domingo, abril 30, 2006

ARCANJO CONFIRMA NEGÓCIOS COM POLÍTICOS E VAI EM BUSCA DE ABSOLVIÇÃO

30/04/2006

Rubens de Souza
Redação 24 Horas News


Demorou mas aconteceu. João Arcanjo Ribeiro, acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, enfim, começou a falar o que sabe sobre o submundo dos negócios financeiros envolvendo a classe política. Em depoimento prestado na manhã deste domingo ao delegado Tony Gean Barbosa de Castro, da Polícia Federal, dentro da Penitenciária do Pascoal Ramos, Arcanjo avalizou os vários depoimentos de Nilson Robeiro Teixeira, que cuidava dos negócios das suas factorings, ou seja: dinheiro para campanha de Dante de Oliveira – sem citar o nome do senador Antero de Barros –, negócios com o Governo, deputados e Assembléia Legislativa.

Arcanjo, em verdade, acrescentou pouco daquilo que já se sabia sobre financiamento de campanha em Mato Grosso: confirmou, de fato, era um dos grandes patrocinadores poderosos de políticos influentes. Evidentemente, tudo para receber depois com juros e correção ou ainda, possivelmente, com previlégios, que garantiam alguns de seus negócios, como as próprias operações ilegais das factorings, fugindo da regra de fomento, ou ainda do jogo do bicho, atividade que deveria ser clandestina, mas que estava a pleno vapor com barraca fixa e tudo mais em praticamente todo Estado.

Do que disse à Polícia Federal, nada salta mais aos olhos: confirmou os negócios de dinheiro com Dante de Oliveira para a campanha eleitoral, apontou quem eram os operadores do então governador, no caso, Carlos Avalone, ex-secretário; e José Carlos Novelli, ex-diretor do DVOP; relembrou o começo do estreitamento das relações com o grupo político do então governador; deteve-se em boa parte a confirmar os negócios com a Assembléia Legislativa e seus dirigentes de então, José Riva (PP) e Humberto Bosaipo (PFL), reclamou que ainda tem R$ 15 milhões a receber, ainda a serem corrigidos; mencionou nomes de alguns outros políticos que teriam feito fomento mercantil, mas em nenhum momento foi incisivo, disposto, mostrando poucos detalhes.

“Ninguém ia à minha factoring procurar por Arcanjo. Eles iam procurar o Nilson” – disse, ao destacar as poucas vezes que falou com os políticos. A rigor, nesse depoimento, Arcanjo notabilizou-se pelo comportamento, uma alteração substancial no seu repertório de falar à Justiça e também para a Polícia. De silêncio quase sepulcral a cada vez que era para ser ouvido, passou a falar, sempre usando o jeito calmo e tranquilo. E na primeira oportunidade que teve para expôr negócios, não pensou duas vezes. Mesmo que tivesse pouco a acrescentar. Na única vez que foi além, mencionou a possibilidade de fazer provas com cheques trocados em sua principal empresa de “fomento”, a Confiança Factoring.

Com várias condenações por porte ilegal de arma, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, crimes de homicídios, entre outras tantas tipificações penais, o depoimento de Arcanjo e o seu conteúdo básico apenas deixou evidente uma linha de defesa, qual seja, a de mostrar que é inocente em muitas das acusações. Em outras palavras, o que é plenamente palpável, como os indícios de irregularidades fiscais e financeiras, serão admitidas com reservas; crimes como a morte do empresário Domingos Sávio Brandão de Lima, dono do jornal “Folha do Estado”, entre outros, ao qual lhe são imputados, serão negados sob silêncio ou produção de provas.

“O senhor Arcanjo confirmou o que a imprensa já tinha revelado sobre financiamento político” – disse o delegado, ao deixar a Penitenciária do Pascoal Ramos. “Arcanjo não desmentiu as informações que o Nilson Teixeira nos repassou. Apenas ele não tem muitos detalhes”. O delegado federal não esconde que saiu um pouco frustrado da audiência com Arcanjo e que esperava mais. Mas disse que o depoimento do comendador não é a peça chave embora vai enriquecer o que já tem. “Este depoimento vai fechar com o depoimento do Nilson” - ressaltou.

Jornal 24 Horas News – Mato Grosso - http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=176282


DEPUTADOS CITADOS POR ARCANJO VÃO PRESTAR DEPOIMENTO À POLÍCIA FEDERAL

Da Redação, 30/04/2006 - 15:39h

Pelo menos cinco deputados estaduais serão convocados a depor no inquérito da Polícia Federal que apura o envolvimento de políticos com o ex-“comendador” João Arcanjo Ribeiro. A informação é do delegado federal Tony Jean Barbosa de Castro.

Eles foram citados por Arcanjo em depoimento prestado hoje, na penitenciária do Pascoal Ramos, onde está preso.

Na ocasião, Arcanjo também confirmou as declarações feitas por seu ex-contador, Nilson Teixeira, à Justiça Federal – transações financeiras entre as factorings e Assembléia Legislativa, e com o PSDB, nas campanhas eleitorais de 1998 e 2002.

O delegado preferiu não dizer quem foram os beneficiários dos empréstimos, citados hoje pelo réu. Adiantou apenas o nome do ex-governador Dante de Oliveira e disse que o senador tucano Antero Paes de Barros foi poupado pelo ex-bicheiro.

Apesar de citar nomes “graúdos” no âmbito político mato-grossense, Arcanjo não forneceu novas informações ao inquérito e restringiu-se a confirmar o depoimento de Nilson Teixeira.

O ex-“comendador” reforçou ainda as declarações feitas anteriormente ao delegado, no depoimento do último dia 12. Confirmou os empréstimos, por meio das factorings, mas alegou desconhecer de que forma o dinheiro foi utilizado pelos políticos.

O depoimento começou por volta das 8h50 e terminou somente às 13h

Jornal Olhar Direto – Mato Grosso - http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=311302&sec=8

EM DEPOIMENTO PARA A PF, ARCANJO DIZ QUE MAIS DE CINCO DEPUTADOS PEGARAM DINHEIRO DO BICHO

30/04/2006 - 12h30

Rubens de Souza
24 horas News


Mais de cinco deputados estaduais foram citados por João Arcanjo Ribeiro no depoimento que prestou para a Polícia Federal na manhã deste domingo, em sua nova residência, a Penitenciária de Pascoal Ramos. Mas o chefe do inquérito que apura o derrame de dinheiro sujo nas eleições de 1998 e 2002, delegado federal Tony Jean Barbosa de Castro não quis revelar os nomes destes parlamentares. Deixou escapar que apenas o ex-governador Dante de Oliveira foi citado nestas negociatas de Arcanjo, que em nenhum momento citou o nome do senador do PSDB Antero Paes de Barros.

Ao deixar a penitenciária, após ouvir o ex-chefão do jogo do bicho, o delegado federal Tony Jean Barbosa foi cercado pela imprensa que continua no portão do Pascoal Ramos esperando para falar com Arcanjo. Bastante evasivo disse que o comendador apenas confirmou o depoimento que já havia sido prestado por seu ex-contador Nilson Teixeira e citou nomes de vários políticos que foram beneficiados, mas assegurou que não existem provas documentais.

“O senhor Arcanjo confirmou o que a imprensa já tinha revelado sobre financiamento político”, Indagado se havia citado os nomes dos beneficiários, o delegado confirmou que sim, mas não quis citar nenhum deles. Revelou apenas que foram citados mais de cinco nomes de deputados que hoje estão na ativa na Assembléia Legislativa. “Segundo o delegado estes políticos estiveram nas factorings de Arcanjo, saíram com dinheiro mas o ex-chefão não citou se este dinheiro foi destinado para campanhas políticas.

Segundo o delegado estes nomes citados já são conhecidos no inquérito que esta em fase final de conclusão. Ele assegurou que agora pretende convocar todos os deputados citadas para que prestem esclarecimento. O único nome que o delegado confirmou foi o do ex-governador Dante Martins de Oliveira. “Todos sabem que o ex-governador está envolvido no inquérito”, disse.

Com relação ao esquema envolvendo o DVOP – Departamento de Viação e Obras Públicas, na administração Dante para o derrame de dinheiro do jogo do bicho para as campanhas políticas de 1998 e 2002 principalmente ao PSDB, o delegado disse apenas que Arcanjo esclareceu que este assunto era tratado diretamente por seu ex-contador Nilson Teixeira e que não tem muitos detalhes sobre a questão. “Arcanjo não desmentiu as informações que o Nilson Teixeira nos repassou. Apenas ele não tem muitos detalhes”, confirmou.

O delegado federal não esconde que saiu um pouco frustrado da audiência com Arcanjo e que esperava mais. Mas disse que o depoimento do comendador não é a peça chave embora vai enriquecer o que já tem. “Este depoimento vai fechar com o depoimento do Nilson”, ressaltou.

Outra questão abordada pelo delegado federal foi de que todo o dinheiro repassado aos políticos da Assembléia Legislativa foi feita diretamente nas factorings de João Arcanjo. “Ele confirmou que em 1998 e 2002 este dinheiro foi repassado via factorings. Agora vamos ouvir outros funcionários destas empresas para batermos todas as informações e fecharmos o inquérito”, disse, confirmando que ao final do inquérito vai chamar para depoimento todos os políticos que foram citados neste domingo por Arcanjo. Disse ainda que Arcanjo não confirma que o dinheiro liberado pelas factorings foi para as campanhas eleitoras, mas assegura que foram liberados para estes políticos.

Jornal 24 Horas News - Mato Grosso - http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=176282

SEM CHANCES

Da Redação, 30/04/2006 - 11:30h

Fontes do PSDB estão confiantes na não apresentação da entrevista de João Arcanjo Ribeiro, neste domingo, no Fantástico, o circo global montado pela Globo nas noites dominicais. Isso porque o produtor do Fantástico, Jeneton Moraes Neto, teria confidenciado ao senador Antero Paes de Barros, do PSDB, que o material ainda está sendo "analisado". Sim senhor, sob "análise". A tucanada respira aliviada, por enquanto.

Jornal Olhar Direto – Mato Grosso - http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=311217&sec=13

PF COMEÇA A DESVENDAR CAIXA DOIS DO PSDB E PFL EM FURNAS

A partir de um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), a Polícia Federal descobriu novos indícios da veracidade de um esquema montado por Dimas Toledo em Furnas para arrecadar propina dos fornecedores da estatal com vistas a alimentar a campanha eleitoral do PSDB a partir de 2000. Dimas é apontado como autor de uma lista onde aparece uma série de políticos do PSDB e PFL, entre outros partidos, beneficiados com cerca de R$ 40 milhões de caixa 2. A reprodução desta lista foi entregue pelo lobista Nilton Monteiro para a Polícia Federal.

As investigações da PF também chegaram a empresários que confirmaram o pagamento de propina para manter ou prorrogar seus contratos com a estatal. No mesmo sentido, o relatório da CGU descobriu inúmeras irregularidades nos contratos das empresas citadas na lista com Furnas, tais como aditamentos irregulares e contratos firmados sem licitação. A maioria destas ilegalidades foi cometida nas proximidades das eleições de 2002.

As empresas Bauruense e Thoshiba já foram identificadas como financiadoras do Dimasduto. A primeira, que tem fortes vínculos com o senador tucano Álvaro Dias, faturou R$ 800 milhões com a estatal e teria desembolsado dinheiro para Dimas pelos vultosos contratos. A segunda, como denunciou o ex-executivo da empresa, José Antônio Talavera, à Polícia Federal, pagou US$ 5 milhões para conseguir o contrato de construção de duas usinas termoelétricas - em Campos dos Goytacazes e São Gonçalo, ambas no Rio de Janeiro.

Mesmo mantendo as investigações sob sigilo, a Polícia Federal já antecipou que algumas denúncias feitas por Nilton Monteiro têm consistência. Ele deverá ser novamente intimado para depor.

Jornal Hora do Povo - http://www.horadopovo.com.br/pag3g.htm

"FANTÁSTICO": ATÉ FHC TERIA SIDO ACIONADO PARA TENTAR CALAR ARCANJO

30/04/2006

De Enock Cavalcanti/De Brasilia

O Diário de Cuiabá, em sua coluna "Cuiabá Urgente" dá conta do desespero que tomou conta de cabeças graduadas do PSDB de Mato Grosso diante das possíveis revelações que podem ser feitas hoje durante apresentação de entrevista do comendador Arcanjo no programa Fantástico da Rede Globo. A exibição da entrevista não está confirmada mas a inquietação tucana é muito grande. Confiram o que diz o Diário de Cuiabá:

Suspense

O suspense está no ar: será que João Arcanjo Ribeiro vai aparecer na edição de hoje do Fantástico? A resposta só a partir das 20 horas no programa da Rede Globo.

Entrevista

A entrevista com Arcanjo foi feita na manhã de quinta-feira no presídio de Pascoal Ramos e desde então uma onda de boatos começou a varrer Cuiabá, Brasília e Rio de Janeiro.

Versão 1

Há versões de que o PSDB moveu pedras e montanhas para evitar a exibição do programa. Alguns tucanos afirmam que vão barrar o programa na Justiça.

Versão 2

Outros, dizem que até FHC foi acionado para tentar sensibilizar a família Marinho, proprietária da Globo, para evitar que o programa vá ao ar. A alegação dos tucanos é que o PT quer ‘acabar’ com a principal voz da oposição hoje no país: Antero Paes de Barros.

Ódio

Tucanos de alta plumagem acreditam que o senador mato-grossense é o principal responsável pelas denúncias contra o partido do presidente Lula, daí o ódio que os poderosos do Planalto nutrem contra APB.

Conspiração 1

Segundo os tucanos, há uma grande teoria conspiratória por trás da entrevista de Arcanjo. Para o pessoal do PSDB, Arcanjo fez um grande acordo com membros do judiciário e com o Palácio do Planalto.

Conspiração 2

Pelo acordo, Arcanjo afirmaria que deu dinheiro para a campanha de Antero, em troca, conseguiria trazer sua mulher para o país e teria seus bens desbloqueados. É esperar para ver.

Vazamento

De qualquer forma, pelo que vazou da entrevista – por policiais, advogados e funcionários da Globo -, a principal informação dada por Arcanjo é de ter recebido em sua fazenda o senador APB.

Financiamento

Além de afirmar ter financiado a campanha do PSDB em MT, Arcanjo falou na entrevista sobre seus empréstimos para políticos e disse que tem certeza de que ainda vai recebê-los.

Sávio

Sobre a morte do empresário Sávio Brandão, dono da Folha do Estado, Arcanjo foi categórico em não aceitar a acusação e aproveitou para afirmar que um “membro do poder judiciário” foi o mandante do crime.

Cancelamento

Ontem, Arcanjo deveria dar uma entrevista para o Diário de Cuiabá, A Gazeta e Folha de S.Paulo. Sem nenhuma explicação a entrevista foi cancelada por seus advogados.

Jornal De Brasília - http://www.debrasilia.com/noticia_click.php?cod_noticia=3637

ADVOGADO DIZ QUE ARCANJO QUER RECEBER "VITAMINAS" QUE PASSOU NAS CAMPANHAS E PARA A AL

30/04/2006 - 09h47

Rubens de Souza
24 horas News


R$ 40 milhões de reais. Esta bolada é o que João Arcanjo quer receber de seus devedores e está brigando na justiça para isso. Mas não é só este valor que o morador mais ilustre da Penitenciária de Pascoal Ramos, o comendador João Arcanjo Ribeiro, que neste momento está sendo ouvido pela Polícia Federal exige. Ele também quer de volta com juros e correção monetária todas as “vitaminas” que passou para os políticos durante as duas últimas campanhas políticas – 1998 e 2002 – e de volta o abastecimento generoso que fez para a Assembléia Legislativa.

O desejo de ter as “vitaminas” de volta, o dinheiro que lhe devem, foi confirmado na manhã deste domingo pelo próprio advogado do capo do jogo do bicho em Mato Grosso, Zaid Arbid, em tumultuada entrevista na porta da Penitenciária Pascoal Ramos, para onde foi para acompanhar o depoimento de seu cliente à Polícia Federal e, posteriormente, à toda a imprensa local, inclusive a Folha do Estado, jornal que o advogado diz ter a simpatia de Arcanjo, que afirma não matou e muito menos mandou matar seu fundador Sávio Brandão.

Ao chegar ao complexo penitenciário, Zaid Arbid disse que seu cliente está preparado para contribuir naquilo que lhe for perguntado. E confirmou que tem duais missões hoje. “Atualmente eu trabalho com duas missões. Vitamina para as campanhas políticas e o abastecimento das contas da Assembléia Legislativa”, disse, explicando que existem valores significativos. Ao ser indagado sobre quais seriam estes valores significativos completou. “Tudo aquilo que é significativo é acima de R$ 500 mil.

O advogado de Arcanjo confirmou que seu cliente quer receber o dinheiro que lhe devem. “O assunto que tenho com meu cliente é outro. E outro crédito que se resume em 22 notas promissórias de R$ 700 mil reais cada uma, na época dariam R$ 15,4 milhões, em valores de hoje quase R$ 40 milhões”, numa clara alusão de que estes valores são referentes a outras dívidas e não conta aquilo que a classe política deve a seu cliente.

Coletiva

Zaid Arbid não confirmou se João Arcanjo dará a tão esperada entrevista coletiva ao final dos depoimentos que está prestando à Polícia Federal. “Não sei, estou chegando agora e ainda não conversei com o Arcanjo. Mas acredito que se houver esta entrevista ela será para toda a imprensa, sem discriminação de ninguém, nem mesmo da Folha do Estado, que é um jornal de que meu cliente tem muita admiração, mesmo porque ele não matou e não tem nada a ver com a morte de seu fundador Sávio Brandão”, esclareceu.

Sobre a entrevista que João Arcanjo concedeu à Rede Globo de Televisão e que deve ir ao Fantástico na noite deste domingo, Zaid Arbid preferiu manter o mistério. Disse que não sabe de toda a entrevista, pois quando chegou na quinta-feira à Penitenciária do Pascoal Ramos, Arcanjo já estava conversando com os repórteres globais. “Perdi parte da entrevista. Não sei o que foi dito”, se limitou a falar, ressaltando que não sabe se ela vai ao ar nesta domingo. “Não sei se vão colocar a matéria no ar. Isso é um problema da Rede Globo”, completou.

Indagado pelo site < News Horas 24>se João Arcanjo Ribeiro estaria fazendo um acordo com o Judiciário para revelar tudo o que sabe nesta coletiva à imprensa em troca de uma pena menor, seu advogado foi enfático. “Que acordo você pode fazer administrativo e via imprensa? A imprensa tem o vigor dela, a força dela, mas como você vai negociar, ingressar o que foi feito no judiciário em si, isso é impossível”.

O advogado de Arcanjo enfatiza ainda que não existe nada de delação premiada. “Não existe delação premiada. A delação premiada só acontece no início da investigação. Arcanjo já está condenado. Não tem delação premiada. Em jogo está a seriedade do poder judiciário. Não será nem um ou outro elemento que pode denegrir a imagem do pode judiciário.

Zaid Arbid aproveitou para atacar o Ministério Público ao afirmar que ele e seu cliente não fazem negócios com esta instituição, que diz estar contaminada pela vaidade de vários de seus integrantes que sonham em colocar suas mãos na calçada da fama. “Não fazemos negócios com o Ministério Público. Ele foge da verdade como o diabo foge da cruz. Els construíram provas que não existem. Encontramos resistência da vaidade consolidada, se acostumaram com notoriedade, com os flashes das máquinas fotográficas e das câmeras de TV, pensam que estão na calçada da fama. Não querem voltar aos fatos para enxergar e reconhecer a verdade. Problema substância, de remover a vaidade”, instigou.

O advogado de Arcanjo, cercado por canetas, gravadores, por flashes e câmeras de TV foi mais além. “No Ministério Público existem casos típicos de vaidade política, de pessoas que industrializaram provas, que fizeram tudo contra o Arcanjo e que hoje foram convidadas para disputar cargos de Governador a Senador”, Indagado se acusava o promotor público Pedro Taques, Zaid completou, “pode ser”. Não sou eu quem digo isso, é a imprensa. Está em todos os jornais, em suas primeiras páginas que ele foi convidado pelo PMDB para disputar de Governador a Senador

Sobre a questão do PSDB estar devendo João Arcanjo, o advogado disse que “é um assunto que tem de ser discutido com o próprio Arcanjo. “Eu não tenho mais informações”.

Jornal 24 Horas News – Mato Grosso - http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=176248

ARCANJO PRESTA DEPOIMENTO À POLÍCIA FEDERAL HOJE E CONCEDE ENTREVISTA AO FANTÁSTICO

30/04/2006 - 00h34

Rubens de Souza Redação 24HorasNews

Hoje o dia promete ser um dos mais nervosos e quentes dos últimos dias, nada com os jogos do campeonato brasileiro ou por causa do calor cuiabano, mas sim porque o ex-“bicheiro” João Arcanjo Ribeiro presta depoimento, às 8 horas, na penitenciária do Pascoal Ramos, onde está preso. O interrogatório que estava marcado para o dia 5 de maio foi antecipado pelo delegado federal Tony Jean Barbosa de Castro.

Desde sua prisão no Uruguai, João Arcanjo Ribeiro sempre pautou pelo silêncio. Em Cuiabá, desde seu retorno optou em não falar nada em todas as audiências a que compareceu em juízo. Mas parece que na questão do financiamento das campanhas eleitorais de 1998 e 2002, o ex-capo do crime organizado no Estado vai mostrar uma postura totalmente diferente, algo que era considerado como uma possibilidade zero pelos políticos do Estado.

Se Arcanjo realmente cumprir a promessa e abrir o “bico” políticos que foram beneficiados com o dinheiro do crime organizado nas eleições de 1998 e 2002 estarão jogando a pá de cal em seus planos na vida pública para o resto da vida.

As acusações de Arcanjo devem cair como um bomba no colo do PSDB e, principalmente do ex-governador Dante Martins de Oliveira e do senador Antero Paes de Barros, dois caciques da política estadual e que são acusados de terem sido os maiores beneficiados nas últimas eleições.

E para terminar o domingo, a Rede Globo, está na agulha com a entrevista que João Arcanjo concedeu para à equipe do Fantástico que esteve na última quinta feira em Cuiabá. Zaid Arbid, advogado de Arcanjo disse que “Quanto a entrevista ao Fantástico, nós da defesa de Arcanjo e a Rede Globo estamos aguardando o julgamento da liminar impetrada pelo PSDB. Acreditamos que iremos vencer esta batalha e Arcanjo vai falar ao vivo tudo o que sabe e tudo o que ocorreu”, disparou o advogado em tom irônico sobre a decisão dos tucanos, os que mais temem a divulgação da entrevista.

Jornal 24 Horas News - Mato Grosso - http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=176237

ALCKMIN RECEBE DOAÇÃO E USA FUNDO PARTIDÁRIO

Jornal O Globo – 30/04/2006

Flávio Freire


SÃO PAULO. O PSDB tem usado o fundo partidário para bancar despesas de viagem do pré-candidato do partido à Presidência, Geraldo Alckmin. Sob a justificativa de que os recursos são utilizados pelo ex-governador em atividade partidária, o fundo tem servido para pagar o deslocamento do tucano em jatos particulares para que ele articule alianças. Levantamento do GLOBO mostra que a utilização dos recursos coincide com viagens em que Alckmin não evitou fazer propaganda política antecipada, ferindo a lei eleitoral.

A lei permite a utilização do fundo partidário em campanhas eleitorais, mas desde que no prazo legal. A campanha eleitoral só começa oficialmente em julho. A lei diz ainda: “A Justiça Eleitoral pode, a qualquer tempo, investigar sobre a aplicação de recursos oriundos do fundo partidário”. O uso dos recursos do fundo fora desse período é proibido, e especialistas divergem sobre a caracterização da pré-campanha.

No último dia 15, numa viagem a Pernambuco para encontrar correligionários, o ex-governador não pediu votos — o que é vetado pela lei eleitoral — mas fez discurso de campanha e disse que estava disposto a recuperar a capacidade de investimento do governo.

“Descontinho” no aluguel de jato

Nesse dia, Alckmin voou para São Paulo num jatinho particular alugado pela empresa BanJet ao Diretório Nacional do PSDB. Embora não tenha pagado as despesas, o partido assinou promissórias assumindo gasto de R$ 79.800 para deslocamento de Alckmin e dois assessores. A empresa cogitou a possibilidade de não cobrar o valor, mas sim doá-lo ao partido. O gerente da BanJet, José Américo Leão, disse que desistiu da doação por causa da burocracia.

— Preferimos cobrar, mas demos um descontinho — disse Leão, informando que o deslocamento nesse trajeto não sairia por menos de R$ 105 mil.

O tesoureiro da Executiva Nacional do PSDB, José Lucena Dantas, disse que o pagamento à empresa será feito em 30 dias e que os recursos sairão do fundo partidário:

— Alckmin só tem viajado para representar o partido e isso é permitido pela lei 9.096.

Até ontem, cerca de R$ 125 mil foram sacados (ou estão provisionados) dos cofres do partido para pagar despesas de viagem de Alckmin. Desse total, além dos R$ 79.800 pagos à BanJet, R$ 25 mil foram gastos em viagens de vôos comerciais e outros R$ 18 mil pagos a outras empresas de táxi aéreo.

Antes de ser indicado pré-candidato à Presidência, Alckmin utilizou um jato particular para a viagem entre Itajaí (SC) e São Paulo. Em terras catarinenses, defendeu uma aliança entre PSDB e PFL para “derrotar um governo incompetente e leniente com a corrupção”. O diretório regional de Santa Catarina gastou R$ 14 mil do fundo partidário para bancar as despesas.

No último dia 18, na cidade de Rondonópolis, para onde foi de jato numa viagem que custou ao diretório regional de Mato Grosso R$ 4 mil, Alckmin também falou em tom de campanha:

— Vamos construir um Brasil junto com os vários segmentos da sociedade. Não podemos ficar encastelados. Temos de estar ao lado do povo.

Mas Alckmin conta com doações. Sobrinho de um deputado de sua base aliada na Assembléia de São Paulo, o diretor da empresa de alimentos Sukest, de Bauru, Vinicius Tobias, disse ter doado para o PSDB paulista 50 horas de vôo do jato modelo King-Air. A doação, segundo o partido e o próprio doador, foi feita nos padrões legais.

http://oglobo.globo.com/jornal/pais/247010113.asp

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