quarta-feira, outubro 11, 2006

Datafolha rebate críticas de Alckmin sobre pesquisa

Publicada em 11/10/2006 às 20h54m

Plínio Teodoro - especial para O Globo Online / CBN

SÃO PAULO - O diretor-geral do Instituto Datafolha, Mauro Paulino, rebateu nesta quarta-feira as críticas do candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, aos resultados da última pesquisa que indica que a vantagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aumentou. Segundo ele, Alckmin agiu como qualquer candidato que aparece em desvantagens nas pesquisas eleitorais.

O diretor do Datafolha ressaltou que a metodologia de fluxo, que ouve as pessoas nas ruas, comprovadamente atinge os mesmos resultados das pesquisas domiciliares, que ouve os eleitores em suas casas. Segundo Paulino, a metodologia está sendo cada vez mais utilizada como alternativa aos problemas de acesso aos domicílios que os pesquisadores encontram, tanto em edifícios residenciais como em favelas, nos grandes centros urbanos. O tucano criticara este método.

- Isto é tricologia de campanha. Alckmin está agindo como qualquer candidato age quando vai mal nas pesquisas. Será que ele considera errada as pesquisas divulgadas no primeiro turno que mostram a aprovação do governo dele? - provocou Paulino.

Alckmin afirmou nesta quarta-feira que os institutos de pesquisa "erraram uma barbaridade nestas eleições". Segundo levantamento do Datafolha, Lula oscilou de 50% para 51% das intenções de voto. Já Alckmin caiu de 43% para 40%. A diferença entre os dois subiu de 7 para 11 pontos percentuais. Foi o primeiro levantamento depois do debate na TV Bandeirantes, no domingo.

Alckmin disse que os institutos de pesquisa merecem respeito, mas é preciso esperar um pouco para saber qual é a tendência, ou seja, qual é a curva de cada um dos candidatos. O tucano disse ainda que manterá o estilo 'Mike Tyson' do primeiro debate com o presidente. Para alfinetar Lula, o candidato do PSDB disse que não gosta de gente que não fala a verdade e 'joga amigos na fogueira para salvar a pele'.

Ainda sobre os institutos de pesquisas, o candidato do PSDB afirmou que é preciso saber quem errou menos.

Sempre gostei de estatísticas, mas como erraram nestas eleições

- Sempre gostei de estatísticas, mas como erraram nestas eleições. Podemos escolher quem errou menos - disse o candidato, que participou nesta manhã de uma entrevista na Rádio Bandeirantes.

Na saída da Rádio Bandeirantes, Alckmin afirmou que não consta em seu programa de governo o corte de 3,4% do PIB em gastos orçamentários. A proposta foi feita pelo seu assessor econômico Yoshiaki Nakano, que foi posteriormente desautorizado pelo candidato.

Segundo ele, o corte de gastos públicos em sua gestão, caso seja eleito, se dará no combate à corrupção e ao desperdício do dinheiro público e em um novo sistema de gestão semelhante à compra eletrônica, implantada por ele quando governador do estado de São Paulo. Alckmin voltou a criticar a política fiscal de governo de Lula e afirmou que o presidente não reduz a taxa Selic porque a política fiscal é ruim.

Em relação a temas polêmicos, como a união civil entre homossexuais e o aborto, Alckmin falou que "a união civil entre homossexuais não é casamento, é contrato".

- Sou a favor (união de homossexuais). Mas sou contra o aborto - disse.

http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2006/mat/2006/10/11/286070486.asp

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