segunda-feira, novembro 06, 2006

PSDB é líder em arrecadação para campanhas


Gustavo Krieger
Do Correio Braziliense


04/11/2006

11h36-O PSDB foi o campeão de arrecadação nas eleições gerais de outubro. Os tucanos quebraram uma tradição: o partido que estava no poder central sempre tinha campanhas mais abastadas. Eles arrecadaram no total R$ 203 milhões contra R$ 127 milhões do PT. Antes da legenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aparece ainda o PMDB com R$ 179 milhões e o PFL com R$ 137 milhões. Os dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não levam em conta as disputas que foram para o segundo turno em 10 estados, além da eleição presidencial. As prestações de contas desses candidatos deverão ser feitas até o dia 28 de novembro.

A farta arrecadação dos tucanos é explicada em parte pelo bom desempenho, eleitoral e financeiro, dos candidatos do partido aos governos de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves. Juntos, eles receberam R$ 45 milhões em doações. Considerando todos os aliados do governo Lula, porém, a arrecadação superou à da oposição. Foram R$ 492 milhões dos governistas contra R$ 467 milhões dos oposicionistas.

Na corrida para Câmara dos Deputados, as três campanhas mais ricas saíram do Paraná. Alfredo Kaefer (PSDB) foi o primeiro da lista e conseguiu arrecadar para sua campanha R$ 2,95 milhões em doações. Empresário de 50 anos, Kaefer é dono de uma empresa do grupo de avicultura voltado principalmente para exportação e bancou quase toda a sua campanha. Segundo dados do TSE, ao menos R$ 2,5 milhões foram doados por sua empresa ou por ele mesmo. Kaefer teve sucesso nas urnas e recebeu 158.659 votos. O custo médio do seu voto foi de R$ 18. O deputado eleito Rodrigo da Rocha Loures (PMDB), que é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), e Wilson Picler (PDT-PR), derrotado nas urnas, fizeram, respectivamente, a segunda e a terceira campanha com mais recursos do país.

Quatro das 15 campanhas mais ricas não conseguiram cumprir seu objetivo. Como a de Márcio Fortes (PSDB-RJ), que angariou R$ 2,64 milhões, mas não conseguiu uma vaga. Entre os que conseguiram a eleição, estão Walter Feldman (PSDB-SP), que obteve R$ 2,72 milhões de doações, e Carlos Roberto Massa Júnior (PPS-PR), com R$ 2,62 milhões.

Na disputa pelo Senado, os dois candidatos que obtiveram as maiores doações não foram eleitos. Teresa Jucá (PPS-RR), candidata derrotada por Roraima, conseguiu R$ 5,5 milhões. Desse total, R$ 5,1 milhões foram doados pelo empresário José Abdala Filho. Em Minas Gerais, o ex-governador Newton Cardoso (PMDB) saiu derrotado com uma campanha de R$ 4,4 milhões. Foi eleito seu adversário Eliseu Resende (PFL) com R$ 2,5 milhões. Entre os eleitos, destacam-se o ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB), que arrecadou R$ 3,5 milhões e o empresário João Vicente, do PTB do Piauí, com R$ 3,2 milhões.

FINANCIAMENTO POR PARTIDOS

Partido - Valor (R$ milhões)

PSDB - 203
PMDB - 179
PFL - 137
PT - 127
PPS - 54,3
PTB - 52,2
PDT - 48,3
PP - 46.9
PL - 37
PSB - 34,5
PV - 24,8
PCdoB - 15,7

Uma disputa bilionária

As campanhas eleitorais deste ano devem superar em pelo menos 20% (já considerada a inflação do período) as campanhas de 2002. Há quatro anos, os partidos arrecadaram um total de R$ 938 milhões (em valores corrigidos monetariamente) para as campanhas de deputados estaduais e federais, senadores e governadores. Neste ano, mesmo com dados parciais, os custos já alcançam R$ 1 bilhão. Ainda falta computar as campanhas dos candidatos aos governos nos estados onde houve segundo turno.

As campanhas que mais consumiram recursos neste ano foram as dos candidatos a deputados estaduais: R$ 383,6 milhões. Em seguida, vieram as campanhas dos candidatos a uma vaga na Câmara dos Deputados: R$ 373 milhões. Só em São Paulo, os candidatos a deputados federais arrecadaram R$ 99 milhões. As doações para os candidatos aos governos estaduais já atingiram R$ 176,8 milhões, mas podem ter um acréscimo de mais de R$ 100 milhões.

Na divisão do bolo por estados, São Paulo ficou na frente, mais uma vez, com R$ 230 milhões, seguido por Minas, com R$ 110 milhões. (LV)

http://noticias.correioweb.com.br/materias.php?id=2689281&sub=Política

/body>