quinta-feira, novembro 02, 2006

Para a Globo somos “Homer Simpsons”

Somos todos Homer simpsons? Talvez seja essa a idéia inconfessável de William Bonner quando compara os telespectadores do Jornal Nacional a idiotas como Homer Simpson! Definitivamente a Rede Globo pensa que o povo é burro. Só isso explica a manipulação visível, no Jornal Nacional de hoje a noite.

A repórter abre sua matéria dizendo: “Em Brasília, os vôos estão com atraso nada mudou para os passageiros”. “Para tentar garantir o embarque, o advogado Julio Cezar comprou mais de uma passagem”. Em seguida entrevista o passageiro que fala: “Reservei três vôos distintos em três companhias. Em alguma delas eu embarco para Porto Alegre”, disse ele.

Porém a repórter esqueceu de dizer o sobrenome e a outra profissão do passageiro (Se é que ele é mesmo advogado). O Advogado era ninguém mais que Julio Cézar Redecker deputado do PSDB-RS. (Veja aqui) E veja a cara do advogado no vídeo do Jornal Nacional clicando na foto aqui. Agora me diga. É ou não é o deputado?.

Sempre desconfio das pessoas que desconfiam da inteligência do povo. Porque o povo, as platéias, os espectadores de qualquer arte, de qualquer emissão coletiva podem ser incultos, podem às vezes nem saber ler, podem não compreender palavras difíceis ou mensagens complexas, mas não podem nunca ter desdenhada a sua percepção das coisas.

Blog Os Amigos do Presidente Lula


SOBRE HOMER


Personagem dos Simpsons cria polêmica entre editor-chefe do Jornal Nacional e professor da USP

Por Redação CartaCapital

O relato de Laurindo Lalo Leal Filho, professor da ECA-USP, publicado na última edição de CartaCapital, seção Brasiliana, provocou alvoroço. No texto, ele descreve uma reunião comandada pelo editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner. E revela que Bonner compara o espectador-padrão do JN a Homer, o simpático mas obtuso pai de família da série Simpsons. A revelação foi notícia durante a semana nos principais jornais e sites noticiosos do País. Na seção de cartas da revista (na edição impressa), publicamos uma amostra das manifestações dos leitores a respeito da Brasiliana. Abaixo, um texto que Bonner enviou a CartaCapital, falando de Homer e com considerações a respeito do texto de Leal Filho:

O último 23 de novembro me será inesquecível por dois motivos colossais. O primeiro é de conhecimento dos que ouviram meu celular tocar durante a reunião do Jornal Nacional naquela manhã. O segundo é o texto do professor Laurindo Leal Filho sobre aquele encontro.

Era um dos professores convidados para a reunião “de caixa”, às 10h30, hora em que produtores e editores da Rede prevêem rapidamente um cardápio com a agenda do dia e as pautas pré-aprovadas.

Às 3 da tarde, editores e produtores iniciam a reunião de pauta. Temas são propostos por toda a Rede para edições futuras – e podem ser aprovados com muita ou pouca discussão, num processo que pode envolver todos os níveis da Central Globo de Jornalismo. Aprovada, a pauta será produzida, editada, transmitida para o Rio e avaliada por toda a equipe do JN. Trabalho para dezenas de cabeças.

No dia 23, os professores assistiram à primeira reunião, a “de caixa”. Mas o professor Laurindo a trata como se fosse a “de pauta”. No erro, ele conjetura sobre a superficialidade das discussões e fantasia uma situação desabonadora para todos, na qual não se contraria o chefe. Como se um Jornal Nacional se subordinasse aos caprichos de um único sujeito.

O JN se abre à academia editorialmente, divulgando a pesquisa científica brasileira. E fisicamente – em visitas semanais de estudantes e professores de jornalismo. A eles, menciono, em palestras, o desafio delicadíssimo de levar informação a tantos milhões de pessoas, de distintos níveis de escolaridade e situações socioeconômicas. O compromisso é mostrar os fatos mais importantes do dia no Brasil e no mundo de forma compreensível. Precisamos ser claros para quem tem a formação acadêmica mais refinada e para quem não pôde ter educação nenhuma – sem que o didatismo irrite o primeiro, nem que a sofisticação excessiva afaste o segundo. Em algumas ocasiões, citei Homer Simpson, de Matt Groening, ou Lineu, de A Grande Família, criado por Oduvaldo Viana Filho, para ilustrar como temos de estar atentos ao público médio. Os personagens são trabalhadores, chefes protetores da família, perfil conservador, sem curso superior, que assistem à tevê à noite, depois do trabalho. Esta imagem é a que guardo deles. O professor Laurindo tem imagem diferente da minha.

No texto, o professor insinua erroneamente que desprezaríamos a posição dos grevistas numa reportagem sobre a paralisação de peritos do INSS – por eu não ter pedido que fossem ouvidos. No JN, uma recomendação dessas a um editor seria galhofa ou insulto – por sua obviedade. Ouvir o “outro lado” é pressuposto de qualquer reportagem do JN. O que me leva a duas questões de raiz ética.

Uma: ao classificar como “crônica” aquele texto, o autor estaria dispensado do dever jornalístico de me ouvir, para me defender, na mesma edição, das críticas?

E outra: por que nosso convidado se calou durante minhas explanações e só expôs sua crítica dez dias depois, na CartaCapital? Laurindo participou de um encontro cujo propósito era discutir abertamente as práticas do JN. Silenciar, naquele instante, sem ao menos checar as suas hipóteses, sem ao menos me dar a chance de me expressar melhor, é uma atitude que não entendo, num professor universitário.

Vozes surgiram em minha defesa, nesses dias – e lhes sou grato. Mas persiste, em mim, a frustração dolorosa de não ter conseguido, naquele encontro, aquilo a que me proponho todos os dias, como editor: ser absolutamente claro para todos, indistintamente.

William Bonner

Resposta de Laurindo Lalo Leal Filho: “Não se trata de questão ética. Nem há hipóteses a checar, apenas fatos. Assistimos a uma reunião interna da empresa onde não havia espaço, nem clima, para questionamentos mais aprofundados. Mas mesmo se houvesse, seriam desnecessários para o meu texto. Escrito como relato pessoal, o que vi e ouvi na ocasião do editor-chefe foi mais do que suficiente”.

http://www.cartacapital.com.br/index.php?funcao=exibirMateria&id_materia=3639

Resposta do Marco Aurélio Garcia ao Diogo Mainardi

Leia abaixo troca de e-mails ontem entre o colunista da revista Veja Diogo Mainardi e Marco Aurélio Garcia, assessor da campanha do Presidente Lula..

Diogo Mainardi:

Prezado Marco Aurélio Garcia,

Eu gostaria de entrevistá-lo por cerca de quatro minutos para um podcast da Veja. O assunto é a imprensa. Eu me comprometo a não cortar a entrevista. Ela será apresentada integralmente.

Muito obrigado, Diogo Mainardi.


Marco Aurélio Garcia

Sr. Diogo Mainardi,

Há alguns anos - da data não me lembro - o senhor dedicou-me uma coluna com fortes críticas. Minha resposta não foi publicada pela VEJA, mas sim, sua resposta à minha resposta que, aliás, foi republicada em um de seus livros. Desde então decidi não mais falar com sua revista. Seu sintomático compromisso em não cortar minhas declarações não é confiável. Meu infinito apreço pela liberdade de imprensa não vai ao ponto de conceder-lhe uma entrevista.

Marco Aurélio Garcia.

Blog Os Amigos do Presidente Lula

Veja e Globo, a informação em forma de chantagem

Todo o processo que cercou a semana que antecedeu o primeiro turno das eleições presidenciais foi visivelmente montado por três grupos de comunicação, dentre eles o maior do Brasil. O grupo GLOBO. Jornais, tevês e rádios.

A farsa do dossiê.

A informação, deixada de lado; enquanto os interesses dos grupos que representam, transformados em verdades absolutas. Passado o momento de glória do golpe midiático, todo o esquema se mostrou falso. O delegado a serviço da GLOBO. VEJA contrariada nos negócios dos livros escolares. FOLHA a reboque da FIESP (Federação das Indústrias de São Paulo), o grupo empresarial mais poderoso e perigoso do País. Ainda vivem no tempo da monarquia e supõem que o fim da escravidão foi um retrocesso. O JORNAL NACIONAL, porta-voz da GLOBO, "denunciou" em sua edição de terça-feira, 31 de outubro, que a Polícia Federal ouviu jornalistas da VEJA em "desacordo com os direitos individuais de cada um". Ameaça à liberdade de imprensa?

A má fé é tanta que lá pelo meio da notícia Bonner (há dúvidas sobre se é robô ou boneco mesmo) disse que "foram impedidos de consultar a advogada". Num interrogatório ninguém em lugar nenhum pode consultar advogado. O depoimento dos esbirros do grupo CIVITA foi tomado dentro das normas legais. Valem para qualquer acusado ou testemunha. Ser da VEJA, da GLOBO ou da FOLHA não exime ninguém de ser tratado dentro do que determina a lei. Desde quando liberdade de imprensa é poder mentir e chantagear? GLOBO, VEJA e FOLHA DE SÃO PAULO são imprensa marrom.

O caso específico da GLOBO, surgiu com capital de grupos estrangeiros, na esteira da investida do governo dos EUA para controlar a mídia e impedir eventuais vitórias de forças de esquerda na América Latina. Estávamos, então, sob o impacto da revolução cubana. O Brasil vivia sob o governo democrático de João Goulart. O IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) fora constituído com capitais estrangeiros e da FIESP (além dos braços da entidade) para eleger deputados, senadores, prefeitos, isso em 1962, amparando candidatos comprometidos com a entrega do Brasil.

O processo de recolonização.

Veio com o golpe de 1964 e sustentou-se na ditadura. A GLOBO foi o principal porta-voz do regime de terror. Ali Kamel, o tal diretor executivo de jornalismo, não foi capaz de explicar à revista CARTACAPITAL, independente, por que a GLOBO ignorou a queda do avião da GOL e deu prioridade ao dossiê, ao esquema montado à tarde nas dependências da Polícia Federal por um delegado transgressor da lei.

Mentiu e isso está provado.

A GLOBO acolhe jornalistas comprometidos com o esquema de torturas da ditadura - Alexandre Garcia -, demitido do próprio governo militar de João Figueiredo por assédio sexual. Miriam Leitão, que montou a mentirada que precedeu o golpe fracassado de 2002 contra Chávez, em série perpetrada pelo JORNAL NACIONAL. Foi William Bonner quem, diante de estudantes de comunicação e professores da Faculdade de Comunicação da UNICAMP (Universidade de Campinas), excluiu fatos jornalísticos de uma das edições do JORNAL NACIONAL, por "desagradar aos nossos amigos americanos". GLOBO, VEJA e FOLHA DE SÃO PAULO são imprensa marrom. Vivem de chantagear governos.

Têm que responder pela chantagem de cada dia. O grito do robô William Bonner por liberdade de imprensa é outra chantagem. Soa como dizer que ou continuam a pagar ou vamos dar um jeito de tornar o País ingovernável. A discussão de um novo desenho para as concessões de canais de rádio e tevê (moeda de troca por voto de políticos) é uma realidade que se impõe. É a democratização da comunicação. Não interessa a chantagistas. A golpistas. São vários, inúmeros, os episódios, na história de cada um desses veículos que ilustram, comprovam e atestam o caráter venal e podre dessa mídia.

Falta o repórter da GLOBO ir explicar como foi o acerto com o delegado para a divulgação da foto. A verdade, sim, é liberdade de imprensa. Opinião, sim, é liberdade de imprensa. Não é o caso dessa gente. São chantagistas. Sofisticaram a chantagem. Só isso.

Laerte Braga é jornalista

Blog Os Amigos do Presidente Lula

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