sábado, outubro 28, 2006

27/10/2006

Da Tribuna da Imprensa

Vitória contra Lula no tapetão, o sonho da rede Globo

As dúvidas sobre o "terceiro turno"

Em meio à insanidade geral na grande mídia, o colunista Janio de Freitas é um oásis de lucidez. "Nas circunstâncias em que se apresenta, a pretensão de impeachment de Lula, mesmo no decorrer do previsto segundo mandato, disfarça mal a idéia de um golpe branco", afirmou ele ontem, referindo-se à trama em desdobramento, bem evidente nas declarações de tucanos amplificadas na mídia golpista.

E mais: "A idéia de impeachment emergiu, inclusive publicamente, antes de haver qualquer indício de comprometimento direto de Lula ou mesmo indireto, do seu gabinete, na história ainda inconvincente do dossiê. O que Tasso Jereissati, Jorge Bornhausen, Fernando Henrique Cardoso e Geraldo Alckmin apresentam como comprometimento são adulterações de certos fatos ou ficções de sua autoria".

Janio cita frase de Jereissati ("Lula não pode sair incólume dessa fraude"), e observa: "`Não sair incólume' é expressão que não permite duas interpretações. No caso de um candidato à reeleição, é que não possa chegar ao segundo mandato. No caso de presidente eleito ou reeleito, a única maneira de `não sair incólume' é perder a presidência. Pelo que se sabe do caso dossiê, a idéia de impeachment (ou de invalidação da candidatura) fica entre os desatinos."

Tapetão, o sonho da Globo

Na mesma "Folha de S. Paulo", o patrão de Janio, Otavio Frias Filho, afinal declara-se conformado. "Lula deverá ser reeleito daqui a três dias", escreveu. O concorrente "Estadão", que teve a seu crédito a franqueza com que declarou abertamente seu apoio ao tucano Alckmin (sem fingir neutralidade, como fizeram os outros), também já tem consciência da derrota.

"Veja" na certa ainda prepara alguma, mas a pesquisa ontem da CNT/Sensus foi um golpe duro: 63,2% dos votos válidos para Lula contra 36,8% para Alckmin - vantagem de 26,4 pontos percentuais. As organizações Globo ainda esperneiam com mervaladas, leitoadas e kameladas. E enquanto esse império Globo persistir, tudo pode acontecer - diferencial Delta, Proconsult, fraude, debate editado, tudo.

A manchete do jornal ontem ("PF descobre em Minas outros laranjas do dossiê") deixa claro que ainda se aposta no terceiro turno (leia-se golpe branco). Merval Pereira sonha com "eventual decisão da Justiça Eleitoral no processo sobre a compra do dossiê" (palavras textuais dele) e Miriam Leitão arrola "maluquices" e "estranhezas" do presidente.

Ela se queixa de que "o Brasil nem nota que os fatos estranhos são estranhos". E cita respostas de Lula na "sabatina" a que nunca devia ter ido, na redação de "O Globo". Dias antes, Leitão contara que o rival dele, atrás nas pesquisas, estivera calmo e tranqüilo, enquanto Lula, líder, parecia apavorado. Mas, que diabo, Alckmin estava em casa, com sua gente; e Lula visitava o comitê eleitoral do inimigo.

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