terça-feira, maio 02, 2006

CITAÇÕES DE JOÃO ARCANJO DERRUBAM MÁSCARA DO TUCANATO

Da Redação, 02/05/2006 - 15:50h

O discurso dos senadores Antero Paes de Barros (PSDB/ MT), Arthur Virgílio (PSDB/ AM) e do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB/ MT) – “centrado na ética” – está seriamente comprometido e dificilmente poderá continuar sendo utilizado para sangrar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Afinal, as últimas declarações do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, à Polícia Federal e à mídia nacional e regional confirmam o elo entre tucanos e crime organizado no estado.

No depoimento prestado no último domingo à PF, Arcanjo citou o nome do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB) como receptor de dinheiro sujo para financiamento eleitoral. Os recursos teriam saído da Confiança Factoring, usada por Arcanjo como lavanderia de seu império de jogo ilegal, para a tesouraria da campanha de Dante, em 1998.

Em coletiva concedida na manhã de hoje no presídio Pascoal Ramos, o ex-policial João Arcanjo Ribeiro reafirmou que o senador Antero Paes de Barros, do PSDB, foi pedir dinheiro para a campanha eleitoral de 2002, na qual o parlamentar era candidato a governador. Paes de Barros foi à sua fazenda em Cuiabá e, posteriormente, encaminhado ao seu ex-gerente de factoring, Nilson Roberto Teixeira.

Outro adversário de Lula que ganha destaque e prega um discurso em defesa da ética contra uso de dinheiro não-contabilizado em campanhas é o senador Arthur Virgílio, apesar de já declarar que fez uso de caixa dois na candidatura ao governo de Amazonas em 1986. “Não lideramos quadrilha. É tão bom não ser Lula e não ser Delúbio Soares. Eles têm que aturar meu atrevimento e eu ficarei cada vez mais insuportável”, provocou, em recente visita a Cuiabá.

Jornal Olhar Direto – Mato Grosso - http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=311715&sec=8

EX-CHEFE DO CRIME ORGANIZADO PRETENDE EXIGIR PAGAMENTOS DE PARLAMENTARES

Da Redação, 02/05/2006 - 12:00h

O ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, ressaltou hoje que pretende receber corrigida a quantia de R$ 15,4 milhões dos deputados estaduais e pré-candidatos à reeleição, Humberto Bosaipo (PFL) e José Geraldo Riva (PP), embora estes neguem a dívida.

“Sem dúvidas, eles (Bosaipo e Riva) fizeram o empréstimo e precisam pagar a dívida”, frisou Arcanjo. Com juros e correção monetária, o valor chega a R$ 40 milhões.

Trata-se de 22 notas promissórias de R$ 700 mil reais cada uma, que na época dariam os R$ 15,4 milhões. Os valores são referentes a outras dívidas e à conta total que a classe política deve a Arcanjo.

Além de Bosaipo e Riva, a lista entregue pelo bicheiro à Polícia Federal inclui os deputados Silval Barbosa (PMDB/ atual presidente da AL), Pedro Satélite (PPS), José Carlos de Freitas (PFL) e Carlos Brito (PDT). É uma mera amostra do arsenal que Arcanjo guarda, pois teria movimentado dinheiro para pelo menos outros dez parlamentares, além de servidores da Assembléia Legislativa, de secretarias do governo estadual e outras autoridades.

Jornal Olhar Direto – Mato Grosso - http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=311641&sec=8

E AGORA ANTERO....

Da Redação, 02/05/2006 - 10:40h

O comendador João Arcanjo Ribeiro, que comandava uma bem articulada organização criminosa em Mato Grosso, confirmou que o senador Antero Paes de Barros, do PSDB, foi em sua fazenda pedir dinheiro para a campanha de 2002, na qual o parlamentar era candidato a governador. Antero sempre negou qualquer relação com Arcanjo, mas admitiu ter ido à fazenda do ex-policial civil, hoje preso no Pascoal Ramos. Já é um começo do caminho das mentiras....

Jornal Olhar Direto – Mato Grosso – http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=311573&sec=13

NOVO DEPOIMENTO DE NILSON SERÁ CRUCIAL

Catarine Silva/ Atualizada às 13h15, 01/05/2006 - 12:59h

Um novo depoimento do gerente das factorings de João Arcanjo Ribeiro, Nilson Roberto Teixeira, será fundamental para que o delegado federal Tony Jean Barbosa de Castro feche o inquérito que apura o financiamento de campanhas eleitorais por parte do ex-capo do crime organizado em Mato Grosso.

Segundo fontes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, Nilson Roberto Teixera sabe "muito mais do que João Arcanjo", porque passou a ter liberdade de tratar diretamente com os líderes políticos, deputados estaduais e com coordenadores de campanha do PSDB a liberação de empréstimos, o que também pode configurar crime eleitoral e uso de caixa 2.

Em seu depoimento, prestado na manhã de ontem, Arcanjo foi evasivo, mais uma vez, e preferiu citar apenas alguns deputados estaduais e o ex-governador Dante de Oliveira como beneficiários do esquema de corrupção e de lavagem de dinheiro público através de suas factorings.

Há muito mais em jogo do que as simples denúncias feitas por Arcanjo e por Nilson Roberto Teixeira, em seu primeiro depoimento. As mesmas fontes da PF e do MPF estão convictas que tanto Aranjo quanto Nilson "estão escondendo o jogo e jogando de acordo com seus interesses, poupando muita gente graúda".

A reportagem contatou a maioria dos citados no depoimento de Arcanjo ontem, mas os celulares estão indisponíveis. São eles: José Riva (PP), Humberto Bosaipo (PFL), Silval Barbosa (PMDB/ atual presidente da AL), Pedro Satélite (PPS), José Carlos de Freitas (PFL) e Carlos Brito (PDT).

Jornal Olhar Direto – Mato Grosso – http://www.olhardireto.com.br/news.asp?news=311393&sec=8

JOÃO ARCANJO SE DIZ INOCENTE E AFIRMA QUE "FARIA TUDO DE NOVO"

02/05/2006 - 15h23

Rubens de Souza
Redação 24 Horas News


“Nós não valemos nada. A vida é tudo. Hoje você está bem, amanhã pode não estar”. Assim, com efeito, agora pensa João Arcanjo Ribeiro, o homem acusado de ser o chefe do crime organizado em Mato Grosso e que já acumula 49 anos de condenação e ainda têm mais oito processos pela frente. Em uma hora e 10 minutos de entrevista concedida a imprensa local nesta terça-feira, numa sala da direção da Penitenciária do Pascoal Ramos, o então próspero e disputado empresário, fato que lhe valeu o título de “Comendador” atribuído – e depois revogado – pela Câmara Municipal de Cuiabá, jura inocência em quase tudo, admite pouco, não conhece quase ninguém e sustenta: “Faria tudo novamente”.

Quase toda Cuiabá conhece ou já ouviu o nome de Arcanjo. Parte de Mato Grosso também. Dono do jogo do bicho, homem das maiores factorings do Estado, empresário com investida no ramo das comunicações, dono de cassino e atuação no ramo da pisicultura, com trânsito livre em delegacias e relações com policiais estratégicos, são alguns dos títulos que o fizeram uma pessoa importante. Muita gente gostaria de ser convidado, por exemplo, para as “peladas” que ele promovia aos sábados. Os convites para festas na sua fazenda ou na estância eram disputados quase à tapa. Mas o quadro mudou.

Hoje João Arcanjo é um ser só: não ficou nem mesmo a esposa, a socialite Silvia Chirata. Há dois anos, contou, ela está vivendo com outra pessoa em Montevidéu, no Uruguai. Os filhos estão em algum lugar que ele não revela: “Estão estudando” – diz, com voz quase embargada, um pouco emocionada, em que pese quase todo o tempo demonstrar segurança naquilo que falava, de forma pausada e calma. Uma filha está nos Estados Unidos, cursando Direito. Os amigos se afastaram, naturalmente. Os políticos – sempre de olho no esquema de financiamento de campanha e em doações – também se afastaram. “É assim mesmo: quando você começa a escorregar... É natural” – diz resignado.

Se não mentiu ou omitiu, disse que tudo vem sendo sustentado por recursos de um genro, mantido através de empresas. Arcanjo também mencionou um lucro de 10 mil dólares por mês do hotel de Orlando, na Flórida (EUA). O empreendimento, um dos raros não confiscados, segue operando normalmente pela empresa administradora indicada pelos bancos financiadores da obra. O hotel, explicou o “comendador”, foi edificado em sociedade com um casal de brasileiros, com domicílio em São Paulo (SP).

“Minha vida será devolvida” – aposta João Arcanjo, que, não esconde a rotina que está levando atualmente como preso do Regime Disdiplinar Duro (RDD), ou, mais popularmente conhecido como “regime fechado”, sem direito a visitas. Ele diz que lê, livros e a Bíblia, confirma que é católico e que tem Deus em sua vida. “Isso tudo que estão falando vai cair. A verdade tem que prevalecer. Eu confio na justiça” – ele acrescentou, esbanjando confiança. Na linha, não deixou de fazer média com a imprensa: “Vocês precisam me ajudar. A imprensa descobre tudo”.

Durante todo o tempo Arcanjo procurou demonstrar sinceridade. Pode ter sido bem adestrado para executar sua linha de defesa. Se o foi, o fez relativamente com competência: a cada declaração passava impressão de confiança na Justiça e na verdade. Ele procurou desmistificar a imagem de homem mau e confirmou alguns negócios com os políticos que ainda o devem. Em alguns momentos tentou
“embaraçar” questões já claras de sua trajetória de vida, que começou na década de 80 como policial.


02/05/2006 - 11h24

JOÃO ARCANJO FALA PELA PRIMEIRA VEZ EM COLETIVA PARA A IMPRENSA DE MT

Redação 24 Horas News

Parecia mais uma daquelas festas que só a nata da sociedade cuiabana prestigiava nos tempos que a figura mais ilustre de Mato Grosso era cortejada por políticos e empresários. Naqueles tempos, se disputava um aperto de mão ou um tapinha nas costas do "Comendador", João Arcanjo Ribeiro. Só que em 11 de março deste ano, o cenário era outro: O homem acusado de chefiar o crime organizado em Mato Grosso chegou algemado. A recepção não era a mesma e começa uma outra história no Estado.

Hoje, trajando uma camiseta listrada e uma calça jeans com tênis branco, João Arcanjo Ribeiro estava com fisionomia alegre e descontraída. Ele se dispôs a um debate na sala da direção da Penitenciária do Pascoal Ramos com sete jornalistas de Cuiabá – entre os quais, Rubens de Souza, de 24 Horas News - em uma hora e dez minutos. Na ocasião ele fala sobre a sua fuga de Mato Grosso, dos homicídios, dos financiamentos das factorings e da separação de Silvia Chirata, momento em que se emocionou.

Arcanjo falou de suas credenciais: lembrou que é o segundo maior produtor de peixe do mundo. Já condenado a 49 anos de prisão pela Justiça Federal, ele viu seu império ruir em ações de investigação, medidas judiciais, liminares e outros mais artifícios jurídicos. Apesar disso, diz que não tem mágoas do procurador da República, José Pedro Taques, e tampouco do juiz federal Julier Sebastião da Silva. Com fala tranqüila, arriscou palpite sobre as eleições deste ano: ele acha que Lula vence.

Sem se exaltar, evitou entrar no mérito sobre suas condenações. Ele afirmou que tem “muitas coisas para resolver”, mas que para revelar não tinha nada mais. Arcanjo disse ainda que não tem medo de ser assasinado como uma possibilidade de “queima de arquivo”, mas admitiu que medo de morrer. “Estou buscando a verdade” – comentou. Ele informou que está vivendo de uma renda de aproximadamente 10 mil dólares provenientes do hotel que construiu em Orlando, na Flórida (EUA), avaliado em 70 milhões na cotação da moeda americana. Com efeito, disse que se considera “empresário do povo”, ao discorrer sobre o jogo do bicho, atividade que mantinha antes da “Operação Arca de Noé”.

Os pontos e detalhes da entrevista de Arcanjo, com análises, comentários e contra-pontos, serão apresentados no decorrer do dia por 24 Horas News.

Colaborou: Valdemir Roberto


02/05/2006 - 09h46

ARCANJO DIZ QUE DEU DINHEIRO PARA O PSDB EM 2002

Folha de São Paulo

O ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, 55, condenado a 37 anos de prisão por comandar o crime organizado em Mato Grosso, afirmou ontem à Folha que o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) foi à sua fazenda em Cuiabá, em 2002, pedir dinheiro para a campanha eleitoral.

Conhecido como "comendador", Arcanjo disse que não tratou de valores: encaminhou o senador ao seu ex-gerente de factoring Nilson Roberto Teixeira. O ex-policial não soube dizer se foi repassado dinheiro ao tucano.

Em depoimento à Justiça em 2002, Luiz Alberto Dondo Gonçalves, ex-contador de Arcanjo, disse que a empresa Confiança Factoring liberou R$ 5,7 milhões para bancar a campanha de Antero por meio do Grupo Gazeta. A operação teria sido um caixa dois. O senador tucano, que presidiu a CPI do Banestado, nega a acusação.

A PF (Polícia Federal) abriu inquérito para apurar o suposto caixa do PSDB em Mato Grosso nas eleições de 1998 e 2002. Nesse último ano, Antero disputou e perdeu o governo do Estado: "Ele me cumprimentou. E falou: 'Olha, a minha visita aqui é oficial. Eu vou enfrentar uma campanha e vou precisar de recurso'. De antemão disse: Antes até do que você vai falar, procure o Nilson. Empréstimos nós fazemos", disse Arcanjo.

"Ele falou inclusive: 'Empréstimo não pode'. [Eu disse] Isso a gente dá um jeito. Teriam que ser operações [comerciais de fomento]. Nós tínhamos feito muitos empréstimos na Confiança. Queríamos parar", disse. As factorings só podem comprar cheques de empresas. Não têm permissão para fazer empréstimos.

Preso em Cuiabá desde março, após ser extraditado do Uruguai, Arcanjo falou com a Folha sob escolta de cinco policiais militares armados com fuzis na sala da administração do presídio Pascoal Ramos. Ele foi condenado em 17 de dezembro de 2003 pelo juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal de Cuiabá, a 37 anos de prisão por comandar organização criminosa, lavar dinheiro e praticar crime contra o sistema financeiro. Ele recorreu da sentença.

Acareação

Arcanjo afirmou ainda que está disposto a fazer uma acareação com o senador, caso o tucano negue o encontro, porque houve testemunhas do encontro: "Tinha pessoas que estavam lá comigo e viram. Ele estava acompanhado de uma pessoa. Estou tentando lembrar quem era", disse.

Sem uniforme de presidiário, na entrevista Arcanjo deu mais detalhe. "Ele [Antero] me procurou na fazenda. Era antes da campanha. Queria tomar dinheiro [emprestado]. Eu falei que tomar empréstimo tinha que ser com o Nilson. Agora supostamente ele deve ter procurado o Nilson. Ele não falou em valores", relatou o Arcanjo. "Ele estava de chapéu, que deixou no carro", acrescentou.

Segundo Nilson Teixeira, a Confiança Factoring emprestou dinheiro para a campanha eleitoral de outro tucano, o ex-governador de Mato Grosso Dante de Oliveira (1995-2002). A dívida, conforme Teixeira afirmou em depoimento à PF em abril, foi paga com cheques emitidos por antigo órgão público de obras, chamado Dvop. O ex-governador nega.

"A pessoa de Dante nunca esteve na factoring. E me parece que na época de campanha Dante fez operações. Parece. Mas o Nilson tem maior conhecimento disso", disse Arcanjo, que anteontem confirmou à PF a versão de Teixeira sobre a campanha de Dante.


02/05/2006 - 09h34
ANTERO DIZ TER IDO A FAZENDA, MAS NEGA PEDIDO DINHEIRO PARA ARCANJO

Folha de São Paulo

O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) negou que tenha pedido dinheiro emprestado a João Arcanjo Ribeiro para sua campanha eleitoral de 2002. Admitiu, porém, que esteve na fazenda de Arcanjo para conhecer um projeto de piscicultura, mas isso em 1999.

"É uma espalhafatosa mentira isso. Nunca tratei desse assunto com Arcanjo. Aliás, fui lá a convite de um empresário que queria ver o projeto de piscicultura dele. Só foi uma vez lá", afirmou.

"Há um conluio entre os bandidos que estão presos e o PT. E juiz [federal Julier Sebastião da Silva] que é do PT", afirmou Antero. O juiz mandou abrir inquérito em 2005 para apurar o suposto caixa dois do PSDB.

"Você pode anotar o seguinte: há rumores de [concessão de] benefícios para a mulher, a filha e para o patrimônio [de Arcanjo]. Desafio qualquer cidadão a apresentar algum documento. Nunca fiz nem autorizei ninguém a fazer empréstimo com Arcanjo", disse. O ex-governador Dante de Oliveira nega ter operado com a factoring de Arcanjo durante a campanha. Ele não telefonou de volta ontem.

Jornal 24 Horas News - Mato Grosso - http://www.24horasnews.com.br/index.php?mat=176469

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