Paes de Barros pediu repasse de propina via deputado, diz Vedoin
O empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, 31, declarou nesta semana à Justiça Federal que quatro municípios foram contemplados com unidades móveis de saúde adquiridas da Planam (principal empresa da máfia das ambulâncias) com recursos oriundos de emendas parlamentares apresentadas pelo candidato derrotado ao Palácio Paiaguás, senador Antero Paes de Barros (PSDB), ao Orçamento da União.
De acordo com o depoente, seu pai, Darci Vedoin, esteve no gabinete no Senado e acertou o pagamento de 10% sobre o valor da “cota-parte” do tucano na emenda de bancada. Disse ainda que o próprio Paes de Barros pediu que a propina fosse repassada diretamente ao deputado federal Lino Rossi (ex-PSDB/ PP).
Vedoin reiterou que as unidades móveis de saúde foram entregues aos municípios de Denise, Mirassol D’ Oeste, Nossa Senhora do Livramento e São José dos Quatro Marcos. Vedoin disse acreditar que havia um acordo prévio entre os dois congressistas.
A partir de acusação feita anteriormente à reportagem da revista Veja, a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Sanguessugas incluiu Paes de Barros no rol de investigados por suspeita da apresentação de emenda no valor de quase R$ 400 mil. A propina seria de R$ 40 mil.
Darci Vedoin e Ronildo Medeiros (funcionário da Planam) não utilizaram as emendas individuais do senador para fraudar as licitações realizadas pelas prefeituras que compraram unidades móveis e equipamentos hospitalares a preço superfaturado, segundo o depoente.
No depoimento, prestado ao juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal, Luiz Antonio reafirmou que executava todas as emendas do deputado Lino Rossi, inclusive aquelas destinadas à área de construção civil. Mediante a cobrança de 5%, ele era responsável pelo contato com empresas interessadas nas emendas, pelas quais o parlamentar recebia 10%. Daí, a ligação estabelecida com o lobista e empreiteiro Valdebran Padilha (PT), detido com R$ 1,75 milhão para a compra do dossiê -- supostamente antitucano.
Da Redação/ Catarine Piccioni
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