Ciro diz que Alckmin vai ter que respeitar Lula
Publicada em 06/10/2006 às 11h21m
Ilimar Franco - O GloboBRASÍLIA - Escalado para tourear com os tucanos, o ex-ministro da Integração Nacional e deputado eleito Ciro Gomes (PSB-CE) distribuiu novas críticas à oposição ao sair na quinta-feira de encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada. Ciro afirmou que o candidato Geraldo Alckmin (PSDB) tem que ser tratado com respeito, mas cobrou que o mesmo tratamento seja dispensado ao presidente Lula. E acrescentou que, se isso não ocorrer, os adversários não ficarão sem resposta à altura.
— Não vamos baixar o nível em nenhuma circunstância. O Alckmin é um homem respeitável, mas ele vai ter que respeitar o presidente Lula. Se não vai ouvir. Eu recomendo. Porque se vier de lá, vai vir de cá multiplicado por dez — disse Ciro Gomes.
O aliado de Lula, dizendo que fala em nome pessoal, criticou o fato de Alckmin ter recebido os apoios do ex-governador do Rio Anthony Garotinho e do PFL da Bahia, liderado pelo senador Antonio Carlos Magalhães. Ele disse que quem posa de moralista não pode ter contradições no campo da ética.
— Quem é moralista, quem quer se apresentar de vestal, quem quer se apresentar de anjo não pode ter contradições nessa área — disse Ciro.
E acrescentou:
— Como pode alguém imaginar que tudo o que diz respeito aos destinos superiores da nação se deve ao mau comportamento de meia dúzia de petistas aprendizes de mafiosos e depois se agarra com o casal Garotinho, se agarra com o PFL da Bahia, com o Ivo Cassol? Venha com outra. O Alckmin tem que explicar as 60 CPIs que ele impediu que fossem feitas pela Assembléia de São Paulo.
Ciro, que tem feito reuniões diárias com o presidente Lula e vai viajar para alguns estados para apoiar a reeleição, afirmou que o candidato da oposição faz o discurso da ética para não ter que aprofundar suas propostas no campo da economia e do ajuste fiscal. Ciro também criticou a proposta do tucano de cortar as despesas correntes do governo federal.
— O Alckmin disse aos plutocratas que vai reduzir os gastos correntes. Isso é música para os ouvidos dos barões brasileiros. Os gastos correntes são feitos com funcionários públicos, aposentados, custeio da saúde, custeio da educação, custeio da segurança e Bolsa Família — afirmou Ciro.
Depois de ter chamado os petistas que se envolveram na compra do dossiê contra tucanos de "meia dúzia de aprendizes de mafiosos", Ciro criticou o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno, por ter passado à imprensa a foto com o dinheiro às vésperas do primeiro turno das eleições.
— Um delegado de polícia ir lá e fotografar o dinheiro, e forçar a barra para entregar a jornalistas para sair a dois dias da eleição... Isso não é funcional, isso é politicagem - afirmou.
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2006/mat/2006/10/06/286006233.asp
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