sábado, abril 22, 2006

COORDENADOR DO “PROGRAMA” ECONÔMICO DE ALCKMIN SONHA COM RETORNO À ESCRAVIDÃO

Samuel Pessoa, o coordenador do “programa” econômico de Geraldo Alckmin para a Presidência da República, advoga o fim dos direitos trabalhistas, o aumento do tempo de serviço para se aposentar, a redução do salário mínimo e ataca a Justiça Trabalhista em seus trabalhos na FGV e seminários.

Recentemente, num seminário realizado no Senado para debater a valorização do salário mínimo, ele afirmou que aumentar o mínimo é péssimo para a economia, gera inflação e amplia os gastos com aposentadoria. E acrescentou: “Daí, o Banco Central vai ter que aumentar mais os juros para controlar os preços”. Vê-se que ele vegeta naquela velha cartilha dos juros altíssimos para o país não crescer de jeito nenhum e que abarrota a burra dos banqueiros externos.

Em um texto seu - “A experiência de crescimento das economias de mercado nos últimos 40 anos” - o coordenador de Alckmin não tem o mínimo pudor em afirmar: “a presença de um sistema de aposentadoria (...) muito generoso antecipa a saída do mercado de trabalho”; “um mercado de trabalho muito regulamentado pode dificultar a entrada no mercado de trabalho dos jovens”; “a forma como a justiça trabalhista está instituída em nossa economia não torna o trabalhador mais produtivo”.

Em três frases, Samuel Pessoa sintetiza que os trabalhadores devem ser esfolados ainda mais e trabalhar, como era a proposta de Fernando Henrique, até os 65 anos. Para ele e sua mentalidade de senhor de escravos, os direitos trabalhistas devem ser extintos e o trabalhador precisa é de chicote, para ser “mais produtivo”, pois se apóia numa Justiça do Trabalho que lhe garante abundância e direitos de sultão, altamente extravagantes.

O tucano afirma ainda que é necessário desvincular o aumento do salário mínimo do aumento das aposentadorias. Fernando Henrique já fez isso com os pensionistas que ganhavam acima do mínimo e, pessoas que contribuíram a vida inteira sobre 10 salários mínimos, tiveram seus vencimentos reduzidos em até 60% ao longo dos anos. Para Samuel, o governo precisa arrochar mais esse mecanismo e os aposentados que recebem um salário mínimo também devem entrar nesse bolo. Ou seja, assim o governo pode aumentar o mínimo em 5% e as aposentadorias em 2%. E, em pouco tempo, os aposentados estarão recebendo menos que um mínimo.

Esse é o pensamento novinho em folha do coordenador econômico do candidato tucano Alckmin: redução violenta dos investimentos na área social, salários arrochados, perseguição aos idosos, degradação do trabalhador, depredação do patrimônio público, juros nas alturas, superávit primário escorchante, banqueiros de Wall Street alegres e satisfeitos. Pelo visto, a frase de cabeceira de Samuel deve ser a daquele prócer da República Velha, Washington Luís: “a questão social é um caso de polícia”.

Jornal Hora do Povo - http://www.horadopovo.com.br/pag3b.htm

ALESSANDRO RODRIGUES

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