A VOLTA DE AVELAR, O PROCURADOR FAMOSO
28/09/2006 12:13h
Paulo Henrique Amorim
O procurador da República em Cuiabá (MT) Mário Lúcio Avelar, que trabalha nas investigações da máfia das ambulâncias e do “dossiê Serra”, é o mesmo que pediu a diligência da Polícia Federal na empresa Lunus, que pertencia à então governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), e ao marido dela, Jorge Murad.
A PF apreendeu, no dia 1º de março de 2002, R$ 1 milhão em dinheiro vivo no cofre da Lunus, em São Luiz (MA). Mário Lúcio Avelar era procurador em Palmas, no Estado do Tocantins.
A divulgação pela mídia da foto do dinheiro acabou com a candidatura de Roseana Sarney à presidência da República, que liderava as pesquisas de opinião ao lado de Lula. José Serra estava em terceiro lugar nas pesquisas. Roseana e Murad afirmam que o dinheiro era doação para a campanha eleitoral.
O então diretor-geral da PF, Agílio Monteiro, filiado ao PSDB, e o delegado Paulo de Tarso Gomes, que comandou a operação na Lunus, confirmaram na época que a foto do dinheiro foi divulgada por Avelar.
Após a apreensão do dinheiro, os policiais federais enviaram um fax do escritório da Lunus para o então presidente Fernando Henrique Cardoso, no Palácio da Alvorada. A PF disse ter informado a FHC sobre a operação. No fax estaria escrito: "A operação foi bem-sucedida". FHC negou, ele afirmou que recebeu apenas “mandado de busca e apreensão”.
Roseana acusou a Polícia Federal de agir politicamente para beneficiar José Serra. O envolvimento dos tucanos no caso não foi provado.
Roseana e o marido foram acusados de diferentes crimes. No entanto, a Justiça Federal rejeitou o pedido de abertura da ação penal e Roseana foi absolvida de qualquer irregularidade no financiamento de campanha. Ela recebeu o dinheiro de volta porque os desembargadores da 2ª seção do Tribunal Regional Federal da 1º Região do Maranhão consideraram a busca da PF na Lunus ilegal e arbitrária.
Em 2003, a senadora Roseana Sarney moveu uma ação contra a União por danos morais. Ela alegou que sofreu acusações indevidas do Ministério Público Federal sobre os desvios de verbas da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia).
Em 2002, Mário Lúcio Avelar era procurador-chefe do Ministério Público no Tocantins e investigava desvio de verbas da Sudam.
Agora Mario Lucio Avelar trabalha na apuração dos crimes dos sanguessugas. E pediu a prisão dos envolvidos no chamado “dossiê Serra” e a PF não pode executá-las por causa da legislação eleitoral.
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/392001-
392500/392059/392059_1.html
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