domingo, outubro 15, 2006

Brasília, domingo, 15 de outubro de 2006

Gasto com consultoria subiu 623% no governo Alckmin

Da Agência Estado

16h39-Os números do balanço orçamentário de São Paulo mostram que os gastos de custeio cresceram 118,3% - 44,2% acima da inflação - entre 2000 e 2005, depois que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) assumiu a administração estadual. O item da despesa que mais aumentou nesses cinco anos foi os serviços de consultoria, que pulou de R$ 24,4 milhões em 2000 para R$ 176,3 milhões em 2005, expansão de 623,4%.

Esse aumento não ocorreu subitamente, mas a cada ano. Em 2001, quando o ex-governador Mário Covas morreu e Alckmin assumiu o cargo, o custo das consultorias apresentou um primeiro aumento, para R$ 28,8 milhões. Em 2002, último ano do mandato anterior, saltou para R$ 52,8 milhões. Nos três anos seguintes, esse gasto subiu mais 233,7%, atingindo R$ 86,5 milhões em 2002, R$ 101,3 milhões em 2004 e R$ 176,3 milhões do ano passado.

A Secretaria de Planejamento do Estado atribui essa expansão a diversos fatores que teriam obrigado a administração a utilizar os serviços de auditorias e consultoria, como os contratos de obras financiadas pelo Banco Mundial e BID, os contratos de concessão das rodovias e o processo de avaliação anterior à venda das ações da Nossa Caixa e de abertura de capital da companhia estadual de energia, a CESP.

“As consultorias são normalmente utilizadas em função de contratações financeiras, como no processo de privatização, mas em alguns casos também para pesquisas específicas que a gente precisa fazer”, diz o secretário de Planejamento, Fernando Braga. “Não existe nenhuma assessoria fixa trabalhando dentro do governo.”

Dos órgãos da administração estadual, a Secretaria dos Transportes é atualmente o que mais gasta com consultorias. Foram R$ 59,3 milhões no ano passado. Em segundo lugar, aparece a Secretaria da Fazenda, responsável pelas privatizações, com R$ 35,1 milhões, seguida pela pasta de Ciência e Tecnologia, com R$ 26,8 milhões, e pela Secretaria de Governo e Gestão Estratégica, com outros R$ 13,5 milhões. Até a Secretaria de Cultura aparece com elevados gastos de consultoria, o equivalente a R$ 9,1 milhões em 2005.

http://noticias.correioweb.com.br/materias.php?id=2686241&sub=Política

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