Delegado dá novo motivo para a divulgação de fotos do dinheiro
Publicada em 02/10/2006 às 22h43m
Jornal NacionalJornal da GloboRIO - O delegado Edmilson Bruno voltou a falar nesta segunda-feira sobre as fotos do dinheiro que petistas usariam para pagar o dossiê contra políticos do PSDB e que foram divulgadas na sexta-feira.
O delegado é alvo de um inquérito e de uma sindicância por ter divulgado fotos do R$ 1,7 milhão que seriam usados por petistas para comprar o dossiê contra tucanos.
Bruno reafirmou que não recebeu dinheiro para divulgar o material, e também negou ter motivação política para divulgar as fotos.
- Isso é o meu pensamento particular, porque a Polícia Federal age com transparência, então, o cunho político seria omitir as fotos. Em momento algum eu me pactuei com qualquer pessoa do PSDB. Sou apartidário, não tenho culpa que tudo isso tenha acontecido às vésperas das eleições Antes que queiram quebrar meu sigilo bancário, faço questão de até fornecer o que eu tenho - disse.
Apesar de reafirmar declarações anteriores, o delegado contou uma nova história, que é a terceira desde o início do episódio. Quando entregou as fotos em sigilo aos jornalistas disse que estava sentido por ter sido afastado do cargo. Mais tarde, deu entrevista sugerindo que as fotos teriam sido furtadas da mesa dele. No dia seguinte, telefonou para assumir a responsabilidade pela divulgação. Nesta segunda, pela primeira vez, Bruno disse que só divulgou as fotos para se proteger, porque, segundo ele, um dos três CDs com as fotografias sumiu da sala do delegado.
- De posse desses três CDs e algumas cautelas dos depósitos que me deram, abri a minha porta e deixei sobre a mesa do escrivão. Voltando na sexta-feira por volta de 9h30m, notei que só havia dois CDs e não três. Se alguém pegou esse CD, pra que utilidade seria? Para me prejudicar, para me beneficiar, para vender esse CD pra alguém? Para fazer alguma montagem, eu incriminando ou absolvendo alguém, até pra me prejudicar? - disse Bruno.
Por causa da divulgação das fotos, o delegado federal começou a semana respondendo a um processo criminal e a uma sindicância interna. Ele corre o risco de ser exonerado do cargo. Mas Edmílson Bruno insiste que não viu nada de errado em distribuir as fotografias a jornalistas.
- Essas fotos não estão no inquérito, portanto elas não estão sob segredo de Justiça. Eu até posso ser punido por causa disso, mas eu não quebrei nenhum sigilo profissional. Foto não é fato, e o fato já estava no domínio publico. Então qual é o segredo? - argumentou.
A polícia vai apurar se o delegado Edmilson Bruno cometeu erros.
Advogados do comitê de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram neste domingo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sua defesa na investigação
instaurada na corte para apurar seu suposto envolvimento em crime eleitoral .
Os advogados pediram ao TSE o arquivamento da investigação. Alegam que Lula não seria beneficiado porque Serra não era adversário direto dele nestas eleições.
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2006/mat/2006/10/02/285944937.asp
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