segunda-feira, outubro 16, 2006

16/10/2006 15:36h

RUI COSTA PIMENTA: “QUAL O TOTAL DOS VOTOS VÁLIDOS?”

Sem saber até agora quantos votos recebeu na eleição presidencial do último dia 1º após ter a candidatura impugnada, Rui Costa Pimenta (PCO) põe em xeque a lisura do pleito, que classificou como “manipulado”. Em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta segunda-feira, dia 16, Pimenta disse que “os acontecimento que cercam a eleição – não apenas especificamente o nosso caso, mas o conjunto da eleição – devem lançar sobre o conjunto do eleitorado um manto de dúvida muito grande sobre a lisura do pleito” (clique aqui para ouvir).

“Pela lei, o nosso voto não poderia ter sido considerado nulo a não ser quando o processo de impugnação tivesse transitado em julgado (quando não cabe mais recurso)”, explicou Pimenta. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) invalidou os votos dados a Pimenta porque ele não entregou sua prestação de contas no prazo exigido.


Por isso, o presidente do TSE, ministro Marco Aurélio Mello, disse à revista Carta Capital que não haveria necessidade de contar os votos dele. “O TSE não apenas impugnou nossa candidatura como levou o eleitorado a acreditar que, mesmo por protesto, não se poderia votar no PCO”, afirmou Pimenta.


Pimenta disse que anulação de sua votação é um erro do TSE, já que o julgamento do caso não transitou em julgado, ou seja, ainda cabe recurso. Os votos que Rui Costa Pimenta recebeu estão em um banco de dados do TSE.


Para ele, a eleição presidencial é “um jogo de cartas marcadas”, com “um acordo entre PT e PSDB”. “Nós estamos denunciando nos nossos materiais que essa medida do TSE é mais um ataque à candidatura presidencial do PCO”, afirmou Pimenta.


Leia a íntegra da entrevista com Rui Costa Pimenta:


Paulo Henrique Amorim: Que providências o senhor tomou para saber quantos votos teve?


Rui Costa Pimenta: Nós, no momento, estamos fazendo uma avaliação da eleição e nós estamos denunciando nos nossos materiais que essa medida do TSE é mais um ataque contra a candidatura presidencial do PCO e ao Partido da Causa Operária feita pelo TSE. Nós não tomamos nenhuma medida ainda com relação aos votos, mas eu gostaria de dizer o seguinte: os acontecimento que cercam a eleição – não apenas especificamente o nosso caso, mas o conjunto da eleição – devem lançar sobre o conjunto do eleitorado um manto de dúvida muito grande sobre a lisura do pleito.

Paulo Henrique Amorim: Por que o senhor tem dúvida sobre a lisura?

Rui Costa Pimenta: Primeiro porque nós havíamos denunciado que a eleição era um jogo de cartas marcadas, falamos isso em várias oportunidades. E agora a própria imprensa, que normalmente não costuma apresentar as coisas desse ponto de vista, está mostrando que houve todo um acordo por detrás do eleitorado, entre PT e PSDB. Há uma trama, há um complô contra o eleitorado que está aparecendo, que está sendo filtrado para a grande imprensa, que é extremamente moderada nas suas denúncias, de uma maneira clara. Então, para bom entendedor, meia palavra basta. Há um complô contra o eleitorado nesse sentido, há um complô no geral, há uma manipulação muito grande da eleições.

Paulo Henrique Amorim: O que o senhor acha desse procedimento que, embora computados como nulos, os dados estão em um banco de dados no TSE. O fato de os seus votos terem sido considerados nulos não pode, de alguma maneira, ter interferido no resultado final da eleição?

Rui Costa Pimenta: Teoricamente sim.

Paulo Henrique Amorim: Como seria isso?

Rui Costa Pimenta: O nosso problema é que nós não sabemos finalmente quantos votos a gente acabou tendo. Há muitos problemas interferindo na votação. Por exemplo, o TSE não apenas impugnou nossa candidatura como levou o eleitorado a acreditar que, mesmo por protesto, não se poderia votar no PCO. Isso aí, com toda a desinformação que houve, houve uma alteração muito grande no resultado das eleições. Depois, é como eu disse, o resultado das eleições, na nossa opinião, deveria ser colocado sob suspeição porque, com tanta manipulação, não dá para saber. Nós tínhamos, durante toda a eleição, mesmo impugnados, uma média nas pesquisas, que é outra coisa também incerta, mas é uma referência, de 1% do eleitorado. Se essa média se mantivesse efetivamente durante as eleições, poderia ter interferido.

Paulo Henrique Amorim: O senhor teria 1% dos votos. O senhor teria quantos votos?

Rui Costa Pimenta: Um milhão e poucos votos. Mas eu não acredito que tenha acontecido isso não porque houve uma degradação da nossa candidatura.

Paulo Henrique Amorim: O senhor acha que não teve um milhão de votos?

Rui Costa Pimenta: Não, acho muito improvável na realidade.


Paulo Henrique Amorim: Qual é a sua estimativa?

Rui Costa Pimenta: Eu e o partido ficamos aqui no escuro. Nós recebemos muitas mensagens, por carta, telefone e e-mail, inclusive no dia da eleição as pessoas perguntando se dava para votar na nossa candidatura. Quer dizer, isso provocou uma distorção muito grande, nos deixou sem referência.

Paulo Henrique Amorim: O fato de os seus votos terem sido nulos, isso não diminui o percentual de votos válidos?

Rui Costa Pimenta: Isso diminuiria. Agora, há uma nova desinformação do TSE porque, pela lei, o nosso voto não poderia ter sido considerado nulo a não ser quando o processo de impugnação tivesse transitado em julgado. Então, por isso os votos teriam que ser considerados válidos.

Paulo Henrique Amorim: E não transitou em julgado?

Rui Costa Pimenta: Não transitou em julgado, não pode ser considerado voto nulo. O que está acontecendo é que o TSE oculta do eleitorado uma parcela da votação que foi dada em nome de que ela será futuramente anulada.

Paulo Henrique Amorim: E há um problema com relação ao total dos válidos, então.

Rui Costa Pimenta: Há um problema porque não informado de maneira transparente para o eleitorado mesmo que a nossa votação tenha sido ínfima, nós não sabemos qual efetivamente foi o total de votos válidos. Porque o nosso voto não aparece em nenhum lugar na computação geral de votos. É um procedimento altamente irregular. Por isso que eu digo: a eleição tem uma série de procedimentos irregulares e inédito também.

Paulo Henrique Amorim: O senhor vai tomar alguma providência legal?

Rui Costa Pimenta: Nós estamos estudando entrar com um processo para que os votos sejam revelados. Mas nós também não acreditamos que o processo vá ser bem-sucedido porque todos os nossos recursos do processo foram para o TSE. O TSE teria que voltar atrás. Estamos num beco sem saída legal.

Paulo Henrique Amorim - Conversa Afiada

Clique nos links abaixo e leia mais sobre as graves falhas encontradas nas nossas urnas por pesquisadores da Universidade de Princeton - USA:

PESQUISADORES ENCONTRAM GRAVES FALHAS EM URNA ELETRÔNICA - IDGNow e Paulo Henrique Amorim

15/10/2006 11:46h O 1º GOLPE DE ESTADO JÁ HOUVE. E O 2º? Paulo Henrique Amorim

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