Plantão Publicada em 27/10/2006 às 19h17m
Reuters/Brasil OnlinePor Áureo Germano
BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal pediu nesta sexta-feira à Justiça a prisão preventiva da testemunha que mentiu à PF ao dizer ter levado 250 mil reais a um dos petistas envolvidos na tentativa de compra de um dossiê contra políticos tucanos.
A testemunha disse ter entregue o dinheiro a Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo.
A assessoria de imprensa da PF disse que a testemunha, que se apresentou como Agnaldo Henrique Delino (e não Agnaldo de Lima, como informado anteriormente), não apenas mentiu sobre a operação como também sobre seu próprio nome.
A testemunha foi identificada posteriormente como Luiz Armando Silvestre Ramos, mesmo nome que ele atribuiu a um suposto empresário que teria passado o dinheiro a ele para ser entregue a Lacerda.
Segundo levantamento da PF, Ramos possui várias passagens pela polícia por estelionato. Na investigação instaurada na PF, ele vai responder por falsidade ideológica, denunciação caluniosa e falso testemunho.
Caso a Justiça aceite o pedido de prisão, ele só poderá ser preso a partir da próxima quarta-feira, devido ao calendário eleitoral que impede prisões exceto por flagrante.
Mais cedo, o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, delegado Daniel Lorenz, já havia informado que a testemunha mentira sobre o repasse do dinheiro.
``As declarações deles não se mostraram verdadeiras. Não comprovamos as movimentações com documentos'', afirmou o delegado à Reuters, por telefone, nesta sexta-feira.
A testemunha procurou jornais da região de Pouso Alegre em Minas Gerais e gravou entrevistas afirmando que teria levado dinheiro para Lacerda.
Convocado a depor à PF, Ramos foi ouvido em Varginha (MG), onde se apresentou como Agnaldo Henrique Delino. No depoimento, ele disse ter recebido em sua conta uma transferência no valor de 80 mil reais, que teriam sido juntados a outros 170 mil reais.
Todo o dinheiro teria sido, segundo ele, levado para Lacerda em São Paulo. O montante teria sido repassado a ele por seu patrão, que disse se chamar Luiz Silvestre -- utilizando o próprio nome.
Segundo a assessoria de imprensa da PF, Luiz Armando Silvestre Ramos foi levado à mídia por Rosely Souza Pantaleão, que se apresentou como jornalista. As investigações do órgão descobriram que ela é servidora pública em Pouso Alegre e secretária-executiva do PSDB local.
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2006/mat/2006/10/27/286439648.asp
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