domingo, outubro 01, 2006

Licitação reforça indícios contra Barjas Negri

01/10/2006 - 09h43

MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Campinas


Uma licitação da Prefeitura de Jaciara (MT) da qual apenas uma empresa participou reforça os indícios de um possível elo entre o empresário Abel Pereira, o ex-prefeito da cidade mato-grossense Valdizete Martins Nogueira (PPS) e o prefeito de Piracicaba (SP) e ex-ministro da Saúde, Barjas Negri (PSDB).

A Construtora e Pavimentadora Cicat Ltda., empresa de Abel com sede em Piracicaba, foi a única a participar da licitação para construir um hospital em Jaciara, de acordo com levantamento da atual administração da prefeitura da cidade.

A Cicat venceu a licitação para executar as obras do hospital, no dia 18 de dezembro de 2002, último mês de Barjas no ministério. O dinheiro foi liberado por Barjas por meio de um convênio com a prefeitura. Assinam o convênio Abel e Valdizete. Abel e sua família têm fazendas em Jaciara.

Valdizete foi citado por Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam e líderes da máfia dos sanguessugas, como receptor de um cheque de Abel, fruto de propina para liberação de recursos durante a gestão Barjas no ministério, em 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

A Polícia Federal, a Corregedoria Geral da União e fiscais do Ministério da Saúde estiveram recentemente em Jaciara, segundo a prefeitura, e levaram cópias de todos os documentos. O Hospital Cristo Redentor foi inaugurado oficialmente em 2004, mas apresenta diversas irregularidades e continua fechado para o atendimento da população.

Após analisar a licitação, a prefeitura informou ainda que o mesmo convênio incluía a compra de diversos aparelhos hospitalares a uma valor total de R$ 147,3 mil. Neste caso, a vencedora foi a Manoel Vilela de Medeiros-ME --empresa considerada pela Polícia Federal uma das laranjas da Planam no esquema das sanguessugas.

Uma vistoria técnica realizada entre junho e julho deste ano por fiscais do Ministério da Saúde nas obras do hospital constatou que "o projeto de arquitetura executado apresenta-se totalmente em desacordo com o aprovado" e que "há incompatibilidade entre notas fiscais e boletins de medição".

Barjas confirmou ontem à Folha que Abel esteve uma vez no Ministério da Saúde, acompanhado de Valdizete, para tratar do convênio do hospital de Jaciara. No entanto, ele negou irregularidades no convênio.

A assessoria jurídica de Abel disse que a Cicat foi a única empresa a participar da licitação apenas porque nenhuma outra teria se candidatado. A assessoria disse ainda que a Cicat repassou as obras de ampliação do hospital para outra empresa, em 2003. De acordo com a assessoria jurídica, a Cicat tem um braço da empresa em Jaciara que atua no ramo de agropecuária e a família tem fazendas na cidade há cerca de 15 anos e, por isso, decidiu entrar na concorrência para executar as obras.

Abel e Barjas negaram envolvimento com o esquema das sanguessugas. Valdizete foi procurado ontem, mas não foi localizado. Em entrevista anterior, Valdizete confirmou que conhece Abel e os Vedoin, mas negou envolvimento com irregularidades.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u84226.shtml

Globo silencia diante do crime do vazamento das fotos do dinheiro

30/09/2006

Emissora não divulga gravação que comprova as intenções políticas do delegado Bruno ao entregar as fotos do dinheiro apreendido pela Polícia Federal e sua decisão de forjar um boletim de ocorrência para justificar o suposto “desaparecimento” do CD com as imagens.

Bia Barbosa – Carta Maior

SÃO PAULO – Jornalistas ouvidos pela Carta Maior neste sábado informaram que três jornais, uma emissora de rádio e a TV Globo possuem a gravação da fala do delegado Edmílson Pereira Bruno no momento em que ele entregou aos repórteres o CD com as fotos do dinheiro apreendido pela Polícia Federal. Na fita, o delegado diz “tá aqui. Agora vamos f... o governo e o PT” e informa à imprensa que, dali, iria forjar um boletim de ocorrência para justificar o suposto “desaparecimento” do CD com as imagens.

Em reportagem do Jornal Nacional deste sábado (30), o repórter César Tralli informa que o delegado afirmou que não divulgou as fotografias por vingança, mas por se sentir prejudicado pela Polícia Federal por ter feito as prisões daqueles que tentaram vender o dossiê contra José Serra e depois ter sido afastado do caso.

No entanto, em coletiva dada na tarde deste sábado, o coordenador da campanha eleitoral do PT à Presidência, Marco Aurélio Garcia, garantiu que os jornalistas que receberam as fotos sabiam da intenção do delegado Bruno de prejudicar o governo e a candidatura de Lula à reeleição.

"Temos absoluta certeza de que estas fotos foram passadas por um delegado a vários profissionais e, no momento em que foram passadas, foi dito por este delegado que o propósito dele era, sim, um propósito político e que ele pretendia prejudicar com essas fotos”, disse Garcia.

A TV Globo exibiu no Jornal Nacional este trecho da coletiva. Mas, logo na seqüência, o apresentador e editor William Bonner afirmou aos telespectadores que nenhum jornalista da emissora tinha essas informações.

Mas, segundo garantiu um funcionário da TV, a direção da Globo recebeu na tarde de sexta, mais de 24 horas antes, a fita que comprova as claras intenções políticas do delegado Bruno e sua iminente fraude de um boletim de ocorrência. Por que então não questionou a fala do delegado? Por que não colocou no ar a gravação com a sua declaração? Por que disse aos telespectadores que não sabia das intenções do delegado da PF?

Ao saber das intenções políticas do delegado, que não poderia divulgar as imagens, e que ele forjaria um boletim de ocorrência – ou seja, que um alto funcionário da Polícia Federal, com objetivos eleitorais, estava a caminho de cometer um crime – a única coisa que os jornalistas que receberam as fotos foram capazes de fazer foi se calar. A imprensa justificou a divulgação de imagens que quebraram um sigilo de justiça com base no interesse público. Mas “esqueceu” que também seria de mesmo interesse público informar seus leitores, ouvintes e telespectadores do crime que estava por trás deste “vazamento”.

Coincidências?

Neste sábado, o candidato ao governo de São Paulo pelo PT, senador Aloízio Mercadante, também declarou que alguns veículos estão omitindo informações do público que podem prejudicar o processo eleitoral. A imprensa não divulgou o trecho do depoimento à Polícia Federal em que Hamilton Lacerda, seu ex-acessor, o inocenta de participação no episódio de compra do dossiê contra Serra.

"Ontem, o Hamilton Lacerda foi à Polícia Federal e disse que eu não tinha nada a ver com esse episódio e alguns veículos simplesmente omitiram essa informação. Pode até discordar da informação, mas não pode omitir", criticou Marcadante. "Vocês [jornalistas] correm o risco de fazer uma brutal injustiça em relação, não apenas à minha candidatura, mas a esse momento da história do país", disse Mercadante.

Quando Luiz Antônio Vedoin depôs à Polícia Federal na última semana e isentou Serra de participar da máfia das sanguessugas – apesar de acusar seu sucessor, Barjas Negri – a Folha de S.Paulo estampou a seguinte manchete no dia 22: "Vedoin isenta Serra do caso sanguessuga". A um dia das eleições, não pareceu importante à grande imprensa fazer o mesmo com Mercadante.

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12406

TARSO GENRO DENUNCIA ATENTADO POLÍTICO

30/09/2006

"Delegado da PF vazou fotos em ação articulada com PSDB"

Falando em nome do governo, ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse que delegado Edmilson Bruno foi o responsável pelo vazamento das fotos do dinheiro à imprensa. Segundo Tarso, trata-se de um atentado político, de uma ação da oposição, chefiada pelo PSDB. O ministro afirmou que, na sexta, o delegado chamou jornalistas, passou para eles o disquete com as fotos do dinheiro e disse: "Estou fazendo isso para f...o governo e o Lula". Edmilson Bruno admitiu neste sábado ser o autor do vazamento.

Marco Aurélio Weissheimer - Carta Maior

PORTO ALEGRE - O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse neste sábado, que o delegado da Polícia Federal, Edmilson Bruno, foi o responsável pelo vazamento das fotos do dinheiro à imprensa, em uma ação articulada com a oposição, notadamente o PSDB. Segundo Tarso, na sexta-feira, o delegado chamou seis jornalistas, passou para eles o disquete com as fotos do dinheiro e afirmou “Eu estou fazendo isso para f...o governo e o Lula”.

A informação foi confirmada pelo assessor especial do presidente lula e chefe de campanha, Marco Aurélio Garcia, ao site Terra Magazine. Segundo Garcia, após manifestar sua intenção de arrebentar Lula e o governo, o delegado teria dito: “agora eu vou subir para fazer o boletim de ocorrência sobre o furto das fotos porque eu preciso me cobrir”.

Em entrevista coletiva à imprensa, em Porto Alegre, Tarso Genro disse que o delegado responsável pela perícia da investigação sobre o caso do dossiê fez uma encenação como se as fotos lhe tivessem sido roubadas. “Ele cometeu um duplo delito. Fez um registro falso de Boletim de Ocorrência, de uma parte, e de outra, vazou documentos para fins políticos, documentos que pertencem a um processo que está sob segredo de justiça”.

“Isso é tão ou mais grave do que o envolvimento de qualquer pessoa na compra ou elaboração de qualquer dossiê”, acrescentou o ministro. Ele anunciou que já foi aberta uma sindicância administrativa pela Polícia Federal para apurar a responsabilidade do delegado no caso. Durante a entrevista, Tarso Genro destacou que estava falando em nome do governo.

“A manifestação institucional do governo neste momento é de que se trata de um atentado político, que repete um cenário conhecido no país, e que merece uma rejeição tão profunda e radical como a produção e compra de dossiês. Na opinião do governo, isso é uma ação política da oposição, chefiada pelo PSDB, que vinha reiteradamente requisitando essas fotos mesmo sabendo que elas estavam sob segredo de justiça. Portanto, estamos autorizados a concluir que se tratou de uma articulação política de baixo nível, de baixo calão, que visa perturbar o processo eleitoral e gerar impressionismos de última hora”, acrescentou.

Delegado admite ser autor do vazamento

O delegado Edmilson Bruno confessou, neste sábado, que foi o responsável pelo vazamento das fotos e anunciou que, em uma entrevista coletiva na segunda-feira, dirá “coisas surpreendentes”, informou a Agência Estado. Inicialmente ele havia negado ser o autor da distribuição das fotos com o dinheiro apreendido pela Polícia Federal. Segundo sua primeira versão, o CD com as fotos havia sumido de seu arquivo pessoal entre quinta à noite e sexta de manhã. Ao perceber o desaparecimento do CD, relatou então, admitiu ter feito ligações para alguns jornalistas para checar se alguém tinha o CD.

Foi ele quem comandou a operação na madrugada de 15 de setembro, no Hotel Íbis, em São Paulo, onde foram presos Valdebran Padilha e Gedimar Passos com o dinheiro. Há 10 anos trabalhando na Polícia Federal, ele declarou-se “apartidário” e que teria votado em Lula em 2002.

Para Tarso Genro, o eleitor brasileiro tem maturidade, inteligência e experiência para não cair em armadilhas deste tipo. “Assim como a população não aceita dossiês falsos ou verdadeiros comprados, também não aceita esse tipo de atitude que vem sendo sintetizada em várias manifestações, particularmente através do presidente do PSDB (Tasso Jereissati) e de seu candidato (Geraldo Alckmin). Essa é a manifestação institucional e oficial do governo e do presidente Lula a respeito do assunto”.

Este episódio, acrescentou, representa um fato perturbador do processo eleitoral e também da investigação. “O Estado brasileiro, através da Polícia Federal, vinha apurando o caso do dossiê sem interromper qualquer tipo de ação policial ou administrativa sobre o assunto. A visão política do governo é de que isso é uma ação da oposição, particularmente do PSDB, perturbado politicamente pela provável e, na nossa opinião, já efetiva, vitória do presidente Lula nas eleições deste domingo”.

Para Tarso, trata-se de um segundo episódio Abílio Diniz. “Naquela oportunidade, foi utilizada uma imagem para vincular o candidato Lula aos seqüestradores do Abílio. Agora, as fotos vazadas pelo delegado têm o evidente objetivo de vincular o episiódio de São Paulo à candidatura Lula. Trata-se de um jogo de imagens que conta com a claríssima colaboração de decisiva parte da chamada grande mídia”, declarou ao site Terra Magazine.

Estavam presentes na coletiva, em Porto Alegre, jornalistas de alguns dos principais meios de comunicação do país: O Globo, O Estado de São Paulo, RBS, Rede Globo, Rede Bandeirantes, SBT e Rede Record, entre outros. Vamos ver agora como a imprensa noticia a denúncia do ministro Tarso Genro: se vai dá-la com o destaque que merece ou se vai escondê-la, ou minimizá-la.

http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=12403

PESQUISADORES ENCONTRAM GRAVES FALHAS EM URNA ELETRÔNICA

O PT DEVE TOMAR CUIDADO COM AS URNAS QUE SÃO PASSÍVEIS DE FRAUDE SEM DEIXAR VESTÍGIOS.

AS PESQUISAS QUE SAÍRAM ONTEM À NOITE (30/09/2006), REDUZINDO A DIFERENÇA ENTRE O LULA E O ALCKMIN, NADA MAIS É DO QUE UM PRETEXTO PARA JUSTIFICAR QUALQUER FRAUDE NAS URNAS.

SABEMOS QUEM É O PRESIDENTE DO TSE E O QUE ELE TEM FEITO ULTIMAMENTE, INTERFERINDO DIRETAMENTE NA POLÍTICA. LEIAM O TEXTO ABAIXO E REFLITAM.



ABAIXO, ESTÁ A MATÉRIA QUE O PAULO HENRIQUE AMORIM PUBLICOU NO BLOG DELE NO FIM DE SEMANA PASSADO.

Paulo Henrique Amorim

Se a eleição “empatar” no primeiro ou no segundo turno, o Tribunal Superior Eleitoral derrotará o Presidente Lula.

O que significa uma eleição “empatar” ?

É uma eleição em que a diferença entre o primeiro e o segundo turno (e/ou do segundo para o terceiro, no caso do primeiro turno) é inferior a um ponto percentual.

E quando surgem dúvidas sobre a qualidade dos votos .

Foi o que aconteceu na Florida, em 2000, na primeira eleição do Presidente Bush.

Foi o que aconteceu na recente eleição para presidente do México.

Por que o TSE dará a vitória a Alckmin ?

Porque a urna eletrônica no Brasil é inconfiável. Qualquer vitória por uma diferença inferior a um ponto percentual pode ir para o tapetão.

Por que a eleição com a urna eletrônica brasileira é inconfiável ?

Porque ela não pode ser conferida.

Por que não pode haver conferência dos votos ?

Porque não há comprovante físico do voto do eleitor. Sem o comprovante físico, como recontar uma eleição ? Como apurar se o resultado que aparece no computador confere com o desejo do eleitor ?

A ONU se recusou a levar o voto eletrônico, como o do Brasil, para qualquer país que tenha começado a realizar eleição.

A comissão bipartidária dos Estados Unidos, formada depois do escândalo da eleição de 2000, sob a liderança de Jimmy Carter e James Baker, recusou essa urna eletrônica sem comprovante físico (sem “the paper track”).

A edição deste domingo (24 de setembro) do New York Times na web mostra que, nos Estados Unidos, muitas pessoas estão apavoradas com a perspectiva de a urna eletrônica ser adotada nas próximas eleições de novembro. (clique aqui para ler a matéria do New York Times)

Aqui no Brasil, todas as tentativas de convencer o Tribunal Superior Eleitoral de que a urna eletrônica brasileira é um convite à fraude (o voto depende do que o programador do software quiser) resultaram inúteis.

Sobre o assunto, vale a pena ir ao site http://www.votoseguro.org/.

Um cenário possível é o seguinte:

A diferença é pequena.

Um partido diz que houve fraude.

Dá-se a confusão.

A mídia, especialmente a impressa, apóia Alckmin.

A decisão vai, em última instância, para o Tribunal Superior Eleitoral.

E o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, já demonstrou que prefere Alckmin a Lula.

Como me disse hoje, na manhã chuvosa de São Paulo, na mesa ao lado da padaria do Oliveira, um entusiasmado leitor da Veja:

“O Marco Aurélio é a nossa última trincheira”.

http://www.conversa-afiada.ig.com.br


PESQUISADORES ENCONTRAM GRAVES FALHAS EM URNA ELETRÔNICA USADA NOS EUA

Por Redação do IDG Now!
Publicada em 14 de setembro de 2006 às 11h34
Atualizada em 14 de setembro de 2006 às 14h30


São Paulo - Grupo acusa brechas de segurança no aparelho da Diebold que permitiria a infecção de pragas que manipulam votos sem sinais evidentes.
A aura de inatingível que cerca a urna eletrônica atualmente pode estar com os dias contados.

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Princeton divulgou um estudo nesta quinta-feira (14/09) reportando ter descoberto graves falhas de segurança o suficiente no equipamento para viabilizar uma fraude eleitoral.

No estudo "Análise de segurança da urna eletrônica Diebold AccuVote-TS", os pesquisadores Ariel Feldman, Alex Halderman e Edward Felten analisaram possíveis brechas de segurança no aparelho da Diebold, que será usado nas eleições norte-americanas de novembro de 2006 para registrar cerca de 10% dos votos no país.

Segundo o grupo, a urna é "vulnerável a ataques extremamente sérios", que permitiriam que a execução de códigos maliciosos apagasse, transferisse ou gerenciasse o número de votos de uma zona eleitoral.

"Um cracker que tenha acesso físico à máquina ou ao seu cartão de memória que seja por um minuto poderia instalar códigos maliciosos", afirma o blog do Centro de Política da tecnologia da Informação da universidade, onde o estudo foi divulgado.

"Pragas na urna poderiam roubar votos sem ser detectada, modificar todos os registros, logs e contadores para que a fraude seja consistente" o suficiente para não ser detectada por exames forenses de órgãos reguladores, afirma o estudo.

O grupo indica ainda que a presença de pragas de uma urna pode levar à infecção em massa de todos os outros equipamentos de uma zona eleitoral. Para demonstrar o risco, os pesquisadores forjaram um malware de demonstração que explora a falha.

Modificações para que as vulnerabilidades sejam corrigidas passam por melhorias no software da Diebold, mas, de acordo com o estudo, implicaria também na troca do hardware da urna eletrônica, além de mudanças no sistema de distribuição durante as eleições, para restringir o acesso às urnas.

O estudo do grupo da Universidade de Princeton é o primeiro a vir a público relatar problemas de segurança nos sistemas de votação eletrônica que podem implicar em fraudes eleitorais.

No Brasil, a votação eletrônica completará 10 anos nas eleições presidenciais do próximo dia 1º de outubro, em que 100% de todo o eleitorado, estimado em 126 milhões de brasileiros, votará em urnas eletrônicas.

EMPRESA BRASILEIRA EXPORTA KNOW-HOW EM ELEIÇÕES ELETRÔNICAS

Por Daniela Moreira, repórter do IDG Now!
Publicada em 26 de julho de 2006 às 07h00


São Paulo - Depois de fornecer mais de 380 mil urnas eletrônicas ao TSE, Diebolb Procomp desenvolve modelo para exportação.
Principal fornecedora das urnas eletrônicas brasileiras, a Diebolb Procomp encontrou uma solução para fugir da sazonalidade das compras governamentais - que ocorrem no máximo de dois em dois anos, nos períodos eleitorais - e lançou no mercado o que define como uma “urna eletrônica do tipo exportação”.

Embalada pela reputação de inovação e eficiência das eleições eletrônicas brasileiras, a fornecedora desenvolveu um projeto próprio de urna eletrônica - já que os equipamentos produzidos para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) são protegidos por patente - e já está em fase avançada de negociações com três países da América Latina e um da África, além de ter iniciado conversas com outro país da Europa para fornecer o equipamento, que terá um custo médio de mil dólares.

Sua empresa-mãe, a norte-americana Diebold (que adquiriu 100% das ações da Procomp em 1999), é focada em soluções para auto-atendimento e em eleições eletrônicas, porém a Procomp desenvolveu o modelo que vai levar ao mercado internacional no Brasil.

“A urna vendida nos Estados Unidos é mais cara, porque atende a necessidades locais. A tela, por exemplo, é maior, porque os eleitores têm que responder a uma série de perguntas no momento da votação. Criamos um modelo mais adequado aos mercados que queremos atingir”, justifica João Abud Júnior, presidente da Diebold Procomp.

http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2006/09/25/idgnoticia.2006-09-25.9916053762/IDGNoticia_view

Clique no link abaixo e ouça o áudio da entrevista com a Jornalista da IDGNow para o Sardenberg da CBN, falando das falhas encontradas nas urnas:

http://wm-sgr-ondemand.globo.com/_aberto/sgr/1/cbn/2006/colunas/tecnologia_060914.wma

A militância política decide

Agência Carta Maior (30/09/06)

Flávio Aguiar para a Agência Carta Maior

Nem parece verdade, mas é: as últimas pesquisas, com algumas forçadas aqui e ali (falaremos disso), demonstram o papel fundamental da consciência política e da consciência militante no voto de 1° de outubro. Basta ler nossos comentaristas hispano-americanos para ver o tamanho da importância do que está em jogo nesta eleição. É algo de proporção continental. É o destino da esquerda na América Latina inteira, e de todas as correntes.

Os números das pesquisas são eloqüentes sobre o aperto a que se chegou, mas também sobre os arredondamentos necessários para se chegar ao resultado "empate". As manchetes nos sites apregoam: "Eleição indefinida", "Chance de segundo turno", "Empate absoluto". Vejamos primeiro os números.

De acordo com a divulgação no Jornal Nacional, da TV Globo, os números assim estão:

IBOPE: Lula 45, Alckmin 34, Heloisa Helena 8, Cristóvão Buarque, 2. Soma: Lula, 45; outros, 44. Entretanto, no ar foi feito o anúncio de que "pela primeira vez o número de votos nos outros candidatos passava um ponto em relação aos de Lula". Ou seja, atribui-se aos outros candidatos um percentual de dois pontos, 2 milhões e 400 mil votos aproximadamente. Quero ver.

Data Folha: Lula 46, Alckmin 35, Heloisa Helena 8, Cristóvão Buarque 2. Soma: Lula 46, outros 45. Arredondamento: 1, atribuído aos outros candidatos, 1 milhão e 200 mil votos mais ou menos. É de menor tamanho, é verdade. Chegaram até nós informes do "tracking" feito pelo Vox Populi neste sábado. Lula 46, Alckmin 34, Heloísa Helena 7, Cristóvão Buarque 2, outros, 1. Soma: Lula 46, outros, 44. Está mais favorável a Lula, mas mantém-se na margem de erro.

Ou seja, vai-se destacar, amanhã, a disposição de decidir pela esquerda de uma vez ou não, deixando mais uma oportunidade para a direita armar suas arapucas e as trapalhadas petistas, como essa última dos aqualoucos do dossiê, entrarem nelas.

Que armações? Vou citar duas.

As declarações reproduzidas pelo Ministro Tarso Genro em entrevista coletiva à imprensa em destaque nesta página (onde mais?), feitas pelo delegado Edmilson Bruno, que afinal reconheceu ter violado o segredo de justiça divulgando as fotos do dinheiro apreendido com os aqualoucos, mostram a disposição de "estrepar" o PT e o presidente Lula, para não citar o palavrão empregado. Em entrevista ao site do Globo, o coordenador da campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, afirma que as declarações do delegado estão gravadas.

Além disso ele afirma que "dois partidos teriam estimulado o vazamento com apoio material". A outra está referida em blog situado na página do Estadão, o de Cristiane Padiglione, que faz perguntas incômodas, sugerindo que a TV Globo está mais furiosa com a ausência de Lula do que com a ausência de debate.

"Por que a repercussão do encontro [o debate na Globo] nos noticiários enfatizou tão somente a ausência de Lula? Se era para auxiliar o eleitor, por que não abrir às propostas de governo de quem compareceu ao debate o mesmo espaço consumido por esses na indignação causada pela ausência do petista?"

Depois: "O cano dado por Lula virou "informação" mais importante do que as idéias de quem se deu ao trabalho de comparecer". Conclusão puramente minha das pertinentes perguntas de Cristiane: Ou as idéias eram irrelevantes, ou a TV Globo boicotou-as, ou o único interesse da repercussão era conjugar a malhação de Lula com as exibição das fotos, obtidas ilegalmente o que, no entanto, não parece constranger a nossa imprensa conservadora tão pudica, feroz e conclusiva quanto a outras ilegalidades ou meras suspeitas de.

A eleição deste domingo está, em suma nas mãos da consciência política das pessoas de esquerda. Que sairá daí? A conferir.

http://www.informante.net/resources.php?catID=16&pergunta=3478#Cena_1

A campanha da mídia para derrubar Lula a qualquer preço

30/09/2006 - 12h02

Da Tribuna da Imprensa

Alguns remédios para o destempero golpista

Se o presidente Lula não for reeleito no primeiro turno, vão dizer que foi por se recusar a ir ao debate da Rede Globo. Se ocorrer o contrário, a alegação vai ser que seria reeleito de qualquer forma - e que perdeu votos pela ausência no debate. A mídia corporativa, como tenho repetido, é arrogante. Mantém essa postura por causa da facilidade com que obtém o que quer, impunemente, de políticos e governantes.

Nenhum presidente tem de ficar de joelhos frente a impérios de mídia - nem Lula, ícone da força do povo, prova viva de que as elites brancas podem ser vencidas, nem governante algum. Proporcionalmente à área limitada do alcance de seus veículos, os privilégios do império Globo superam os desfrutados pelos cinco maiores do mundo. Nesse sentido, ninguém no planeta foi mais poderoso do que o sr. Roberto Marinho.

Digo isso com a tranqüilidade com que no passado alertei para o poder desmedido das Organizações Globo no Brasil e ao mesmo tempo observei que pior seria nos livrarmos delas e ver tal força migrar para algum dos impérios-gigantes de fora. Mas o grupo Globo devia ser grato a Lula e não derrubá-lo: graças ao atual governo, sua dívida em dólares (4 bilhões? 2 bi?) despencou, após estourar com o dólar de FHC a R$ 4.

Por que favores oficiais à mídia?

Tanto o grupo Globo como seus aliados da mídia, na obsessão do golpe - Abril (da "Veja", dos Civita e de Diogo Mainardi), Estadão (dos Mesquita), "Folha" (dos Frias), etc. -, serviram antes à ditadura. Por duas décadas a maioria cresceu, comprou prédios novos, prosperou, mamou nas tetas do Estado. Depois, nas privatizações de FHC, foi subornada com telecoms. Lula errou por entrar e deixar tudo como estava.

Outro erro foi manter a publicidade oficial na mídia, mesmo em volume menor. Se a mídia alternativa fosse contemplada de alguma forma, na busca de equilíbrio, ainda se entenderia. Nunca foi o caso. O Estado não tem que anunciar - nem Banco do Brasil, nem Petrobras, Caixa Econômica, Correios, nada. Se o governo tem algo a dizer, que requisite as TVs - como FHC fazia para satisfazer a própria vaidade.

No Brasil, a Rede Globo parece considerar obrigação do Estado o co-patrocínio de seus grandes (e mais onerosos) eventos, em especial internacionais - impinge sempre uma parcela ao governo. Isso agrava o desequilíbrio na mídia e amplia o superpoder dessa rede. Para um presidente que age assim, é um tiro no pé - senão haraquiri. Logo ele vê a rede, com o poder redobrado, ser usada na obsessão de derrubá-lo.

Lições que Lula não aprendeu

Tais lições Lula já devia ter aprendido. Ele perdera em 1989 para Fernando Collor, devido à edição facciosa do último debate - malfeitoria de Alberico de Souza Cruz e Ronald de Carvalho, por encomenda pessoal do presidente das organizações. No final de 1992 foi chamado ao gabinete de Marinho, no prédio do jornal. "Você perdeu porque ficou contra nós. Agora pode ganhar, fique conosco", disse a Lula.

Reproduzo a frase de memória, já que o episódio me foi relatado em fevereiro de 1993 pelo jornalista Ricardo Kotscho, então assessor de Lula. Trabalhando para um produtor britânico que fazia um filme sobre o poder da Globo e seu presidente, eu tinha pedido a Kotscho um depoimento de Lula sobre as coberturas da emissora nas greves do ABC, na campanha das Diretas e na eleição de 1989.

O jornalista, velho amigo, contou a história ao explicar que depois daquela reunião Lula decidira não falar nunca mais sobre a Globo. Collor tinha sido defenestrado (ou melhor, "renunciado") e Lula já liderava então todas as pesquisas para a eleição presidencial do ano seguinte (seria atropelado pelo Plano Real, do presidente Itamar Franco, que mudaria o rumo e daria a vitória a FHC).

Como estudioso das relações entre mídia e governo, acho agora que - qualquer que seja o resultado da votação - a liderança atual de Lula nas pesquisas, como a ausência dele no debate da Globo, expõem o desgaste no poder dos maiores veículos de comunicação de massa no País. A mídia não reflete a opinião pública - está de um lado e o povo do outro. Antes era impensável alguém ser capaz de sobreviver a cobertura tão uniformemente facciosa de todos os grandes veículos.

Vivandeiras, juízes e procuradores

O único exemplo semelhante que me ocorre é a campanha do mar de lama liderada por Carlos Lacerda em 1954. Claro que a 24 de agosto tudo aquilo se desfez como pó - pelo trauma do suicídio do presidente e ainda pela própria inconsistência da trama golpista. Mas Vargas, ao menos, tinha dois jornais a defendê-lo no Rio, a "Ultima Hora" e "O Radical". Nem um só no País defende hoje o atual presidente.

O que as forças políticas minoritárias dos Jereissati e Herr Bonrhausen, sem votos até para se reelegerem, já prometem desde já é a campanha, ao lado da mídia capitaneada pelo império Globo, para derrubar Lula a qualquer preço. Sem os militares golpistas do tempo das vivandeiras histéricas à porta dos quartéis, buscam juízes e procuradores levianos que namoram primeiras páginas e horário nobre da TV.

Na atual macumba do golpe, que exclui os quartéis, esses novos atores têm papel central, ao lado da mídia e dos políticos sem votos - não por acaso, beneficiários da corrupção na venda do patrimônio dos brasileiros. Talvez sejam os mesmos que encomendaram a pesquisa "Estadão"-Ibope que concluiu: só brancos são éticos; pretos, pardos, nordestinos, etc. - enfim, o povo - são corruptos, votam em Lula. E o sonho de Bornhausen era "ficar livre dessa raça".

http://www.debrasilia.com/noticia_click.php?cod_noticia=5799

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