19/10/2006 13:13h
PF DEMORA A INVESTIGAR O DINHEIRO (DE SC)
Paulo Henrique Amorim
A Oposição cobra da Polícia Federal mais rapidez na apuração da origem do dinheiro dos petistas "aloprados". Aquele dinheiro que aparece na foto que o delegado Bruno distribuiu ao Jornal Nacional, na véspera da eleição do primeiro turno (clique aqui para ouvir e ler a íntegra da conversa do delegado Bruno sobre o Jornal Nacional).
Mas nem a oposição nem a midia que a apoia se lembram do outro dinheiro. O dinheiro de Santa Catarina.
Por que será que o Senador (até 31 de dezembro de 2006) Jorge Bornhausen não fala dele?
A história do dinheiro é a seguinte:
O ex-assessor da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, Aldo Hey Neto, foi preso no dia 16 de agosto deste ano durante a Operação Dilúvio da Polícia Federal com mais de R$ 2 milhões, em cédulas de reais e dólares. O delegado Bruno não tem essas fotos. Nem o Jornal Nacional. A Operação Dilúvio investigava importações ilegais (clique aqui).
Quem é Aldo Hey?
Aldo Hey é do Paraná e foi convidado para trabalhar como assessor da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina por indicação de Rodrigo Bornholdt.
Rodrigo Bornholdt é vice-prefeito de Joinville (uma das maiores cidades de Santa Catarina), filho de Max Bornholdt (secretário da Fazenda de Santa Catarina) e afilhado de Luiz Henrique da Silveira (governador de Santa Catarina).
Luiz Henrique disputa a reeleição ao governo de Santa Catarina por uma aliança formada entre PMDB, PSDB e PFL.
Aldo Hey coordenou em Santa Catarina um sistema criado por decreto do governo do Estado chamado COMPEX. Por meio desse sistema empresas importadoras de outros Estados poderiam importar produtos por meio de Santa Catarina com 3% de ICMS e isenção total na taxa de importação. Normalmente, além da taxa de importação as empresas importadoras precisam pagar 12% de ICMS.
O decreto do governo de Santa Catarina dava poder exclusivo a Aldo Hey para definir que empresa poderia receber o benefício de isenção fiscal.
Quando Aldo Hey foi preso com os R$ 2 milhões, que até hoje não teve origem nem destino esclarecidos, ele disse que recebeu o dinheiro de palestras que fez. Detalhe: Aldo Hey dava palestras sobre como evitar crimes fiscais no comércio internacional. Ou seja, ensinava a combater esquemas como o desmontado pela Operação Dilúvio.
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