sexta-feira, maio 12, 2006

JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE CPI PARA INVESTIGAR NOSSA CAIXA

Jornal O Globo – 12/05/2006

Tatiana Farah

SÃO PAULO. O Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou ontem o pedido de liminar que obrigaria a Assembléia Legislativa a instaurar uma CPI sobre a Nossa Caixa. A CPI investigaria um suposto esquema de distribuição de verbas publicitárias a aliados do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB). Já o Tribunal de Contas do Estado fará uma auditoria especial sobre as contas de publicidade do banco estadual.

Após várias tentativas de abertura de CPI pela própria Assembléia, um grupo de deputados entrou com um pedido de liminar em mandado de segurança para que a investigação fosse instalada obrigatoriamente. A liminar foi negada, mas o mérito do mandado de segurança ainda será julgado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça. A decisão de não aceitar a liminar foi tomada pelo desembargador Reis Kuntz no último dia 5, mas o Tribunal de Justiça divulgou a informação ontem.

Foram engavetados 69 pedidos de investigação

Desde o início do governo Alckmin, a Assembléia engavetou 69 pedidos de CPI, que investigariam desde membros do alto escalão até órgãos públicos e entidades externas ao funcionamento do governo. As suspeitas sobre a Nossa Caixa começaram quando o ex-gerente de marketing Jaime de Castro Júnior foi demitido, no ano passado. O próprio banco fez uma auditoria para tentar explicar por que a instituição gastou R$ 44 milhões em propaganda sem contrato. Mesmo atendida por duas agências, a Nossa Caixa ficou 22 meses, de 2003 a 2005, sem contrato de publicidade e sem licitação.

Castro Junior acusou o banco e mesmo o presidente Carlos Eduardo Monteiro de ter ciência da irregularidade. O banco nega as acusações, mas informa que, mesmo com a auditoria, não soube explicar o largo prazo sem cobertura contratual. Ao demitir Castro Junior, a Nossa Caixa também não remeteu a sindicância ao Ministério Público para as medidas jurídicas. Os documentos foram enviados apenas ao Tribunal de Contas do Estado, que julgou, em primeira instância, um erro grave e não meramente formal a inexistência de contrato.

Em um relatório paralelo, Castro Junior apresenta documentos, como emails, que apontam suposto uso político das verbas publicitárias. A Nossa Caixa teria feito propaganda em veículos ligados a deputados da base aliada. Desde dezembro, o Ministério Público já investiga a publicidade da Nossa Caixa. O promotor Sérgio Turra Sobrane afirmou ter tomado ciência das irregularidades por meio de uma denúncia anônima.

http://oglobo.globo.com/jornal/pais/247148158.asp

Grifo meu em 12/05/2006: Leia o trecho de texto abaixo sobre a atuação da Opus Dei na justiça de São Paulo. Para ler toda a matéria, leia, neste mesmo blog, mais abaixo, a matéria: ASSASSINATO, CORRUPÇÃO E JORNALISMO ALUGADO:

(...)A COPTAÇÃO DE NUMERÁRIOS DÁ-SE ENTRE ESTUDANTES DE UNIVERSIDADES E ESCOLAS SECUNDÁRIAS DE ELITE. CENTROS DE ESTUDOS E OBRAS DE CARIDADE SERVEM DE FACHADA. A OPUS DEI TEM FORTE PRESENÇA NA USP, EM ESPECIAL NA FACULDADE DE DIREITO, ONDE PARTE DO CORPO DOCENTE É COMPOSTA POR MEMBROS E SIMPATIZANTES, COMO O NUMERÁRIO INÁCIO POVEDA E O DIRETOR EDUARDO MARCHI. OUTRO EXPOENTE DA ORGANIZAÇÃO NA USP É LUIZ EUGÊNIO GARCEZ LEITE, PROFESSOR DA FACULDADE DE MEDICINA E AUTOR DE PANFLETOS CONTRA A EDUCAÇÃO MISTA. A OBRA ATUA TAMBÉM NA UFRJ, UNICAMP E UNB.(...)

(...)NO BRASIL, A ORGANIZAÇÃO DEITOU RAÍZES EM SÃO PAULO NO COMEÇO DA DÉCADA DE 50, CONCENTRANDO SUA ATUAÇÃO NO MEIO JURÍDICO. O PROMOTOR APOSENTADO E EX-DEPUTADO FEDERAL HÉIO BICUDO CONTA QUE POR DUAS VEZES JUÍZES TENTARAM COOPTÁ-LO. SEU EXPOENTE DE MAIOR DESTAQUE FOI JOSÉ GERALDO RODRIGUES ALCKMIN, NOMEADO MINISTRO DO STF POR MÉDICI EM 1972 E TIO DO ATUAL GOVERNADOR DE SÃO PAULO. ACONTECE QUE NOS ANOS 70, O PODER DA OPUS DEI ERA EMBRIONÁRIO. TINHA QUADROS EM POSIÇÕES IMPORTANTES, MAS SEM ATUAÇÃO COORDENADA. ALÉM DISSO, DIVIDIA COM A TRADIÇÃO, FAMÍIA E PROPRIEDADE (TFP) AS SIMPATIAS DOS CATÓLICOS DE EXTREMA DIREITA.(...)

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