si a responsabilidade de dar continuidade a um expediente comum a todas as apreensões de valores feitas pela PF. “Todo dinheiro apreendido sempre foi mostrado”, alega Garisto. Ele lembra que, em obediência às normas do inquérito, o dinheiro foi fotografado no ato de apreensão. Ou seja, as imagens foram registradas antes da ação do delegado Bruno. Para o presidente da Fenapef, a sindicância deveria ser feita para descobrir quem deu a ordem para esconder as imagens, e quem a obedeceu. “O melhor seria que os candidatos, tanto do PT como do PSDB, deixassem a Polícia Federal em paz”, afirma.

http://www.cartacapital.com.br/index.php?funcao=exibirMateria&id_materia=5433

Uma denúncia vazia

Os tucanos estão protestando contra o crédito suplementar de R$ 1,5 bilhão editado esta semana pelo governo Lula. Dizem que é "eleitoreiro" fazer isso entre o primeiro e o segundo turno.

Pois é, gente, sabe o que aconteceu em outubro de 2002, entre o primeiro e o segundo turno? O governo Fernando Henrique liberou crédito suplementar de R$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 2 bilhões corrigidos) no dia 9 de outubro.

O pior de tudo isso é que é uma praxe dos governos, de outubro a dezembro, liberar créditos suplementares. Abaixo você lera uma lista de liberações ocorridas de 1999 até 2006, todas elas retiradas da republicana página do Ministério do Planejamento, na internet.

Eu não tive tempo de pesquisar, mas é provável que os petistas tenham protestado no passado. Não sei se chegaram ao ponto de recorrer aos tribunais. A única coisa que eu não entendo é porque os políticos insistem em criminalizar atividades governamentais rotineiras. Será que a luta política, será que a paixão, justificam uma briga que não pretende deixar nenhuma instituição de pé?

1) Por que os senhores políticos insistem em enxovalhar-se a si próprios?
2) Por que os senhores políticos insistem em passar a imagem à população de que só fazem sujeiras e trapaças?

GOVERNO FAZ NOVA AMPLIAÇÃO NO LIMITE DE GASTOS DOS MINISTÉRIOS - 09/10/2002

O Secretário de Orçamento Federal, Hélio Tollini, e o Secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, anunciaram a edição de novo decreto ampliando em R$ 1,577 bilhão os limites de pagamento dos órgãos do Poder Executivo e em R$ 20, 7 milhões para os demais Poderes.

GOVERNO AMPLIA ORÇAMENTO EM R$ 640 MILHÕES - 09/10/2001

O governo publica hoje, (09.10) no Diário Oficial da União, decreto autorizando a liberação de R$ 640 milhões destinados a diversos órgãos do Poder Executivo. A ampliação foi possível porque o resultado fiscal acumulado até agosto e as projeções até o final do ano, indicam claramente o cumprimento da meta de superávit estabelecida na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2001.

GOVERNO AMPLIA EM R$ 3 BILHÕES O LIMITE AO ORÇAMENTO 2000 - 16/11/2000

A Comissão de Controle e Gestão Fiscal - CCF, presidida pelos Secretários Executivos do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias, e do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, decidiu pela ampliação em R$ 3,120 bilhões dos limites para movimentação e empenho das dotações orçamentárias de Custeio e Investimento do Orçamento 2000, para os órgãos do Poder Executivo, estabelecidos no Decreto nº 3.473 de 18 de maio de 2000.

GOVERNO AMPLIA LIMITE DO ORÇAMENTO 99 EM R$ 1 BILHÃO - 23/11/1999

O Ministério do Planejamento e Ministério da Fazenda anunciaram hoje, 23/11, a ampliação do limite para movimentação e empenho no item Custeio e Investimento do orçamento 99 em R$ 1,1 bilhão. Segundo o Secretário Executivo do Ministério do Planejamento, Guilherme Dias, essa liberação atende a uma recomendação da Comissão de Controle e Gestão Fiscal e está em "absoluta sintonia com o desempenho fiscal consolidado previsto para as contas públicas neste ano".

Se você quiser ler as notícias completas, à exceção de 1998, basta acessar a página www.planejamento.gov.br; clicar em orçamento; (abre um quadro azul) clicar em notícias; clicar no ano que você quiser (1999 a 2006); clicar na notícia.

http://oglobo.globo.com/blogs/ilimar/

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