quinta-feira, setembro 28, 2006

Em Mato Grosso, imprensa esconde denúncia de Serys contra governador Maggi

28/09/2006 - 16h08

De Enock Cavalcanti/De Brasília

Jornalismo em xeque

Imprensa se cala diante de Maggi

***Meus amigos, meus inimigos: não gostei de ver o TRE de Mato Grosso mais preocupado em cortar tempo deste ou daquele candidato, na TV, do que investir pesado na fiscalização contra a compra de voto. Proibir “propaganda negativa” me parece um sofisma escabroso, um desserviço que os juízes eleitorais prestaram durante esta disputa. Nota zero para esses magistrados que agem como se nosso povo tivesse que se manter permanentemente tutelado. A censura que se viu desonra a Justiça Eleitoral à qual não cabe impedir que se faça juízo crítico sobre quem quer que seja. Eleição sem crítica, não dá!

*** Alguém me diz que o governador Maggi já definiu a bancada que pretende eleger para a Câmara: Rogério Silva, Pedro Henry, Eliene, Homero, Wellington e Bezerra. Cito os nomes na tola expectativa de que, sabendo disso, as urnas reajam e façam o infortúnio desses candidatos escalados pelo patrão Maggi para vencer.

*** Esperneio contra a censura do TRE e não posso deixar de estranhar também a autocensura adotada pela imprensa de Mato Grosso quanto à suspeita de que o governo Maggi possa ter favorecido uma empresa – a Fasa – Fornecedora de Autopeças Ltda, de propriedade do cunhado do governador, Pedro Torniolo, garantindo-lhe, com dispensa de licitação, o fornecimento de todas as peças consumidas pelas centenas de veículos da administração estadual. A senadora Serys repercutiu nota já divulgada pelo Circuito no debate promovido pela afiliada da Globo, dia 26. A noticia foi desconsiderada completamente pelo Diário de Cuiabá, por A Gazeta, pela Folha do Estado, pela própria TVCA, pelas tvs todas, pelas rádios, pelo site 24 Horas News, enfim, por todos aqueles veículos que abriram manchetes mis para alardear, semanas após semanas, o pretenso comprometimento de Serys com a corrupção dos sanguessugas – mas que parecem não admitir qualquer suspeita contra Maggi e seu governo. Curioso, não? Só a repórter Caterine Piccioli ousou escrever matéria detalhando a fala de Serys, levada ao ar pelo Olhar Direto, durante toda manhã de quinta. Só que, ao meio-dia do dia 27, a matéria da Caterine sumiu do ar, ninguém sabe, ninguém viu. Imagino que Marcos Coutinho, diretor do Olhar Direto, que sabe de tantas coisas, saiba também explicar esta história. Estranho, não? O caso foi levado à apreciação do Ministério Público.

*** Sim, o que se quer, no final das contas, é que nada seja censurado. Que tudo seja publicado, que tudo seja investigado, com a devida responsabilização de quem fizer denunciação caluniosa. Para isto, existem as leis, os tribunais. O que não pode continuar existindo é esse jeito tão equivocado (para dizer o mínimo) de se fazer imprensa e de se comandar a administração pública.

http://www.debrasilia.com/noticia_click.php?cod_noticia=5756

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