quinta-feira, outubro 05, 2006

GAROTINHO: “VOU DIMINUIR A VANTAGEM DE LULA NO RJ”

05/10/2006 12:32h

O ex-governador Anthony Garotinho promete diminuir a diferença de votos de Alckmin para o presidente Lula no Rio de Janeiro. Em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta quinta-feira, dia 05, Garotinho disse que o PMDB foi o grande vitorioso no Estado ao eleger a maior bancada federal, para a Assembléia Legislativa, e o candidato ao Senado que ele apoiou (clique aqui para ouvir - http://conversa-afiada.ig.com.br/mplayer/?52531).

Sobre o apoio ao tucano Alckmin, Garotinho disse: “Eu não ofereci apoio. O apoio me foi oferecido”. Segundo o ex-governador, o apoio foi solicitado pelo presidente do partido, deputado Michel Temer.

Depois que o prefeito carioca criticou o apoio explícito de Garotinho a Alckmin, o ex-governador disse que Cesar Maia “deveria deixar as questões locais de lado”.

Para Garotinho, Lula discriminou o governo do Rio e se aliou à “outra banda” do PMDB. Além disso, Lula contribuiu para que o ex-governador não fosse o candidato do PMDB à Presidência.

“O que eu não aceito é que as pessoas questionem ética comigo”, continuou Garotinho, que disse ter o mesmo patrimônio desde que entrou para a política, há 25 anos.

Leia a íntegra da entrevista com o ex-governador Anthony Garotino:

Paulo Henrique Amorim: Eu vou conversar agora com o ex-governador Anthony Garotinho. Governador, o senhor vai bem?

Anthony Garotinho: Muito bem, muito contente. O PMDB no Rio de Janeiro teve uma grande vitória. Elegemos o maior número de deputados federais no Estado, o maior número de deputados estaduais, elegemos o nosso senador, e quase ganhamos a eleição no primeiro turno com Sérgio Cabral. Foi uma grande vitória do partido.

Paulo Henrique Amorim: O senhor voltou, evidentemente, ao centro da discussão política do país com a declaração de seu apoio a Geraldo Alckmin e da reação de seu adversário político, aí no Rio, o prefeito Cesar Maia. Evidentemente que a questão agora é saber: o senhor acha que essa reação a seu apoio a Geraldo Alckmin é uma reação que faz sentido ou o senhor reage a essa reação como?

Anthony Garotinho: Eu reajo como uma pessoa que entende o sofrimento do Cesar Maia porque ele perdeu a eleição no Rio de Janeiro. Veja que o PFL fez apenas seis deputados estaduais enquanto nós fizemos 17. Fez cinco deputados federais enquanto o PMDB fez dez. O nosso candidato a senador ficou em primeiro lugar, o dele ficou em quarto lugar. Então, eu acho que, pelo bem do Brasil, ele deveria deixar essas questões locais de lado e pensar agora em entrar no Brasil um governo sério, um governo comprometido com o desenvolvimento, para acabar com essa situação que hoje reina no Brasil, uma situação insustentável, a economia não cresce, a corrupção se avoluma. Então, nós devemos deixar essas questões pequenas de lado. Essa questão do Cesar Maia é uma questão menor. A eleição no Rio de Janeiro, o povo do Rio já se manifestou, e deu ao PMDB, do qual eu sou presidente no Estado, uma vitória incontestável.

Paulo Henrique Amorim: A que o senhor adiciona, soma na candidatura de Geraldo Alckmin?

Anthony Garotinho: Eu queria até deixar um outro ponto claro: eu não ofereci apoio, o apoio me foi pedido. Eu recebi um telefone do deputado Michel Temer, perguntando se eu estava disposto a apoiar no segundo turno Geraldo Alckmin, já que no primeiro turno eu apenas declarei o meu voto para Heloísa Helena, mas não apoiei nem fiz campanha para ninguém. Então ele disse: ‘E se o Geraldo te ligar e pedir o apoio?’. Eu disse, ‘eu atendo’. E foi o que aconteceu. Me ligou, me pediu apoio, marcou comigo em São Paulo e eu fui e apoiei, declarei o meu apoio. Agora, o meu Estado aqui, eu acho a estrutura do PMDB muito forte, Paulo Henrique. Eu creio que nós vamos acrescentar aqui um bom número de votos porque o desempenho dele aqui no Rio de Janeiro foi o pior da região Sudeste. Em toda a região Sudeste, ele teve no Rio de Janeiro um desempenho comparado à região Nordeste. Eu creio agora que com a entrada do nosso grupo político, que é um grupo político forte em todo o Estado, inclusive na região metropolitana, essa tendência, diminuir a diferença de votos no Rio de Janeiro e quem sabe até ganhar. Embora o tempo seja muito curto e a diferença foi muito grande, com uma diferença de mais de um milhão e 700 mil votos a favor do Lula, vamos agora conversar com o eleitor, explicar as razões pela qual o eleitor do Rio não pode votar no Lula. Porque o Lula discriminou o Rio de Janeiro.

Paulo Henrique Amorim: Mas ele está indo hoje aí.

Anthony Garotinho: Sim, mas para o eleitor do Rio de Janeiro, ele sabe bem que foi o Lula que articulou com a outra banda do PMDB, que apóia o Lula, para que eu não fosse candidato à Presidência da República. Você acompanhou toda a trajetória.

Paulo Henrique Amorim: Claro, claro...

Anthony Garotinho: Aquelas jogadas de oferecer ministério ao PMDB, oferecer cargos ao PMDB, oferecer ambulâncias ou sanguessugas, como Ney Suassuna, que apoio o Lula. O que eu não aceito, meu querido Paulo Henrique, é que as pessoas queiram questionar ética comigo. Isso eu não aceito. Por quê? Eu tenho 25 anos de vida pública, eu tenho o mesmo patrimônio: a casa que eu herdei dos meus pais na cidade em que eu nasci. Eu sempre tive todas as minhas contas de prefeito e governador aprovadas pelo Tribunal de Contas e pelas respectivas Câmara de Vereadores e Assembléia Legislativa. Não respondo a nenhum processo por improbidade administrativa. Agora, quem me acusa, não consegue explicar como é que comprou o apartamento de cobertura onde ele mora. O prefeito do Rio de Janeiro mora numa cobertura avaliada em US$ 1 milhão, de frente para o mar, no bairro mais caro do Rio de Janeiro. Com salário de prefeito ele não conseguiria comprar. Isso é ética?

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/393001-393500/393277/393277_1.html

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