domingo, abril 09, 2006

Golpe de Estado!

09/04/2006

Golpe de Estado!



A reação da oposição tucano-pefelista e da imprensa (leia-se, primordialmente, da Folha de São Paulo) à pesquisa Datafolha recém-publicada, que mostrou que a maioria esmagadora da sociedade brasileira apóia o presidente Lula, coloca essa coalizão na condição de adversária de nosso povo. No mesmo dia da pesquisa, a Folha passou ao seu leitorado a impressão de que é iminente o impeachment de um presidente aprovado pela maioria absoluta dos brasileiros. Resta saber se é jogo de cena, se a imprensa e a oposição acreditam que alardear o impeachment do presidente Lula como minimamente viável decorre da expectativa de que a especulação sobre o processo possa desgastá-lo ou se existe mesmo a pretensão de impedirem o país de reelegê-lo.

Minha opinião? Acho que a imprensa e os tucanos pretendem dar um golpe de Estado. Não podem ser tão estúpidos de achar que o que não conseguiram com denuncismo e manchetismo até agora vão conseguir meramente alardeando um impeachment totalmente inviável. A hipótese se coaduna perfeitamente com o processo de venezuelização da política brasileira que acredito estar em curso. Golpe de Estado era a peça que faltava para materializar de vez o processo que ocorreu na Venezuela em 2002, quando a oposição e a imprensa depuseram Hugo Chávez por 48 horas.

Pensem comigo: como seria possível um golpe de Estado branco (impeachment) ser dado num Congresso em que a base do governo é majoritária (ainda que tal maioria seja instável) e no qual seu presidente, que tem a prerrogativa de barrar um eventual pedido de impedimento, é aliado daquele a quem pretendem impedir?

Prestem bem atenção no que vou dizer, porque não estou brincando! Acredito que o pedido de impeachment, mesmo com escassas chances de passar no Congresso, não decorre da intenção da imprensa e da oposição de trilharem processos legais para impedirem o presidente da República. Acredito que o pedido de impeachment objetiva revestir um golpe de Estado na acepção da palavra com alguma capa de legalidade, para os golpistas da imprensa e da oposição darem alguma satisfação ao resto do mundo. Diriam que um presidente corrupto comprou o Congresso e que foi preciso apelar para a força para defenestrá-lo e reinstalar a legalidade no país.

Penso, com uma força que começa a se tornar inquietante, que é preciso saber urgentemente o que pensam os militares sobre o quadro político atual. À diferença de Hugo Chávez, que é militar, as relações do presidente Lula com nossas Forças Armadas não me parecem nem sequer parecidas com as que tem o venezuelano com as do país dele. A exaltação do golpe militar de 1964 feita no último dia 31 de março por aquele general que deu a carteirada no aeroporto pode refletir mais do que se está pensando, pode refletir entendimentos golpistas entre oposição, imprensa e caserna. Cada vez menos acredito que a imprensa e a oposição tucano-pefelista estejam dispostas a aceitar a desmoralização que lhes seria a reeleição do presidente Lula.

A sociedade precisa se mobilizar antes que seja tarde! A maioria dos brasileiros que pretende reeleger o presidente da República, bem como o próprio, precisam se dar conta de que seus adversários midiático-oposicionistas não estão brincando. Querem o poder de volta e não medirão conseqüências para retomá-lo. E acho que estão amparados pelos falcões de Washington. Acordemos antes que seja tarde!

Escrito por Eduardo Guimarães às 22h32

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