quinta-feira, outubro 19, 2006

19/10/2006 ¦ 22:44

DEBATE - Lula foi melhor

Antes do debate começar Alckmin e Lula mal se cumprimentaram. Alckmin estava sentado no lugar dele quando Lula entrou no estúdio - e ali permaneceu. Lula foi direto para o seu lugar.

Quando o debate terminou os dois apertaram as mãos e trocaram algumas palavras.

Não houve vencedor no último bloco - cada um disse o que quis e pronto.

Pelo clima aqui no estúdio do SBT os aliados de Alckmin certamente esperavam que ele desse um passeio em cima de Lula. Estão meio borocochô.

A turma de Lula está rindo à toa.

Enviada por: Ricardo Noblat

http://noblat1.estadao.com.br/noblat/visualizarConteudo.do?metodo=exibirPosts&data=19/10/2006#post27195

PS: os grifos são meus. Stanley.

Resumo do Debate do SBT/Terra


22h38 - Ao Vivo - Debate é encerrado e mediadora agradece a presença dos candidatos.

22h37 - Ao Vivo - Alckmin diz que vai investir na geração de empregos e que começou a trabalhar aos 18 anos. "Sei como isto fez bem para minha auto-estima e quero isto para seu filho", diz o candidato.

22h36 - Ao Vivo - "Eu sei o que eu não vou fazer, eu não vou privatizar estatais pra partido nem vou dar cargos aos companheiros", diz Alckmin.

22h35 - Ao Vivo - Alckmin diz que PT teve sua oportunidade e que, em quatro anos, sob o ponto-de-vista ético, foi um "descalabro", que fracassou também sob os pontos-de-vista de gestão e crescimento.

22h34 - Ao Vivo - "Eu só peço a deus que, no dia 29, o povo reflita e veja como está o Brasil", finaliza o petista.

22h34 - Ao Vivo - "Eu queria dizer isso porque os números fluem na boca de uns muito facilmente", diz Lula, afirmando que o dado real é que "o passado condena alguns".

22h33 - Ao Vivo - "Eu quero que vocês saibam que temos dois projetos diferentes, um que governou oito anos o País e quatro anos São Paulo e não deu certo", diz petista. Candidato cita dados "para Alckmin anotar" em saúde, educação, segurança, entre outras áreas.

22h31 - Ao Vivo - Debate volta para as considerações finais. Lula inicia falando.

22h27 - Ao Vivo - Debate vai para o intervalo e volta para o quarto e último bloco, quando candidatos farão considerações finais.

22h26 - Ao Vivo - "Ele não conta que investimento em saneamento básico é investir em saúde", diz Lula, falando que já foram investidos R$ 10 bilhões na área. "Pra mim, prevenir é melhor", completa.

22h25 - Ao Vivo - "A nossa saúde não é perfeita, mas é muito melhor do que quando saúde era privilégio", diz Lula. "A primeira tarefa que vou fazer é investir na área", afirma candidato tucano.

22h22 - Ao Vivo - Candidato tucano pergunta a Lula sobre saúde, citando dados negativos do governo Lula. "O Alckmin faz parte de um tipo de gente que acha que investir em comida não é investir em saúde", diz o petista, citando novamente números na área.

22h21 - Ao Vivo - Alckmin volta a citar gastos com Aerolula e diz que propostas são diferentes porque ele pretende cortar gastos.

22h20 - Ao Vivo - "É fácil falar, difícil fazer", diz Lula, afirmando que as secretarias extras (Mulher, Desenvolvimento Social, etc) são de um "ganho incomensurável" ao País.

22h18 - Ao Vivo - "Nós somos diferentes, ele não vai cortar gastos, diminuir os 34 ministérios, deixar os 40 mil companheiros nos cargos de confiança", ataca tucano. "Vou respeitar seu dinheiro, vou fechar as torneiras do desperdício", diz Alckmin.

22h17 - Ao Vivo - Candidato petista diz que oposição só fala em "cortar gastos". "Com o orçamento comprometido, como você vai fazer para cortar gastos e se comprometer com uma pequena minoria?", pergunta.

22h16 - Ao Vivo - Lula diz que câmbio brasileiro está baixo porque há reserva de dólares. "Há 75 bilhões de reserva, é preciso que isto seja dito", destaca.

22h15 - Ao Vivo - Tucano diz que alta taxa de juro real está quebrando a indústria do País, como já quebrou a agricultura. "Mas campanha política vale tudo mesmo, até dizer que vai dar aumento para os aposentados. Demos aumento de 5%", afirma Lula.

22h14 - Ao Vivo - Lula diz que País cresceu, mas ainda pode crescer mais. "Nós somos diferentes, tem duas candiddaturas diametralmente opostas, ele acha que tá tudo bem", diz Alckmin.

22h13 - Ao Vivo - Candidato petista diz que o governo trabalhou para que todos pudessem crescer. "Quando um banqueiro quebra, o País se dá mal", destaca o candidato.

22h11 - Ao Vivo - Alckmin fala da alta taxa de juros, que chama de Bolsa-Banqueiro. "Imagina o que vocês pagavam de juros", ironiza Lula.

22h10 - Ao Vivo - "A eletrização no campo já existe há tempos em São Paulo", diz Alckmin, destacando que o governo Lula não irrigou um hectare. "Eu vi em Petrolina um canal juntando mosquito da dengue", ataca.

22h09 - Ao Vivo - "Eu acho que o Alckmin se faz de desentendido, porque o Luz para Todos e o Luz no Campo não têm nada a ver, o Luz no Campo atingiu poucas pessoas e era cobrado", rebate Lula.

22h08 - Ao Vivo - Tucano afirma que vai continuar e ampliar o Bosla Família. Alckmin ataca ações do governo federal na área de irrigação no campo. "Nós criamos o Luz no Campo", diz.

22h07 - Ao Vivo - "O candidato Lula é ótimo para mudar os programas de nomes", diz Alckmin. Tucano diz que o governo anterior tinha Vale Gás, PET e Bolsa Escola, que hoje o governo juntou e chamou Bolsa Família.

22h05 - Ao Vivo - "Sobre o tema de privatizações, não vou mais falar disso porque parece que vocês não gostam", começa Lula. Petista fala do programa Luz Para Todos.

22h04 - Ao Vivo - Começa terceiro bloco do debate entre Lula e Alckmin. Petista é o primeiro a perguntar.

22h03 - Ao Vivo - Neste segundo bloco, candidatos trocaram farpas em temas como saúde e privatizações. "Não tem nenhum problema privatizar, problema é dizer que vou privatizar BB, Petrobras", disse o tucano.

22h00 - Ao Vivo - Debate vai para o intervalo. No próximo bloco, os candidatos seguem fazendo perguntas livres entre si.

21h59 - Ao Vivo - "Não só sei como ajudei a saúde de São Paulo e dos oito anos que vocês governaram", diz Lula. "Tem muita gente no País que, quando vai se operar, vai pra fora e não sabe como é", completa.

21h58 - Ao Vivo - "Não é possível que o presidente ache que o País está condenado a crescer 2%", diz tucano. Candidato diz ainda que Lula não conhece saúde pública.

21h57 - Ao Vivo - "Já faz tempo que você foi na Santa casa de Pindamonhangaba, então espero que você vá para ver como melhorou", diz Lula. Petista diz ainda que seu governo mostrou que é possível crescer com distribuição de renda.

21h56 - Ao Vivo - "Obviamente que a saúde precisa melhorar e vai melhorar sempre", diz Lula, destacando que a área, entretanto, nunca esteve tão bem.

21h55 - Ao Vivo - Alckmin diz que petista afirma que saúde do País beira a perfeição. "Eu vou no mesmo hospital que o senhor, que é o Incor", ataca ainda.

21h54 - Ao Vivo - "Nós temos uma diferença aqui, e eu tenho pressa no crescimento", diz Alckmin. "Eu tenho preocupação com carga tributária, com juros, com redução de custos". afirma.

21h52 - Ao Vivo - Alckmin diz que, com privatização da telefonia, foram investidos R$ 100 bilhões no País. "Se tivesse dado errado, teria reestatizado". "Não tem nenhum problema privatizar, problema é dizer que vou privatizar BB, Petrobras", diz tucano.

21h50 - Ao Vivo - "O Lula tem os olhos voltados para trás, eu tenho para frente, para o futuro", diz tucano. "Nós somos diferentes, eu vou reduzir juros, vou reduzir impostos".

21h49 - Ao Vivo - Petista pergunta sobre privatizações, citando fatos do governo Fernando Henrique. "Responda, sem ficar nervoso", alfineta.

21h48 - Ao Vivo - Lula diz que brasileiro é inteligente e sabe como ele assumiu o governo. "Era uma década perdida e outra perdida", comenta. Lula diz que País não pode ser comparado nem com China nem Haiti, mas consigo.

21h47 - Ao Vivo - "A economia brasileira não está no ápice, mas está pronta para crescer", diz Lula, afirmando que aconomia crescerá nos próximos 15 anos. Alckmin diz que petista já teve sua chance. "E está pensando ainda nos próximos 15 anos", ataca.

21h45 - Ao Vivo - "O candidato Alckmin é daqueles que, se deu no NYT vale, senão não vale". "Vou te contar uma coisa, se tiver dúvida pergunta para o Serra, que é economista, no intervalo", diz Lula, citando dados de crescimento do País.

21h44 - Ao Vivo - Tucano mostra que revista The Economist publicou ranking de países e pergunta em que posição está o Brasil.

21h43 - Ao Vivo - Alckmin diz que vai priorizar educação fundamental.

21h43 - Ao Vivo - "O governo tem maioria para absolver mensaleiros, mas não tem maioria para aprovar o Fundeb", diz Alckmin. "Só conversa e conversa".

21h42 - Ao Vivo - "Eu penso que o povo brasileiro deve estar vendo que é mais fácil falar do que fazer", rebate Lula, que diz que Enem não mede qualidade de ensino, mas qualidade de quem é avaliado.

21h40 - Ao Vivo - "Nós não estamos aqui para discutir o Estado de São Paulo, estamos para discutir o Brasil. Já ganhamos em São Paulo com Serra", diz Alckmin, citando dados negativos do governo federal.

21h39 - Ao Vivo - "O candidato Lula está fazendo a mesma pergunta do debate anterior e eu já expliquei para ele, mas vou explicar de novo", alfineta tucano.

21h38 - Ao Vivo - Inicia o segundo bloco, com Lula perguntando. Petista questiona tucano sobre tema de educação, citando números de São Paulo.

21h36 - Ao Vivo - No segundo bloco, candidato pergunta para candidato. As perguntas serão formuladas obedecendo o critério da alternância. Serão duas perguntas por cada candidato. Cada pergunta tem direito a réplica e tréplica.

21h35 - Ao Vivo - Neste primeiro bloco, candidatos falaram sobre agricultura, corrupção, saúde e segurança.

21h33 - Ao Vivo - Debate vai para o intervalo.

21h33 - Ao Vivo - "Sobre esta ironia do PCC, não há um líder de facção de criminosa que não esteja em penitenciária de segurança máxima", afirma o tucano, dizendo que o crime do colarinho branco o preocupa.

21h31 - Ao Vivo - Tucano diz que vai criar a Secretaria de Segurança e trabalhar de forma integrada com os governadores. "Pelo amor de deus, que o povo de São Paulo não ouça, senão teremos um PCC no País inteiro", diz Lula.

21h30 - Ao Vivo - Alckmin é sorteado a falar sobre segurança. Tucano diz que viajou por todo País e que não viu uma capital em que não houvesse, nas manchetes dos jornais, casos de violência. "O nosso problema é tráfico de armas", diz. "Nós sabemos de onde vem o problema e a omissão é total", completa.

21h28 - Ao Vivo - "Tá bom pro Alckmin porque ele não usa a saúde pública. Eu sei porque convivo com o povo brasileiro e posso dozer", afirma o petista.

21h27 - Ao Vivo - "Vamos tornar oftalmologia uma questão de saúde pública", completa o petista. "A saúde vai muito mal, estamos retrocedendo", ataca o tucano, que diz que tabelas do SUS não estão sendo atualizadas. "Aids piorou, hospitais do Rio entraram em colapso", completa.

21h24 - Ao Vivo - Lula é sorteado a falar sobre saúde. Candidato lê números, falando que recursos na área subiram mais de 50%.

21h23 - Ao Vivo - "Não é uma questão de uma nota só, mas 1,7 milhão de notas", rebate o tucano, que diz que caso não está sendo apurado e que sociedade tem direito de saber quem são os culpados.

21h23 - Ao Vivo - "Neste País, se costumava arrastar denúncia para baixo da mesa, para baixo do tapete, para baixo do sofá", diz Lula.

21h22 - Ao Vivo - "Culminamos com o escândalo do dossiê, quando petistas foram presos", afirma Alckmin. "Esta campanha vai terminar sendo a campanha de uma nota só", alfineta o petista.

21h21 - Ao Vivo - Alckmin fala que o tema é importante para o País. "Nós vimos, na atual gestão, que o problema não é pontual, mas endêmico". Tucano cita escândalos dos Correios, Visanet, Secretaria da Comunicação.

21h19 - Ao Vivo - "Nós criamos o seguro agrícola para nos livrar das crises", completa Lula. Alckmin é sorteado a falar sobre corrupção.

21h19 - Ao Vivo - "Quem vai pagar a conta é o consumidor, com os preços altos, como do trigo", diz o tucano. "O candidato Alckmin às vezes comete alguns equívocos", rebate Lula.

21h18 - Ao Vivo - "A agricultura brasileira foi levada pela omissão do atual governo e pela maior crise dos últimos 40 anos", diz Alckmin.

21h17 - Ao Vivo - "Com os investimentos que estamos fazendo, o agricultura não terá mais problemas com intempéries", afirma o petista.

21h17 - Ao Vivo - Candidato petista diz que o Orçamento é o maior para a área nos últimos 30 anos. "Saltamos para R$ 10 bilhões para agricultura familiar em 2006/2007", declara.

21h15 - Ao Vivo - No sorteio, Lula fala sobre o tema agricultura. Candidato cumprimenta eleitores. "Este é um dos pilares mais importantes do País", declara.

21h13 - Ao Vivo - No primeiro bloco, serão sorteados dois temas para cada um dos candidatos. Os temas serão: saúde, educação, segurança, emprego, corrupção, distribuição de renda, habitação e agricultura. As respostas serão dadas por cada um dos candidatos, cabendo réplica e tréplica.

21h13 - Ao Vivo - Inicia o debate entre Alckmin e Lula no SBT. Ana Paulo Padrão apresenta as regras.

21h08 - Ao Vivo - Na chegada aos estúdios, Lula disse que não espera "absolutamente nada" do adversário e que Alckmin é maior de idade e pode dizer o que quiser no debate. Lula disse ainda que, apesar das pesquisas, "o jogo continua no zero e zero". Alckmin não quis comentar sobre suas estratégias, segundo a rádio CBN.

21h06 - Ao Vivo - O debate tem previsão de duração de uma hora e meia e será feito no estúdio 1 do Complexo Anhanguera, sede do SBT.

21h03 - Ao Vivo - Alckmin chegou aos estúdios do SBT, em São Paulo, por volta das 22h20. Lula chegou logo depois. O candidato tucano afirmou que o País pode ser bem melhor em pontos como ética, serviços públicos e crescimento econômico. "Não há nada que sustente a mentira", declarou.

21h01 - Ao Vivo - O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou hoje que o candidato petista se preparou durante a tarde para o evento, lendo textos. Tarso afirmou ainda que Lula está preparado para perguntas sobre a compra do dossiê contra tucanos.

20h59 - Acompanhe em instantes - O Terra transmite o vídeo do segundo debate entre Lula e Alckmin, com previsão de início às 21h10.

20h58 - Ao Vivo - O debate do SBT, transmitido pelo Terra, será dividido em quatro blocos e terá mediação da jornalista Ana Paula Padrão.

20h57 - Ao Vivo - O ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta quinta-feira que Luiz Inácio Lula da Silva está "destruindo seu simbolismo" e que se "tornou um político qualquer".

20h53 - Ao Vivo - Vox Populi: Lula tem 22 pontos de vantagem sobre Alckmin

20h50 - Direto dos estúdios do SBT - Sobre as perguntas que fará a seu adversário, Lula declarou: "Eu tenho as minhas e ele as dele no bolso do colete".

20h48 - Direto dos estúdios do SBT - O presidente Lula disse que sua expectativa para o debate é que sejam discutidos os grandes temas do Brasil e que os dois candidatos possam apresentar propostas para a população. "Não é o primeiro debate que eu participo e cada candidato tem uma característica própria", afirmou.

20h42 - Ao Vivo - O coordenador da campanha à reeleição do presidente Lula e atual presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, afirmou que o partido está abrindo mão do sigilo bancário do diretório nacional e da campanha. As informações são da rádio CBN.

20h38 - Ao Vivo - PM reforça segurança na entrada do SBT para debate

20h38 - Para quem chegou agora - O Terra transmite o debate entre os candidatos Geraldo Alckmin e Lula, na noite desta quinta-feira, no SBT. Este é o segundo debate entre tucano e petista. O programa tem previsão de iniciar às 21h10.

20h36 - Direto dos estúdios do SBT - Na chegada aos estúdios onde acontecerá o debate, Alckmin afirmou que o Brasil pode ser bem melhor em pontos como ética, serviços públicos e crescimento econômico. "Não há nada que sustente a mentira", afirmou, se referindo às acusações de privatização. Ele chegou às 20h20min.

20h34 - Ao Vivo - Alckmin e Lula já chegaram à sede do SBT. O candidato tucano chegou primeiro e afirmou que pretende desmentir a "boataria" sobre privatizações, segundo a rádio CBN.

20h29 - Ao Vivo - Pesquisa Vox Populi divulgada nesta quinta-feira, a última antes do debate, aponta Lula com 61% dos votos válidos, contra 39% de Alckmin.

20h25 - Ao Vivo - O primeiro debate entre os candidatos foi marcado por ataques entre petista e tucano. A compra do dossiê foi um dos assuntos mais tratados por Alckmin. O candidato afirmou que queria saber a origem do dinheiro para a compra do documento "fajuto".

20h20 - Ao Vivo - Em evento na sede da Força Sindical ontem, em São Paulo, Alckmin afirmou que ainda acredita em virada. "Na nossa pesquisa interna, a diferença é de cinco pontinhos", declarou.

20h18 - Ao Vivo - O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou hoje que o candidato petista se preparou durante a tarde para o evento, lendo textos. Tarso afirmou ainda que Lula está preparado para perguntas sobre a compra do dossiê contra tucanos.

20h15 - Ao Vivo - O segundo debate entre Lula e Alckmin terá quatro blocos e será mediado pela jornalista Ana Paula Padrão. O primeiro aconteceu na rede Bandeirantes.

19/10/2006

IMPRENSA, PF E A DINHEIRAMA

TV Globo contesta CartaCapital

Por Ali Kamel - Diretor-Executivo do Jornal Nacional

Leitor assíduo deste Observatório, um espaço plural e aberto a todas as discussões relativas ao jornalismo, pude acompanhar o debate envolvendo a matéria de capa da revista CartaCapital. Por esse motivo, gostaria de compartilhar com os leitores do OI a longa resposta que enviei à revista. Na semana passada, recebi de Maurício Dias um questionário cujo teor não deixava dúvida de que a revista estava mal-intencionada: as perguntas partiam sempre de premissas falsas e se referiam a episódios que nunca existiram. Preferi então dar uma resposta geral, reafirmando nossa convicção de que estamos realizando uma cobertura isenta das eleições. Para minha surpresa, porém, os principais ataques da revista à TV Globo não constavam do questionário que o repórter tinha me enviado. Isso pode ser facilmente constatado a partir da leitura da "reportagem".

A TV Globo não teve oportunidade de relatar a verdade dos fatos previamente. Isto está feito no texto abaixo. É um relato minucioso e verdadeiro, não em minha defesa, mas em defesa do trabalho que nossas equipes espalhadas por todo o Brasil vêm fazendo com seriedade e compromisso com a ética.

Informações preliminares

De tudo o que foi escrito em "A trama que levou ao segundo turno", reportagem de capa de CartaCapital da semana passada (nº 415, de 18/10/2006), a insinuação mais fantasiosa é aquela sobre o acidente com o vôo 1907, da Gol. A revista afirma que, no Jornal Nacional de 29 de setembro, o noticiário eleitoral, com destaque para as fotos do dinheiro dos petistas, foi praticamente o único assunto. Depois, ao constatar que o telejornal não divulgou a notícia do desastre, a revista pergunta: "A emissora levou um furo, como se diz no jargão jornalístico, ou decidiu concentrar seus esforços no que lhe pareceu mais importante?".

A revista alega que o site Terra, às 20h10, já trazia extensa matéria sobre o desastre.

A insinuação provocou constrangimento nas nossas equipes em Rio, São Paulo, Brasília e Manaus, envolvidas na cobertura da tragédia. As primeiras informações sobre o desaparecimento de um avião nos chegaram quando o JN já estava havia muito no ar (o telejornal teve início às 20h). Imediatamente, nossas equipes saíram à cata de informações, que eram escassas e sem confirmação. Seria um avião de passageiros que estava desaparecido ou atrasado? Ele era da Gol ou da Embraer? Ele sumiu em Mato Grosso, indo para Brasília, ou no Pará, indo para Manaus? Em nossas redações, foi aquela correria, mas todos tínhamos uma convicção: só poríamos a informação no ar quando tivéssemos certeza dela.

Um telejornal como o Jornal Nacional, recordista absoluto de audiência, constrói a sua reputação assim: com notícias corretas, sem espalhar o pânico no país. Pôr no ar que um avião de passageiros da Gol "pode" estar desaparecido, sem dizer qual o vôo e qual a rota é simplesmente levar o pânico para milhares de casas Brasil afora. Não fizemos isso. Não faremos isso. Mesmo que tivéssemos conseguido confirmar a informação antes do encerramento do JN, ela seria apenas uma nota, pois todos que conhecem TV sabem que é impossível produzir um rico material com o jornal a caminho do fim, com um assunto que demanda deslocamentos grandes.

Não consegui encontrar a suposta nota das 20h10 do site Terra, mencionada pela reportagem na CartaCapital, não sei sequer se ela existiu de fato. Mas encontrei outra, tida pelo site como a primeira, publicada às 20h46 atualizada às 3h21 do sábado, em que tudo está na condicional (observem os trechos em itálico), mesmo após atualizações tão tardias:

"Um avião de passageiros da Gol, vôo 1907, que saiu de Boa Vista com escala em Manaus, Belém e Brasília e destino ao Rio de Janeiro, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), teria sumido do radar de controle do sistema aéreo nacional. As informações iniciais dão conta de que havia 155 passageiros, mas ainda não se sabe o número exato de pessoas a bordo. Segundo informações preliminares, o avião teria colidido em pleno vôo com outra aeronave de pequeno porte, modelo Legacy, fabricada pela Embraer.

"O gerente de imprensa da Infraero comunicou que logo após o desaparecimento do avião da Gol, uma aeronave de reconhecimento eletrônico da Força Aérea Brasileira, capaz de detectar metais em terra, em regiões de selva, e de voar em situações de alto risco, decolou para tentar localizar o avião.

"Segundo a Infraero a área que estão monitorando é de um raio de 30 quilômetros. A direção da Infraero está esperançosa já que moradores de São Felix do Xingu, fronteira do Mato Grosso com o Pará, avistaram um avião de grande porte voando baixo, mas não houve relatos de explosão. O avião modelo Legacy, de propriedade de uma empresa norte-americana, que teria se chocado com o avião da Gol, fez contato com a torre de controle de tráfego aéreo de Manaus para avisar do ocorrido e pousou".

Esta notícia, como disse, foi publicada às 20h46, quando o JN já tinha acabado (ele saiu do ar às 20h45). E trazia apenas possibilidades. Um site de internet deve publicar informações assim, tão preliminares (mas notem que só o fez às 20h46). Um telejornal da dimensão de um JN, jamais. Mesmo que tenha havido uma notícia sobre o assunto no Terra às 20h10, como alega a revista, o grau de imprecisão dela deve ter sido ainda maior, forçosamente, do que a que foi divulgada às 20h46.

Fonte graduada

A notícia foi divulgada pela Rede Globo tão logo obtivemos a confirmação oficial, sem possibilidade de erro, obtida junto à Gol e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Isso ocorreu poucos minutos após o término do JN. Obtivemos a confirmação de fonte segura, mas ainda antes de uma manifestação oficial e por escrito tanto da Gol quando da Anac, que só divulgaram a primeira nota oficial às 21h50.

Não nos sentimos frustrados, mas convictos de que não divulgamos boatos, não dissemos que uma aeronave estaria desaparecida, mas demos a notícia exata: o avião da Gol que fazia o vôo 1907 desapareceu quando sobrevoava a região amazônica, entre Manaus e Brasília, com 155 passageiros a bordo. E, a partir dali, a cada intervalo comercial, municiamos nossos telespectadores com notícias exatas. Foi assim no Jornal da Globo daquela noite. Foi assim no Jornal Hoje e no Jornal Nacional dos dias subseqüentes. Um detalhe: o noticiário sobre o dossiê e as fotos, três VTs e duas notas, ocupou oito dos 37 minutos do JN. Dizer que o tema foi praticamente o único do JN daquele dia é, portanto, apenas parte da fantasia.

Também é falsa a afirmação de que eu teria tomado conhecimento na própria sexta-feira (30/9) de uma fita com a conversa entre o delegado Bruno e os jornalistas a quem distribuiu as fotos. Eu só soube da possível existência de uma fita no dia seguinte, depois que, publicamente, o ministro Tarso Genro e o coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, deram entrevistas dizendo que a fita existia e que nela o delegado dizia que seu desejo era "ferrar o PT".

Liguei para São Paulo no início da noite de sábado para saber se sabíamos dessa fita. Luiz Cláudio Latge, diretor de jornalismo em São Paulo, disse que o repórter Rodrigo Bocardi tinha ouvido a fita, fora da Globo, e eu pedi que ele me reproduzisse o conteúdo. Ele foi enfático ao afirmar que nos dez minutos de conversa, em nenhum momento, o delegado se referiu ao PT ou a motivações políticas. O que fizemos? Pusemos no ar as suspeitas de Marco Aurélio Garcia, no JN, reproduzindo sua frase sobre "ferrar o PT" e, em seguida, demos uma nota dizendo que nos dez minutos de conversa com os jornalistas em nenhum momento a frase fora dita. E acrescentamos que o delegado se justificava, alegando que fazia aquilo porque se sentiu prejudicado ao ter sido afastado do caso. Isso no dia exato em que a existência da fita passou a ser cogitada, na véspera da eleição.

A íntegra da reportagem do JN sobre Marco Aurélio Garcia é a que segue:

A divulgação das fotos foi novamente criticada pelo PT. Hoje, as críticas foram dirigidas ao PSDB e à imprensa.

O coordenador da campanha de reeleição do presidente Lula, Marco Aurélio Garcia, voltou a dizer que o vazamento das fotografias teve objetivo político. E reclamou que os jornais não contaram toda a história. Para Garcia, a imprensa deveria ter revelado a fonte da informação.

As fotos foram divulgadas pelo delegado Edimilson Bruno, citado pela imprensa, inclusive pela TV Globo, como uma fonte graduada da Polícia Federal. Ontem, o delegado chegou a declarar que as fotos teriam sido roubadas. (aqui entra uma fala de Marco Aurélio Garcia)

– Não são quaisquer informações, são informações de caráter delitual. Quando um delegado diz: "Eu vou subir agora para forjar um boletim de ocorrência", a imprensa está sendo informada de um.

Marco Aurélio Garcia disse ainda que tem informações de que o delegado da Polícia Federal, Edmilson Bruno, teria dito aos jornalistas que estava divulgando as fotos para atingir o PT:

– Quando um delegado, fugindo das suas responsabilidades, declara que vai fazer isto para ferrar, não foi bem esta expressão, o PT e o presidente Lula, ele está saindo da conduta funcional que se espera de um delegado.

Em Fortaleza, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, disse que as reclamações do PT encobrem a questão verdadeira – a origem do dinheiro:

– Estão em verdadeiro pânico sobre a divulgação destas fotos, desta montanha de dinheiro. Isto me parece quase uma confissão de crime, que o dinheiro é deles e que é um dinheiro ilegal.

A íntegra da nota de redação sobre o conteúdo da conversa entre o delegado e os jornalistas que receberam as fotos é a seguinte:

O repórter da TV Globo que recebeu as fotos diz que o delegado conversou com os jornalistas durante dez minutos. E que em momento nenhum mencionou qualquer motivação política para a atitude. O delegado disse apenas que se sentia prejudicado pela Polícia Federal por ter sido afastado do caso – mesmo tendo efetuado as prisões.

Isso deixa claro que o JN foi absolutamente transparente no que diz respeito às suposições do PT a respeito da fita. E cumpriu a sua obrigação de dizer aos seus telespectadores que a intenção de "ferrar o PT" ou outra motivação político-eleitoral não foram mencionadas na conversa com os repórteres.

Agiram mal a TV Globo e toda a imprensa ao divulgar as fotos? De maneira alguma, elas eram de extremo interesse público. Agiu mal a TV Globo ao preservar a fonte? Também não, porque ao mesmo tempo em que preservou a fonte, não fez, em nenhum momento, o que ela pediu: alegar que os CDs haviam sido furtados. Desde o primeiro instante a TV Globo disse a seus telespectadores que conseguira os CDs de uma fonte graduada da Polícia Federal, com isso deixando claro que se tratava de alguém da hierarquia da polícia. Em nenhum momento dissemos que os CDs por nós obtidos eram fruto de furto ou roubo.

Qualidade sofrível

O que mais impressiona é a parte da reportagem em que se destaca a frase do delegado: "Tem de sair hoje à noite na TV. Tem de sair no Jornal Nacional". Trata-se de um caso de omissão cujo objetivo pode ter sido dar a entender que a intenção do delegado era vazar as fotos prioritariamente para a TV Globo. Nada mais falso.

Conversando com quatro jornalistas, nenhum deles da TV Globo, o delegado, a certa altura, pergunta para qual televisão ele deve divulgar, alegando que precisa que as fotos saiam numa TV. Os repórteres, nenhum deles da TV Globo, sugerem a Globo e o SBT. O delegado pergunta então se há alguém da Globo nas proximidades, e os repórteres apontam para Rodrigo Bocardi, repórter do Jornal Nacional, que estava de plantão na Polícia Federal. Outro repórter do grupo acrescenta que também está na PF um repórter da TV Bandeirantes, a quem classifica de gente finíssima. O delegado alega que não tem CDs para todos, mas os repórteres asseguram a ele que tirarão cópias e farão a distribuição aos repórteres de TV. O delegado pergunta se pode confiar no grupo, se de fato eles vão distribuir os CDs para todos, porque, acrescenta ele, não interessa que apenas um veículo divulgue o furo. Na visão dele, todos têm de divulgar.

A essa altura, um dos repórteres pergunta se as fotos só podem sair na TV no dia seguinte (tenta deixar o furo para os jornais impressos). O delegado esclarece então que devem sair ainda naquela noite, no primeiro jornal da Globo, à noite, mas não à tarde. E acrescenta a frase, citada apenas pela metade pela revista: "Tem de sair no Jornal Nacional. Se for o SBT, Ana Paula Padrão". A preocupação do delegado, ao citar os dois telejornais, é mostrar que ele gostaria que as fotos saíssem nos primeiros telejornais da noite, e não nos últimos. Ao se despedir dos repórteres, o delegado se certifica de que não precisa se preocupar nem com a Globo nem com a Band, porque os repórteres repassarão o material. E acrescenta, em tom de desabafo: "Se eu não vir isso nem na Globo nem na Band...". Os repórteres o tranqüilizam, garantindo que os CDs serão repassados para as duas emissoras.

Esses diálogos mostram claramente que CartaCapital se baseou numa edição parcial das frases do delegado, e, assim, distorceu, voluntária ou involuntariamente, os fatos, atacando a TV Globo.

De resto, diante do questionário que Maurício Dias me mandou, tomei a decisão de não responder especificamente a nenhuma das perguntas, porque todas partiam de premissas falsas ou relatavam episódios que simplesmente não existiram. Eram perguntas sobre o que não existiu, com o objetivo de pôr em dúvida a nossa isenção em relação ao PT. Algumas, além de falsas, eram constrangedoramente contraditórias. Numa delas, por exemplo, indaga-se por que a TV Globo não destacou um repórter para investigar a participação de Abel Pereira na máfia das sanguessugas; em outra pergunta, afirma-se que a TV Globo engavetou uma ou mais reportagens sobre Abel, uma delas já editada e que nunca teria ido ao ar. O repórter não se deu conta de que é ou uma coisa ou outra. Mas se há dúvidas sobre as minhas respostas, reitero aqui: as premissas das perguntas eram sempre falsas.

Decidi apenas dizer que nos orgulhávamos da isenção que conseguimos imprimir em nossos telejornais. E citei uma frase do presidente Lula, atestando publicamente a nossa isenção. Ao ler a reportagem, porém, diante de insinuações sem nenhuma base na realidade, que ofendem não somente a mim mas a todos os profissionais da TV Globo, em respeito aos leitores de CartaCapital, decidi encaminhar esses esclarecimentos.

Não sou movido por paixões políticas e meu compromisso é apenas com a minha profissão: relatar os fatos, com correção e imparcialidade, não importando se beneficiam ou prejudicam esta ou aquela corrente política. Posso constatar com orgulho que esta é também a postura dos meus colegas de redação. Para todos nós, é motivo de satisfação trabalhar numa casa que não espera de seus funcionários outra coisa senão esse tipo de comportamento. Políticos passam. Eleições chegam ao fim. Mas o nosso trabalho jornalístico é diário e avança nos anos. Supor que jornalistas da TV Globo e a própria emissora possam perder isso de vista, trocando os compromissos éticos de nossa missão conjunta por objetivos políticos subalternos, é uma ofensa gravíssima que repudiamos com toda a ênfase.

PS: Cópias da fita com a conversa gravada entre o delegado e os repórteres, divulgadas por alguns sites, estranhamente têm uma qualidade sofrível, especialmente nos trechos que menciono aqui. Tenho certeza de que cópias em melhor estado hão de surgir, quem sabe neste Observatório.

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?msg=ok&cod=403JDB010&#c




Só Coincidências

Não sejamos injustos com a TV Globo. Só porque o Garibaldi Alves Filho - RELATOR DA CPI DOS BINGOS é dono da Televisão Cabugi (RN) - http://intertvonline.globo.com que é retransmissora da Globo, e o Tasso Jereissati (CE), PRESIDENTE NACIONAL DO PSDB, que é dono da TV Verdes Mares que é retransmissora da TV Globo - http://verdesmares.globo.com/v3/index.asp e o Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) que é dono das Televisão Bahia, retransmissora da TV Globo em Salvador (BA), TV Subaé, em Feira de Santana (BA), Televisão Conquista, em Vitória da Conquista (BA) que são retransmissoras da Globo e todos serem da oposição, não significa que a Globo vai deixar de ser imparcial. É mera coincidência.

Também não podemos achar que a Globo deixou de ser imparcial só porque na última sexta-feira 13, no Globo Repórter, se perguntava se o número "13" dava azar ou não. É só coincidência com o número do PT que também é 13. Não tem nada de subliminar nisso. Não podemos dizer que é parcialidade só porque a TV Globo e rádio, nos intervalos comerciais, quando a emissora se prepara para retomar o controle das retransmissoras para veicular comerciais nacionais e, para evitar qualquer problema de sincronização com as retransmissoras, a rádio Globo coloca no ar, para todo o Brasil, comerciais de CDs da Som Livre, que é uma empresa da Globopar, tipo Malhação, trilha de novelas, etc e, ultimamente, tem veiculado um comercial de lançamento de um CD da Som Livre com músicas da década de 90 e a primeira música que toca para ilustrar o conteúdo é "Os Alquimistas estão chegando..." do Jorge Ben-Jor. Aqui, também, não vi nada de subliminar.

Acho a maior injustiça dizer que O Globo está fabricando manchete para a campanha do Alckmin, só porque ontem, mesmo antes da edição do jornal sair, A campanha do Alckmin na TV já entrou com cenas da manchete de primeira página do Jornal O Globo do dia seguinte, com o seguinte texto: PT USARÁ FACÇÃO DO CRIME PARA ABAFAR DOSSIÊ, mesmo sem ter tempo razoável para entrega do material de campanha dos partidos na TV que vai gerar em rede nacional de TV o material de campanha.

Dizer que isso só aconteceu porque os ex-globais os jornalistas Luis Gonzales e Woile Guimarães sócios da GW, produtora que trata do marketing político da campanha do Alckmin usaram de seu trânsito na emissora geradora e Woile Guimarães foi diretor do Globo Repórter e, também, porque a GW já estava na porta da PF de São Paulo, mesmo antes dos presos no Íbis chegarem? Foi mera coincidência.

Vejam que malvadeza dizer que a Globo é parcial só porque em 2002 ela mostrou em primeira mão, no JN, as imagens do dinheiro da Roseana Sarney, que a PF tinha apreendido, dizendo ser ilegal mas, ficou provado que não era ilegal e os envolvidos na época são os mesmos do caso dossiê: Serra, o procurador Mario Lucio Avelar, a PF e Globo. É tudo coincidência.

Stanley.

19/10/2006 16:16

Gastos sigilosos são legais e fiscalizados pelo Congresso

Visitem o Blog do Zé Dirceu

Gravíssima a matéria do Estadão "Planalto sonegaria dados sobre cartões". Grave porque trata-se de mais uma denúncia eleitoreira, que o próprio jornal não tem coragem de sustentar, tanto que faz o título na condicional. O Planalto, ou seja, o governo, não sonega nada. Há no Brasil uma lei que protege os gastos do governo com a segurança do presidente. Esses gastos, no entanto, podem e devem ser fiscalizados pelo Congresso Nacional, que tem uma comissão especial para controlar e fiscalizá-los.

Também é grave a acusação caluniosa feita por parlamentares do PSDB na matéria e mais grave ainda o envolvimento de um minisro do Tribunal de Contas da União, Ubiratan Aguiar, de que o presidente e sua família - observem bem, e sua família - estariam "utilizando dinheiro público em aquisições ou outros benefícios alheios ao cargo ou a condição que ocupa no governo".

É uma acusação caluniosa e desrespeitosa ao presidente e sua familia, grave porque parte de um deputado do PSDB, Gustavo Fruet. A conferir em que vai dar mais essa denúncia irresponsável. Depois não aceitam críticas a certos setores dos tribunais. Está aí uma prova concreta de atuação inaceitável. Comparem com as lágrimas de crocodilho derramandas pela grande mídia quando o site do PT fez alusão a denúncias sobre a família do ex-governador Alckmin.

enviada por Zé Dirceu

19/10/2006 13:13h

PF DEMORA A INVESTIGAR O DINHEIRO (DE SC)

Paulo Henrique Amorim

A Oposição cobra da Polícia Federal mais rapidez na apuração da origem do dinheiro dos petistas "aloprados". Aquele dinheiro que aparece na foto que o delegado Bruno distribuiu ao Jornal Nacional, na véspera da eleição do primeiro turno (clique aqui para ouvir e ler a íntegra da conversa do delegado Bruno sobre o Jornal Nacional).

Mas nem a oposição nem a midia que a apoia se lembram do outro dinheiro. O dinheiro de Santa Catarina.

Por que será que o Senador (até 31 de dezembro de 2006) Jorge Bornhausen não fala dele?

A história do dinheiro é a seguinte:

O ex-assessor da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, Aldo Hey Neto, foi preso no dia 16 de agosto deste ano durante a Operação Dilúvio da Polícia Federal com mais de R$ 2 milhões, em cédulas de reais e dólares. O delegado Bruno não tem essas fotos. Nem o Jornal Nacional. A Operação Dilúvio investigava importações ilegais (clique aqui).

Quem é Aldo Hey?

Aldo Hey é do Paraná e foi convidado para trabalhar como assessor da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina por indicação de Rodrigo Bornholdt.

Rodrigo Bornholdt é vice-prefeito de Joinville (uma das maiores cidades de Santa Catarina), filho de Max Bornholdt (secretário da Fazenda de Santa Catarina) e afilhado de Luiz Henrique da Silveira (governador de Santa Catarina).

Luiz Henrique disputa a reeleição ao governo de Santa Catarina por uma aliança formada entre PMDB, PSDB e PFL.

Aldo Hey coordenou em Santa Catarina um sistema criado por decreto do governo do Estado chamado COMPEX. Por meio desse sistema empresas importadoras de outros Estados poderiam importar produtos por meio de Santa Catarina com 3% de ICMS e isenção total na taxa de importação. Normalmente, além da taxa de importação as empresas importadoras precisam pagar 12% de ICMS.

O decreto do governo de Santa Catarina dava poder exclusivo a Aldo Hey para definir que empresa poderia receber o benefício de isenção fiscal.

Quando Aldo Hey foi preso com os R$ 2 milhões, que até hoje não teve origem nem destino esclarecidos, ele disse que recebeu o dinheiro de palestras que fez. Detalhe: Aldo Hey dava palestras sobre como evitar crimes fiscais no comércio internacional. Ou seja, ensinava a combater esquemas como o desmontado pela Operação Dilúvio.
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/395501-396000/395546/395546_1.html

19/10/2006 ¦ 13:33

Lula amplia vantagem sobre Alckmin

A mais recente pesquisa nacional do Instituto Vox Populi, que será divulgada esta noite pelo Jornal da Band, aumentará de 10 para 20 pontos percentuais a vantagem de Lula sobre Alckmin. A pesquisa anterior foi aplicada no início da semana passada.

O resultado da nova pesquisa Vox bate com o resultado da pesquisa do Instituto Datafolha divulgado anteontem à noite pelo Jornal Nacional.

Hoje tem pesquisa Ibope no Jornal Nacional.

http://noblat1.estadao.com.br/noblat/visualizarConteudo.do?metodo=exibirPosts&data=19/10/2006#post27115

Vejam o preconceito do político do PFL Rodrigo Maia, contra os eleitores do Lula.

O Rodrigo Maia, líder do PFL na Câmara, que teria sua foto estampada num dicionário ilustrado (veja abaixo), como resultado da busca pela palavra "bundão", se acha esclarecido para falar a besteira que falou no texto abaixo, mas só tem o segundo grau, conforme diz na sua biografia no site da Câmara dos Deputados. E olha que o cara é filhinho de papai, teve e tem condições para estudar nas melhores faculdades do Brasil e exterior.

RODRIGO MAIA - PFL/RJ


Foto do Deputado RODRIGO MAIA Rodrigo Felinto Ibarra Epitácio Maia
Nascimento: 12/06/1970 -
Profissões: Analista Financeiro
Filiação: Cesar Epitácio Maia e Mariangeles Ibarra Maia
Legislaturas: 1999-2003, 2003-2007, 2007-2011.
Gabinete: 308, Anexo 4, Fone: 3215-530, Fax: 3215-230 Email:dep.rodrigomaia@camara.gov.br.

Filiações Partidárias:
PFL, -1999; PFL, 2001-; PTB, 1999-200.
Atividades Partidárias:
Assessor, Campanha Política para a Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, RJ, 1996; Primeiro-Vice-Líder do PFL, 2003-2005; Líder da Bancada do PFL, 2005-; Líder do PFL, 2005-.
Atividades Profissionais e Cargos Públicos:
Funcionário, Banco BMG, 1990, e Banco Icatu S.A., 1993-1997; Secretário Municipal de Governo, Rio de Janeiro, RJ, 1997-1998.
Estudos e Graus Universitários:

Economia (incompleto), Fac. Cândido Mendes, Rio de Janeiro, RJ, 1989. (...)

http://www.camara.gov.br


19/10/2006 ¦ 11:21

Grifo meu: Vejam o que os aliados do Alckmin pensam:

O Nordeste e os administradores britânicos

Do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), sobre a tese de Rodrigo Maia (RJ), líder do PFL, de que os eleitores de Alckmin são mais bem informados que os do Lula:

- É uma manifestação de preconceito contra uma parte do eleitorado que vota no presidente Lula. Os tucanos e o PFL acham que só os eleitores deles são esclarecidos, que só os eleitores deles são bem informados. Enquanto eles olharem para o Nordeste como um colonizador britânico olha uma colônia britânica...os tucanos não são os administradores ingleses, nem o Nordeste é uma colônia africana. Eles precisam aprender a respeitar todos os eleitores. Eleitor do Lula, eleitor do Alckmin, com doutorado honoris causa, eleitor que sabe apenas assinar o nome, todos são brasileiros, todos eleitores.

http://noblat1.estadao.com.br/noblat/visualizarConteudo.do?metodo=exibirPosts&data=19/10/2006#post27114


19/10/2006 08:00

Nesta quarta, contratações irregulares no governo de SP

Visitem o Blog do Zé Dirceu

Relatos da imprensa hoje:

1. O Ministério Público do Trabalho acusa o governo do Estado de São Paulo de contratar 14 mil policiais militares de forma irregular nos últimos quatro anos e pede indenização de R$ 3 milhões por danos morais em uma ação civil pública encaminhada à Justiça do Trabalho. O Núcleo de Combate às Irregularidades Trabalhistas na Administração Pública do MPT de São Paulo investiga outras cerca de 200 mil contratações irregulares feitas nos últimos quatro anos pelo Estado, nas gestões do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à Presidência, e de Cláudio Lembo (PFL). Ajuizada em 6 de setembro, a ação questiona a contratação de militares na condição de trabalhadores "voluntários sem direitos trabalhistas". [Folha de S.Paulo]

2. O recuo no preço dos alimentos e a menor pressão dos administrados e dos serviços neste ano farão com que os brasileiros tenham mais dinheiro para gastar com produtos que não são de primeira necessidade. Até agora, a massa de rendimentos disponível para o consumo desse tipo de bens já cresceu 6,6%, percentual maior do que o avanço da massa total de renda, que foi de 5,7%, segundo cálculos da consultoria MB Associados. [Valor Econômico]

3. Desde que foi criado, em maio de 2004, até setembro último, o empréstimo consignado (com desconto em folha) movimentou R$ 17,9 bilhões e foi tomado por um terço dos aposentados e pensionistas do INSS. (...) O uso do consignado cresceu mais na faixa dos que ganham entre um e dois salários mínimos. Eles respondem por 40,95% dos negócios. [Gazeta Mercantil]

enviada por Zé Dirceu

Razões da ira da Veja

Reproduzido do blog Contrapauta

A definição acima, pinçada dos estudos sobre cultura de massa dos filósofos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), pode estar na origem da ira da Editora Abril e sua principal ponta-de-lança, a revista Veja, contra o PT e o governo Lula. A artilharia da revista para a dinamitação de um então hipotético segundo mandato de Lula teve início na edição de 25 de maio do ano passado, com a capa do rato trajando terno, gravata vermelha e uma cigarrilha entre os dedos.

Nesse período, aponta reportagem do Valor Econômico de hoje, na reportagem "Editoras menores vendem mais ao governo federal", já se preparava no Ministério da Educação a portaria 2.963, que viria a ser publicada dois meses depois no Diário Oficial. Assinada pelo ministro Fernando Haddad, a portaria 2.963, "dispõe sobre as normas de conduta para o processo de execução dos Programas do Livro", proibe a distribuição de brindes e vantagens, veta a publicidade e a produção de eventos promocionais nas escolas, entre outros recursos de marketing que pudessem induzir os professores à escolha dos livros que iriam usar nas salas de aula.

"As regras para a divugação de livros ditáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte", diz o Valor. O governo brasileiro é o maior comprador individual do mundo de livros didáticos. No ano que vem, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) vai comprar 102 milhões de exemplares para distribuição gratuita nas escolas públicas.

A mudança nas regras de divulgação não foi nada boa para a Abril, pois colocou na ilegalidade suas práticas de marketing e divugação junto aos professores. Ao Valor, o diretor-geral da Abril-Educação, João Arinos dos Santos, diz: "Reconhecemos que pode ter havido excessos na divulgação, mas acreditamos que a forma de coibir isso não é proibir a divulgação".


O descontentamento de Santos mora na queda do faturamento da Abril entre o último orçamento do PNLD de FHC e o do ano que vem. Em 2004, as duas editoras de livros didáticos da Abril - Ática e Scipione - ocupavam o primeiro e o quarto lugar entre as maiores fornecedoras, totalizando contratos de R$ 128,7 milhões. Com o fim dos "excessos na divulgação", perderam 30% do mercado - ambas vão faturar R$ 88,4 milhões - ou R$ 40 milhões a menos do que em 2004. Pior ainda, perderam espaço em um mercado que cresceu: em 2004, o PNLD gastou R$ 412,4 milhões; no ano que vem, vai desembolsar R$ 456,7 milhões.

Vale a pena ler na íntegra?

Editoras menores vendem mais ao governo federal

Tainã Bispo para o Valor Econômico

As regras para a divulgação de livros didáticos nas escolas públicas mudaram. E o jogo virou a favor das editoras de menor porte. A portaria número 2.963, publicada em agosto de 2005, proibiu "realizar a divulgação dos materiais diretamente nas escolas", assim como eventos ou palestras dentro desses locais públicos e o oferecimento de brindes durante o processo de escolha do livro didático - feito de forma descentralizada pelo professor ou diretor da escola. Essas barreiras minaram o poder de fogo de alguns grupos editoriais (ver quadro), que até então destinavam grande parte da verba publicitária ao relacionamento entre seus representantes e esses funcionários públicos.

Em setembro deste ano, o governo federal - maior comprador de livros do Brasil - fez a compra para os livros de 1ª a 4ª série do ensino fundamental para os próximos três anos (além da compra de reposição entre 5ª e 8ª séries). Nesse novo cenário, muitas das grandes editoras do setor não obtiveram o mesmo desempenho que o realizado na venda de 2004.

Agora, todas as companhias divulgam seus títulos da mesma forma: por "remessa postal". "As editoras pequenas têm títulos com a mesma qualidade, mas na hora da comercialização são prejudicadas", afirma Renato Guimarães Adur, diretor da Base Editora, sediada em Curitiba.

A empresa, há onze anos no mercado, teve 13 títulos aprovados no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) em 2004, uma quantia equivalente a R$ 1,4 milhão. Para o programa de 2007, foram 28 obras aprovadas, vendidas por R$ 7,7 milhões. Mesmo o governo tendo selecionado um maior número de títulos no último PNLD, Adur explica que a portaria influenciou de forma decisiva o crescimento da Base.

Francisco Azevedo de Arruda Sampaio, sócio-diretor da Editora Sarandi, diz que o processo ficou mais justo. "Mudou-se o comportamento na hora da compra", afirma. "Com isso, abriu-se espaço para editoras pequenas". Este foi o primeiro ano em que a editora participou do PNLD e, com dez títulos aprovados, vendeu R$ 4,8 milhões.

Mas a portaria não foi criada com o único objetivo de proteger as editoras menores. A regulamentação de uma das etapas do processo - período de 40 dias em que os professores e diretores escolhem os títulos - ocorreu devido ao número de reclamações. "Havia situações de denúncias, principalmente da interferência das editoras nessa fase", diz Silvério Moraes da Cruz, presidente da Comissão de Julgamento dos Programas do Livro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Segundo Cruz, a idéia foi isentar o professor da pressão que as editoras fazem e criar uma "situação de regularidade em que todos pudessem participar de igual para igual".

Nem todos concordam. João Arinos Ribeiro dos Santos, diretor-presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) e diretor-geral da Abril Educação, que possui os selos Ática e Scipione, diz que "o professor deve ter direito a maior quantidade de informação sobre o livro".

"Reconhecemos que pode ter havido excessos na divulgação, mas acreditamos que a forma de coibir isso não é proibir a divulgação", diz Santos. Ele explica que antes da publicação da portaria, a Abrelivros já havia lançado, em março de 2005, um código de ética próprio aos 30 associados.

Neste ano, diz Santos, algumas editoras mudaram a estratégia de marketing, fazendo a divulgação do livro fora da escola - até na casa dos professores. Mas ele reconhece que a Ática e a Scipione não tiveram tanto êxito. Mesmo com um maior número de títulos aprovados este ano, os selos da Abril Educação tiveram queda nas vendas. A Ática, por exemplo, vendeu R$ 59,3 milhões, uma queda de 31% em relação a 2004.

As regras podem ficar ainda mais duras. O FNDE estuda reescrever partes da portaria que "não ficaram muito claras", explica Cruz. A nova versão será publicada até fevereiro, detalhando algumas normas e punições. A Abrelivros tenta reverter essa decisão.

http://www.informante.net/resources.php?catID=2&pergunta=3594#Cena_1


12/09/2006

Racistas controlam a revista Veja

por Altamiro Borges*

Na sua penúltima edição, a revista Veja estampou na capa a foto de uma mulher negra, título de eleitor na mão e a manchete espalhafatosa: “Ela pode decidir a eleição”. A chamada de capa ainda trazia a maldosa descrição: “Nordestina, 27 anos, educação média, R$ 450 por mês, Gilmara Cerqueira retrata o eleitor que será o fiel da balança em outubro”. O intuito evidente da capa e da reportagem interna era o de estimular o preconceito de classe contra o presidente Lula, franco favorito nas pesquisas eleitorais entre a população mais carente. A edição não destoava de tantas outras, nas quais esta publicação da Editora Abril assume abertamente o papel de palanque da oposição de direita e destina veneno de nítido conteúdo fascistóide.

Agora, o escritor Renato Pompeu dá novos elementos que apimentam a discussão sobre a linha editorial racista desta revista. No artigo “A Abril e o apartheid”, publicado na revista Caros Amigos que está nas bancas, ele informa que “o grupo de mídia sul-africano Naspers adquiriu 30% do capital acionário da Editora Abril, que detém 54% do mercado brasileiro de revistas e 58% das rendas de anúncios em revistas no país. Para tanto, pagou 422 milhões de dólares. A notícia é de maio e foi publicada nos principais órgãos da mídia grande do Brasil. Mas não foi dada a devida atenção ao fato de a Naspers ter sido um dos esteios do regime do apartheid na África do Sul e ter prosperado com a segregação racial”.

Líderes da segregação racial

A Naspers tem sua origem em 1915, quando surgiu com o nome de Nasionale Pers, um grupo nacionalista africâner (a denominação dos sul-africanos de origem holandesa, também conhecidos como bôeres, que foram derrotados pela Grã-Bretanha na guerra que terminou em 1902). Este agrupamento lançou o jornal diário Die Burger, que até hoje é líder de mercado no país. Durante décadas, o grupo, que passou a editar revistas e livros, esteve estreitamente vinculado ao Partido Nacional, a organização partidária das elites africâneres que legalizou o detestável e criminoso regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial.

Como relata Renato Pompeu, “dos quadros da Naspers saíram os três primeiros-ministros do apartheid”. O primeiro diretor do Die Burger foi D.F. Malan, que comandou o governo da África do Sul de 1948 a 1954 e lançou as bases legais da segregação racial. Já os líderes do Partido Nacional H.F. Verwoerd e P.W. Botha participaram do Conselho de Administração da Naspers. Verwoerd, que quando estudante na Alemanha teve ligações com os nazistas, consolidou o regime do apartheid, a que deu feição definitiva em seu governo, iniciado em 1958. Durante a sua gestão ocorreram o massacre de Sharpeville, a proibição do Congresso Nacional Africano (que hoje governa o país) e a prolongada condenação de Nelson Mandela.

Já P. Botha sustentou o apartheid como primeiro-ministro, de 1978 a 1984, e depois como presidente, até 1989. “Ele argumentava, junto ao governo dos Estados Unidos, que o apartheid era necessário para conter o comunismo em Angola e Moçambique, países vizinhos. Reforçou militarmente a África do Sul e pediu a colaboração de Israel para desenvolver a bomba atômica. Ordenou a intervenção de forças especiais sul-africanas na Namíbia e em Angola”. Durante seu longo governo, a resistência negra na África do Sul, que cresceu, adquiriu maior radicalidade e conquistou a solidariedade internacional, foi cruelmente reprimida – como tão bem retrata o filme “Um grito de liberdade”, do diretor inglês Richard Attenborough (1987).

Os tentáculos do apartheid

Renato Pompeu não perdoa a papel nefasto da Naspers. “Com a ajuda dos governos do apartheid, dos quais suas publicação foram porta-vozes oficiosos, ela evoluiu para se tornar o maior conglomerado da mídia imprensa e eletrônica da África, onde atua em dezenas de países, tendo estendido também as suas atividades para nações como Hungria, Grécia, Índia, China e, agora, para o Brasil. Em setembro de 1997, um total de 127 jornalistas da Naspers pediu desculpas em público pela sua atuação durante o apartheid, em documento dirigido à Comissão da Verdade e da Reconciliação, encabeçada pelo arcebispo Desmond Tutu. Mas se tratava de empregados, embora alguns tivessem cargos de direção de jornais e revistas. A própria Naspers, entretanto, jamais pediu perdão por suas ligações com o apartheid”.

Segundo documentos divulgados pela própria Naspers, em 31 de dezembro de 2005, a Editora Abril tinha uma dívida liquida de aproximadamente US$ 500 milhões, com a família Civita detendo 86,2% das ações e o grupo estadunidense Capital International, 13,8%. A Naspers adquiriu em maio último todas as ações da empresa ianque, por US$ 177 milhões, mais US$ 86 milhões em ações da família Civita e outros US$ 159 milhões em papéis lançados pela Abril. “Com isso, a Naspers ficou com 30% do capital. O dinheiro injetado, segundo ela, serviria para pagar a maior parte das dividas da editora”. Isto comprova que o poder deste conglomerado, que cresceu com a segregação racial, é hoje enorme e assustador na mídia brasileira.

Os interesses alienígenas

Mas as relações alienígenas da revista Veja não são recentes nem se dão apenas com os racistas da África do Sul. Até recentemente, ela sofria forte influência na sua linha editorial das corporações dos EUA. A Capital International, terceiro maior grupo gestor de fundos de investimentos desta potência imperialista, tinha dois prepostos no Conselho de Administração do Grupo Abril – Willian Parker e Guilherme Lins. Em julho de 2004, esta agência de especulação financeira havia adquirido 13,8% das ações da Abril, numa operação viabilizada por uma emenda constitucional sancionada por FHC em 2002.

A Editora Abril também têm vínculos com a Cisneros Group, holding controlada por Gustavo Cisneros, um dos principais mentores do frustrado golpe midiático contra o presidente Hugo Chávez, em abril de 2002. O inimigo declarado do líder venezuelano é proprietário de um império que congrega 75 empresas no setor da mídia, espalhadas pela América do Sul, EUA, Canadá, Espanha e Portugal. Segundo Gustavo Barreto, pesquisador da UFRJ, as primeiras parcerias da Abril com Cisneros datam de 1995 em torno das transmissões via satélites. O grupo também é sócio da DirecTV, que já teve presença acionária da Abril. Desde 2000, os dois grupos se tornaram sócios na empresa resultante da fusão entre AOL e Time Warner.

Ainda segundo Gustavo Barreto, “a Editora Abril possui relações com instituições financeiras como o Banco Safra e a norte-americana JP Morgan – a mesma que calcula o chamado ‘risco-país’, índice que designa o risco que os investidores correm quando investem no Brasil. Em outras palavras, ela expressa a percepção do investidor estrangeiro sobre a capacidade deste país ‘honrar’ os seus compromissos. Estas e outras instituições financeiras de peso são os debenturistas – detentores das debêntures (títulos da dívida) – da Editora Abril e de seu principal produto jornalístico. Em suma, responsáveis pela reestruturação da editora que publica a revista com linha editorial fortemente pró-mercado e anti-movimentos sociais”.

Um ninho de tucanos

Além de ser controlada por grupos estrangeiros, a Veja mantém relações estreitas com o PSDB, que é o núcleo orgânico do capital rentista, e com o PFL, que representa a velha oligarquia conservadora. Emílio Carazzai, por exemplo, que hoje exerce a função de vice-presidente de Finanças do Grupo Abril, foi presidente da Caixa Econômica Federal no governo FHC. Outra tucana influente na família Civita, dona do Grupo Abril, é Claudia Costin, ministra de FHC responsável pela demissão de servidores públicos, ex-secretária de Cultura no governo de Geraldo Alckmin e atual vice-presidente da Fundação Victor Civita.

Não é para menos que a Editora Abril sempre privilegiou os políticos tucanos. Afora os possíveis apoios “não contabilizados”, que só uma rigorosa auditoria da Justiça Eleitoral poderia provar, nas eleições de 2002, ela doou R$ 50,7 mil a dois candidatos do PSDB. O deputado federal Alberto Goldman, hoje um vestal da ética, recebeu R$ 34,9 mil da influente família; já o deputado Aloysio Nunes, ex-ministro de FHC, foi agraciado com R$ 15,8 mil. Ela também depositou R$ 303 mil na conta da DNA Propaganda, a famosa empresa de Marcos Valério que inaugurou um ilícito esquema de financiamento eleitoral para Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB. Estes e outros “segredinhos” da Editora Abril ajudam a entender a linha editorial racista da revista Veja e a sua postura de opositora radical do governo Lula.


*Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).

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