segunda-feira, outubro 30, 2006

Federação Israelita intima Clodovil Hernandes por racismo

Plantão Publicada em 30/10/2006 às 16h29m

Alessandro Soler - O Globo

RIO - A Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj) interpela judicialmente nesta tarde o apresentador e deputado federal eleito Clodovil Hernandes (PTC-SP) por suposto crime de racismo contra judeus num programa de uma rádio carioca. Na entrevista, concedida à "Rádio Tupi", Clodovil disse que os judeus "manipularam a história do Holocausto".

- Inacreditável que um cidadão brasileiro pertencente a uma minoria discriminada em nosso país venha a público cometer crime de racismo. A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro, através de seu diretor jurídico, o estará interpelando judicialmente nas próximas horas - disse Osias Wurman, presidente da Fierj, num comunicado.

Em 2004, Clodovil foi condenado a pagar indenização por dano moral equivalente a 80 salários mínimos - cerca de R$ 20.800, na época - para a vereadora Claudete Alves da Silva Souza (PT), de São Paulo. Claudete entrou com ação ordinária na Justiça porque o estilista e apresentador de TV a chamou de "macaca de tailleur metida a besta", durante entrevista a um jornal paulista. A vereadora é negra.

No dia 17 de março de 2004, Clodovil comentou no programa "A Casa é Sua", da RedeTV, as reclamações do cantor e vereador de São Paulo Aguinaldo Timóteo (PP) sobre a presença de fiscais municipais no centro da cidade, que o impediam de vender seus CDs.

- Tem que vender disco na rua (...) Ele vai fazer o quê? Ele vai fazer o que todo crioulo faz no Brasil? Vai virar ladrão, bandido ou o quê? - disse Clodovil na época.

Por causa das declarações, Claudete entrou com uma representação contra o apresentador, no Ministério Público, por racismo. Clodovil reagiu.

- Aposto que essa vereadora é uma macaca de tailleur metida a besta - disse.

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2006/10/30/286462205.asp


30/10/2006 15:05h

CIRO GOMES: FHC PRECISA SER DESMASCARADO


O deputado eleito com a maior votação da história do Brasil, Ciro Gomes (PSB-CE), disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta segunda-feira, dia 30, que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso precisa ser desmascarado. “Esse sujeito circula pelo mundo afora desqualificando o processo político brasileiro”, disse Ciro Gomes.


Ciro Gomes disse também que um dos desafios do segundo mandato do Governo Lula vai ser promover a democratização dos meios de comunicação (aguarde o áudio). “Não temos que ter medo de avançar na questão da democratização dos meios de comunicação do Brasil”, disse Ciro Gomes.


Para Ciro Gomes, o presidente Lula deve ter um contato mais próximo com a imprensa e com os jornalistas. “O presidente Lula, de seu lado, deve falar mais com a sociedade brasileira através da mídia”, defendeu Gomes. Ele disse também que é preciso fortalecer os meios de comunicação alternativos e as cooperativas de jornalistas.


Leia a íntegra da entrevista com Ciro Gomes:


Paulo Henrique Amorim: Deputado, qual é a análise que o senhor extrai do resultado da eleição de ontem, da vitória do presidente Lula e a composição do novo mapa dos governadores em todo o país?


Ciro Gomes: Eu estou ainda bastante emocionado. É uma emoção vibrante que eu sinto em relação ao que fez o povo brasileiro nesse processo eleitoral em todas as dimensões. Quero explicar: a eleição do presidente Lula foi uma decisão lúcida do povo brasileiro porque acredito que, no processo democrático do país, do Brasil moderno, nunca um presidente foi tão agredido, tão atacado, tão insultado em coisas fundamentais como a sua própria honra pessoal, e o povo inteiro assistiu e percebeu o que estava em jogo e garantiu a vitória do Lula. O interesse nacional esteve em discussão, porque, ainda que de forma pouco explícita, havia ali duas concepções de país, a forma com que o Brasil deve ser inserido, e o povo inteiro assistiu, afirmou concretamente que o nacionalismo moderno, o compromisso nacional é o valor que tem que se segmentar no país. Em jogo, uma discussão entre elitismo, uma visão elitista do processo econômico, a visão elitista do processo produtivo, da própria sociedade brasileira e um compromisso popular genuíno. E o povo brasileiro teve clareza em afirmar, de forma esmagadora, esse interesse popular, de maneira que eu acho que quem ganhou foi esse conjunto de valores. Entretanto, o povo brasileiro não deu ao presidente Lula a vitória no primeiro turno. Isso é uma clara missão que tem que ser com muita humildade aprendida e eu creio que está sendo e foi para o presidente Lula e para todos nós que fazemos um arco de forças liberais. O brasileiro não quer que se repitam erros graves que aconteceram, o povo brasileiro precisa que nós construamos um quadro institucional e na questão da ética possa colocar as coisas nos termos corretos porque a ética não pode – e disse isso ao povo brasileiro nas eleições – o argumento oportunista que, não tendo comportamento ético, flagram falhas éticas do adversário e as manipulam inclusive com o esforço coadjuvante de uma certa imprensa que também levou uma lição preciosa do povo brasileiro, ou seja, o povo brasileiro é capaz de, de mesmo para as mediações interrompidas e manipuladas perceber inteligentemente aonde está o equilíbrio, aonde está o rumo correto. Não é só a questão da ética, que tomou relevo oportunista como disse, mas tomou relevo que não pode ser desconsiderado. É também a questão do modelo de concentração de renda, é também um crescimento medíocre que o país está vivendo, um modelo econômico que produziu coisas importantes e vamos continuar, mas é um modelo econômico também que não é satisfatório para as necessidades estratégicas de uma nação brasileira e para os potenciais que a nossa economia tem.


Paulo Henrique Amorim: E o que o senhor diria sobre a política econômica do segundo mandato? Já há, evidentemente, uma grande especulação, uma grande discussão, sobre o que significa a frase do ministro Tarso Genro quando disse: ‘Acabou a era Palocci’. O que significa isso na sua opinião? O que é acabar com a ‘era Palocci’?


Ciro Gomes: Eu acho que nós deveríamos evitar todos os adjetivos que você, Paulo Henrique, tem muita experiência e sabe que as coisas são como são para atender a interesses hegemônicos. E hoje ainda é hegemônico no Brasil, apesar de uma mudança importante, mas ainda é hegemônico no Brasil o modelo do rentismo, em que os banqueiros são os intermediadores de ganhos espetaculares para 50 ou 70 mil brasileiros bem postos com seus saldos financeiros. E o Estado nacional brasileiro ainda é o grande promotor desta perversão que nos faz muito mal, atrapalha quem produz, atrapalha quem trabalha e o estado brasileiro está longe de cumprir as mínimas tarefas de segurança pública, saúde pública, educação pública e as energias do modelo tributário brasileiro perverso. Isto é o concreto, isto é o substantivo. Eu discreto da frase do meu companheiro e amigo Tarso Genro porque acho que o presidente Lula tem que refletir serenamente, mais substantivo e menos objetivo. O que vamos fazer para corrigir o desequilíbrio do câmbio. Mais ação e nada de conversa. O que vamos fazer para corrigir as disfunções da política monetária. Ou seja, como fazer com que o objetivo estratégico do Brasil seja crescer e distribuir renda, sem adjetivo, até porque a base das contas externas, a base fiscal do país, enfim, o controle da inflação, estão postos. Então, não precisa fazer nada espetacular, é preciso ir ajustando, mas ter clareza de que o objetivo estratégico do Brasil não é apenas controlar a inflação. O objetivo estratégico do país deve ser sobremaneira, a qualquer custo, crescer. Crescer com suficiência para cobrir os ganhos de produtividade, que pararam por causa de informalidade brutal e crescer com suficiência para cobrir a chegada dos jovens ao mercado de trabalho.


Paulo Henrique Amorim: Eu gostaria que o senhor aprofundasse, se fosse possível, a questão da mídia e o governo. A questão da mídia no Brasil, na minha modestíssima opinião não é apenas o fato de que a mídia no Brasil é uma mídia de oposição maciçamente, com exceções honrosas, como por exemplo a da Carta Capital, mas é também uma mídia que age no processo político e agiu no processo político. E a mídia, na minha opinião, tem se comportando como uma ameaça ao funcionamento do sistema democrático no Brasil. Como o presidente Lula deve reagir diante desse quadro que se agravou no primeiro mandato dele?


Ciro Gomes: Eu acho que entre outras lições importante que o presidente Lula muita seguramente – eu converso com ele com certa freqüência – é a questão da conciliação do país depois desse processo eleitoral. Não pode ser uma conciliação oportunista e que não faça avançar os bons costumes democráticos que nós estamos vivenciando no país. Um dos pontos dessa conciliação de mérito é tratar essa questão do comportamento democrata de outros setores da nossa mídia. E interferiu certamente com desequilíbrio no processo político-eleitoral, a democracia moderna de massas precisa de uma imprensa plural, se não houver uma imprensa plural há uma distorção grave, perigosa, desqualificadora mesmo do processo democrático. Como eu penso, assim como você disse, eu penso, não estou falando o presidente Lula, jamais que arvoraria nisso, eu penso que o presidente Lula de seu lado deve diretamente conversar com a sociedade brasileira através da mídia. Falar mais com a imprensa, se submeter mais ao crivo, ao escrutínio, à crítica, que se vulgarize, na melhor acepção que esse termo possa ter, a relação do presidente da República, da Presidência da República, com a mídia. Que não seja uma relação puramente espetaculosa, escandalosa, oportunista, inconveniente não aos processos plurais que nós estamos defendendo. De outro lado, nós precisamos ter clareza de que não temos que ter medo que, assim como na economia – menos adjetivo, mais substantivo –, de avançar numa questão substantiva que é a questão da democratização dos meios de comunicação no Brasil. Acho isso com clareza, agora sou mandatário, com um conjunto da sociedade brasileira que se reúne aqui no Ceará, e eu vou participar desse debate. Quando a gente discute democratização dos meios de comunicação, os que têm o monopólio disso vão sempre inventar que isso é autoritário, vão sempre querer desqualificar que isso é controle. Não é. É preciso incentivar dramaticamente os meios de comunicação alternativos, fortalecer cooperativa de jornalistas, financiar e, nisso, conceder canais de televisão, e discutir isso depois das eleições. Na América do Norte não é menos democrática porque as grandes redes de televisão lá são reguladas para não ficar 24 horas no ar. A produção regional no Brasil é uma imposição da questão federativa, da diversidade cultural que está sendo pasteurizada. O vanguardismo cultural precisa ter espaço. Isso tem que ser discutido abertamente, sem preconceito, mas também sem medo. Precisamos conversar com o povo. De boa fé, com clareza, com profundo senso democrático e avançar par ao futuro.


Paulo Henrique Amorim: O que o senhor acha que será o papel do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e como ele vai se inserir nesse debate público do segundo mandato do presidente Lula?


Ciro Gomes: Esse cidadão tem que ser desmascarado. Ele inclusive tem feito coisas absolutamente absurdas, que é circular pelo mundo afora desqualificando o processo político brasileiro. Um homem que dobrou a dívida pública brasileira em oito anos. Que aumentou em 11 pontos percentuais a carga tributária, um homem que privatizou U$S 100 bilhões em oito anos, um homem que destruiu a infra-estrutura do país, um homem que internacionalizou, criando o passivo externo que quebrou o Brasil três vezes, um homem que manipulou o câmbio, inclusive com ingerência do Fundo Monetário Internacional obtida pelo senhor Bill Clinton, e eu conheço detalhes da história, um homem desses tem que ser desmascarado, se recolher ao recato que nunca se recolheu da tradição brasileira do ex-presidente.

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/397501-398000/397680/397680_1.html


30/10/2006 15:26h


O PSDB É SÃO PAULO


Máximas e mínimas 3

Paulo Henrique Amorim

. Por sugestão de um amigo ex-trotskista, calculei quantos deputados de São Paulo comporão a nova bancada do PSDB na Câmara Federal. A bancada do PSDB é de 66 deputados. Desses, 18 foram eleitos em São Paulo.
. Quer dizer, um terço do PSDB é São Paulo.
. Tem alguma coisa errada com o PSDB.
. Ou com o Brasil...


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30/10/2006 11:40h


A VITÓRIA DE LULA FOI IDEOLÓGICA


Máximas e mínimas 2


Paulo Henrique Amorim


. A vitória de Lula foi uma vitória ideológica. Assim como muita gente tem medo de usar a palavra “impeachment” quando quer o “impeachment”, muita gente está com medo de usar a palavra “ideologia”, que também começa com “i” e nele se pode botar um pingo.


. Pela primeira vez na historia do ciclo “pós militar”, a ideologia trabalhista venceu a ideologia conservadora de forma clara e, como diz o New York Times, de forma “esmagadora” (como é chic citar o New York Times...).


. Lula chega ao segundo mandato muito mais forte do que chegou ao primeiro.


. E chega com uma vitória claramente pela esquerda: com a opção preferencial pelos pobres.
(Não fosse ele um bom católico).


. No segundo turno, Lula levou a discussão para a esquerda e empunhou uma bandeira típica da esquerda brasileira, do getulismo, do brizolismo: a do combate à privatização.


. Como diria a professora Marilena Chauí, Lula se lembrou que é de esquerda.


. Na batalha universal entre trabalhistas e conservadores – e essa é uma mudança na qualidade da política brasileira – e mudança para melhor – na batalha universal entre direita e esquerda, ganhou a esquerda.


. E FHC, se calçasse as sandálias da humildade, deveria ir pra casa e perguntar: como é que eu faço para o meu “pólo de poder” se aproximar do povo?


. O PSDB se tornou um fenômeno paulista.


. O PSDB de São Paulo está isolado ideologicamente. E geograficamente.


. São Paulo precisa voltar para dentro do Brasil.


. O PSDB não existe no Rio nem no Nordeste.


. O PSDB precisa voltar a entender de Brasil, fora de São Paulo.


. Aécio Neves não é o PSDB de São Paulo. Ele sabe que se cair na armadilha da UDN de São Paulo, não chega a Presidente nunca.


. Yeda Crusius não tem saída: ou ela se entende com o Governo Lula, ou o Rio Grande do Sul não sai da crise econômica. E ela faz um Governo igual ao de Rigotto, que nem foi para o segundo turno.


. Ou o PSDB entende que os freqüentadores da Praça Buenos Aires não são o povo brasileiro ou vai virar o PFDB, como diz o Maurício Dias, e não passa dos 39%.


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30/10/2006 09:51h

LULA NÃO DEU ENTREVISTA AO FANTÁSTICO

Máximas e mínimas, 1

Paulo Henrique Amorim

. Ao proclamar o vencedor, o ministro Marco Aurélio de Mello não disse que Lula ganhou. Mas, sim, que diante dos votos a contar, Alckmin não podia mais ganhar.

. Numa entrevista exibida pela Rede Record, FHC, no dia da eleição, disse que o PSDB tinha se tornado “um pólo de poder”. Sabendo-se que Lula bateu Alckmin pelo mesmo placar com que goleou Serra em 2002, pergunta-se: esse pólo tem poder sobre o quê?

. Dá para nomear o embaixador em Bagdá?

. FHC disse ontem também: “Governabilidade é problema de quem foi eleito” – começou...

. Dos 27 governadores eleitos, 16 apóiam Lula. O “pólo de poder” dirigido por FHC tem 11.

. Na entrevista coletiva, Lula fez questão de agradecer a presença do Governador Marcelo Miranda, do PMDB de Tocantins.

. Quem serão os interlocutores do candidato a Presidente José Serra? O PSDB elegeu os governadores de Minas (que têm os mesmos objetivos que ele), Rio Grande do Sul, Alagoas, Paraíba e de Roraima.

. Quando vai aparecer o primeiro dossiê contra Aécio?

. Onde andará o delegado Bruno?

. Qual será o tratamento que os jornais de São Paulo darão a Aécio?

. Os debates nas emissoras de tevê servem para quê?

. No Rio, ganhou Garotinho e perdeu César Maia.

. A eleição de Lula no segundo turno jogou no lixo as teses racistas do tipo “Lula só ganha no Nordeste”; “Só pobre vota em Lula”; “Negro é que vota em Lula”; “Quem vota em Lula é analfabeto”; “Lula só ganha porque fez o Bolsa Familia”.

. Em 2002, imediatamente após saber que tinha sido eleito, Lula deu uma entrevista a Pedro Bial, no Fantástico. Ontem, a primeira pergunta de uma entrevista coletiva coube ao repórter Celso Teixeira, da TV Record.

. À Globo coube a mais longa pergunta da historia do jornalismo contemporâneo.

. Em 2002, na segunda-feira após a eleição, Lula “co-ancorou” o Jornal Nacional com Fátima Bernardes e William Bonner. E hoje?

. Alckmin diz que não vai contestar a vitória de Lula na Justiça. Contestar como?

. A partir de hoje, segunda, dia 30, começa a tentativa de desestabilização via “risco-país”. Tarso Genro acabou de anunciar o óbvio, aquilo mesmo que Alckmin pregava: ênfase no crescimento e, portanto, fim da “era Palocci”. É por aí, porém, que vai começar a batalha da oposição para desacreditar a política econômica do segundo mandato. Depois do “dólar Lula”, que a Goldman Sachs criou em 2002, começa a nascer o “dólar Genro”. Mesmo depois de Lula dizer na coletiva que a política econômica continuará a ser de “austeridade”.

. Quando se fala em fim das oligarquias no Maranhão e na Bahia seria bom incluir o Ceará.

. O PFL tem um “governador” – o do Distrito Federal, que, antigamente, se chamava de “prefeito”.

. Quando interrompeu o Jornal Nacional de sábado, pouco antes de se conhecer o resultado das ultimas pesquisas, o ministro Marco Aurélio de Mello conclamou o eleitor brasileiro a exercer o supremo direito de uma democracia: votar. Será que o presidente do TSE tornou o voto no Brasil facultativo?

. “Overcoming a series of corruption and political scandals that tarred his image and undermined his credibility, President Luiz Inácio Lula da Silva of Brazil won a landslide re-election victory in a runoff vote on Sunday”. É assim que começa a reportagem do correspondente do New York Times no Brasil, Larry Rohter. Poderia ter dito inclusive “...superando também a acusação de beber demais ...” (Em tempo: “landslide” significa “esmagadora”, “vitória esmagadora” – palavra que não se viu na “imprensa pátria” - como diria o ministro Marco Aurélio de Mello).

. Quando se fala em “dossiê contra os tucanos” seria bom explicar por que é “contra os tucanos”.

. Diz-se que Lula não tem candidato à sucessão, porque não sobrou ninguém no PT. E Jacques Wagner? E Ciro Gomes? E Eduardo Campos?

. Lula teve 58 milhões de votos. É a população da Itália.

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/397501-398000/397567/397567_1.html

29/10/2006 20:12h

VOX: 85% DOS BRASILEIROS TORCEM PARA QUE O GOVERNO LULA DÊ CERTO

Uma pesquisa realizada pelo instituto Vox Populi que será publicada nesta segunda-feira, dia 30, pela revista Carta Capital diz que 85% dos brasileiros torcem para que o governo Lula dê certo. A pesquisa ouviu mais de duas mil pessoas em mais de cem municípios brasileiros, entre os dias 23 e 24 de outubro.

O diretor-adjunto de redação da Carta Capital, Maurício Dias, disse ao Conversa Afiada que, como a pesquisa foi realizada antes da eleição (segundo turno), trata-se de um retrato da expectativa dos brasileiros sobre uma possível vitória de Lula.

Nas Urnas, Lula confirmou as pesquisas e por volta das 19h30 deste domingo, dia 29, o presidente do TSE Marco Aurélio Mello, o declarou reeleito.

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/397501-398000/397536/397536_1.html


29/10/2006 22:27h

61 x 39: ENTENDA OS NÚMEROS DA GOLEADA

Paulo Henrique Amorim

A goleada de Lula se explica da seguinte maneira:

1) Alckmin teve menos votos no segundo turno do que no primeiro: 40 milhões de votos x 37 milhões de votos.

A única vez em que isso aconteceu na política brasileira – ter menos votos no segundo turno – foi com outro tucano, candidato a prefeito de Belo Horizonte, Amílcar Martins;

2) Lula diminuiu a diferença em São Paulo: Lula subiu dez pontos percentuais; Ou seja, a eleição de José Serra no primeiro turno e a entrada de Fernando Henrique na campanha beneficiaram Lula;

3) Alckmin deu o beijo da morte no Rio. No primeiro turno, Lula ganhou de 49% a 28%. No segundo, Lula subiu vinte pontos – passou para 69%. E Alckmin passou de 28% para 30%;

4) Minas. A eleição de Aécio no primeiro turno também beneficiou Lula. No primeiro turno, Lula ganhou de 50% a 40%. No segundo, de 65% a 34%.

5) No Ceará, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, aprofundou a derrota de Alckmin. No primeiro turno, Lula ganhou de 71% a 22%. No segundo, de 83% a 17%;

6) Na Bahia, a eleição de Jacques Wagner no primeiro turno beneficiou Lula. No primeiro turno, Lula ganhou de 66% a 26%. No segundo, de 78% a 21%.

7) No Rio Grande do Sul, Lula diminuiu a diferença pró-Alckmin. No primeiro, Alckmin ganhou de 55% a 33%. No segundo, foi de 55% a 44%. Ou seja, Alckmin não se mexeu, embora Yeda Crusius tenha sido eleita;

8) No centro oeste, Lula virou o jogo. No primeiro turno, Alckmin ganhou de 51% a 38%. No segundo, Lula ganhou de 52% a 47%.

9) No Amazonas, estado do líder do PSDB, Senador Arthur Virgilio, que prometeu dar uma “surra” no Presidente Lula, no primeiro turno Lula ganhou de 78% a 12%. No segundo foi de 86% a 13%. Enquanto isso, Virgilio teve 5,5% dos votos para governador.

10)A vitória de Lula sobre Alckmin – 61% a 39% - foi igual à vitória de Lula sobre Serra, no segundo turno de 2002: 61% a 39%.

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/397501-398000/397539/397539_1.html


29/10/2006 23:42h

MAURÍCIO DIAS: “A DECEPÇÃO NÃO MATOU A ESPERANÇA”

O diretor-adjunto de redação da revista Carta Capital, Maurício Dias, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim neste domingo, dia 29, que a vitória de Lula mostra que o eleitor ainda tem esperança que o Governo Lula seja bom. A Carta Capital publica nesta segunda-feira, dia 30, uma pesquisa do instituto Vox Populi que mostra que 85% dos brasileiros querem que o Governo Lula dê certo (leia acima).

Maurício Dias disse que acredita que existe uma oposição que aposta ainda num terceiro turno. Ou seja, uma parte da oposição que vai tentar deslegitimar o Governo Lula. “Esses vão fazer parte do conjunto de 9% da sociedade, que são aqueles que torcem para que o governo não dê certo”, disse Dias.

Para Maurício Dias, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o maior representante da direita brasileira. E isso reflete no PFL que é um partido em decadência. “O PSDB é o PFL. O PFL está em franca decadência. O PSDB está ocupando o lugar do PFL, que é um partido que representa uma parcela da sociedade e está sumindo”, explicou Maurício Dias.

Segundo essa pesquisa, a geração de emprego é a prioridade para 46% dos brasileiros. 23% dos entrevistados acham que a saúde pública é a prioridade.
Aguarde a íntegra da entrevista com Maurício Dias.

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/397501-398000/397540/397540_1.html

VIVA LULA


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