por Luís Costa Pinto
O maior trunfo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de reeleição é o seu governo. O maior problema, seu partido. A primeira pesquisa aberta divulgada pela mídia, o DataFolha da noite do dia 6 de outubro concedendo a Lula 54% das intenções de vonto contra 46% de Geraldo Alckmin, prova isso. Em uma das questões respondidas pelos 5.100 entrevistados o instituto perguntava sobre a avaliação de governo. Ele é considerado ótimo ou bom por 49% e regular por 33%. Em 1998, quando foi reeleito, o então presidente Fernando Henrique Cardoso detinha uma avaiação de "ótimo ou bom" de seu governo oscilando entre 37% e 39%.
Os números que saem das planilhas do DataFolha autorizam a análise: Lula tem de fazer tudo para conservar o debate político na esfera gerencial, pois estatísticas e números absolutos provam que a sua administração é melhor do que os oito anos de gestão do PSDB na Presidência -- ao menos, é assim que as coisas são vistas pela maioria esmagadora dos eleitores brasileiros. E o presidente fará tudo para conservar a campanha nesse rumo. Precisa, contudo, estabelecer um armistício com o adversário.
No PSDB o clima não é dos melhores. Internamente, esperava-se que os índices de intenção de voto de um e de outro fossem mais próximos do que o flagrante estabelecido pelo DataFolha. Não deu. Foi por isso que Geraldo Alckmin determinou o cancelamento da agenda de campanha e passou a se concentrar no exercício técnico para o debate de domingo na TV Bandeirantes. Ele irá para o "tudo ou nada" com o presidente atraindo o rival para debater questões éticas. Só resta essa saída a Geraldo Alckmin. A missão que ele terá de desempenhar é a de desconstruir a imagem do presidente perante um país que está dividido, mas que ainda parece estar disposto a cair nos braços de um líder carismático.
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