quinta-feira, abril 20, 2006

ASSASSINATO, CORRUPÇÃO E JORNALISMO ALUGADO

ASSASSINATO, CORRUPÇÃO E JORNALISMO ALUGADO

*Este dossiê é muito sério e deve ser divulgado ostensivamente. Estou estarrecido. Quem se interessar na mudança deste país, e nela acreditar, acampe a luta, seja mais um guerreiro da liberdade, da democracia, da ampliação dos direitos, da destruição do poder que é controlados por poucos. Sei que somos mais e melhores do que eles.*
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*"Na guarda guerreiro, levante a cabeça... Pois, do lixão nasce flor" Mano Brown*
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*Allysson Fernandes Garcia*
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*O GOLPE DE ESTADO E A CAIXA-PRETA DA IMPRENSA***
ASSASSINATO, CORRUPÇÃO E JORNALISMO ALUGADO


Dossiê

Por Chico Nader, Morgana White e Alberto Salvador - Abril/2006

Em pouco mais de um ano de atividades, o JIBRA (Jornalistas Independentes do Brasil), com sede oficial em Londres (UK) vem divulgando uma série de * dossiês* que ajudam a explicar a *crise política brasileira*. Nosso trabalho se insere numa ação de cidadania responsável que se destina a vencer o bloqueio da censura imposta no Brasil pelos grandes veículos de comunicação, controlados por algumas famílias e por poderosas organizações multinacionais de mídia.

Nesse período, sofremos todo tipo de perseguições. No Brasil, nossos colaboradores tiveram suas vidas devassadas. Computadores foram apreendidos e contas de e-mail tiveram o sigilo quebrado, sempre com suporte dos serviços de inteligência dos Estados Unidos da América, especialmente dos funcionários "especiais" que trabalham em Brasília. Em Londres, recebemos por várias vezes as visitas de agentes policiais e nossos telefones foram grampeados. Talvez a exposição desses fatos ajude a explicar os episódios que descreveremos em seguida.

A morte de Jean Charles e o Golpe contra Lula

* Em 22 de Junho de 2005, o JIBRA fez publicar no CMI - Centro Midia Independente um relato sobre a primeira tentativa de golpe contra o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto está disponível até hoje em http://www.midiaindependente.org/es/red/2005/06/320821.shtml. O trabalho jornalístico narrava a origem do plano de desestabilização do governo Lula, articulado pelas elites nacionais, com apoio tático e estratégico do governo dos Estados Unidos da América. Todas as informações ali contidas foram, mais cedo ou mais tarde, comprovadas por investigações independentes. Nosso trabalho se tornou referência para estudos de outras conceituadas entidades e órgãos de imprensa.

* See quotes
*:
http://www.americas.org/item_22207
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http://www.lautjournal.info/autjourarchives.asp?article=2410&noj=244

A revelação das atividades do *Grupo Rio* (LEIA MAIS ABAIXO A MATÉRIA DESTE MESMO GRUPO QUE EXPLICA O QUE É O GRUPO DO RIO) desencadeou imediata reação dos serviços de inteligência extra-nacionais, com violação de sigilos, escutas clandestinas e interceptação de mensagens. Profissionais de imprensa brasileiros sofreram constrangimentos ao serem incluídos na lista de supostos informantes do JIBRA. Mesmo assim, em poucos dias, blogs e sites pessoais fizeram com que o material se espalhasse pelas infovias.

Entretanto, demorou mais do que imaginávamos para que sofrêssemos o impacto da reação. Em Lambeth (um dos London Boroughs), a jornalista Morgana White utilizava-se havia tempos dos serviços de um brasileiro, indicado por amigos, na realização de pequenos serviços em seu escritório doméstico. Seu nome era Jean Charles de Menezes.

Sabe-se, hoje, pelos protocolos de investigação da Comissão Independente de Investigação de Queixas da Polícia (CIIQ, in English), que a ação desencadeada dentro da estrutura da *Operation Kratos* tinha por objetivo responder à ação de supostos terroristas de esquerda brasileiros com base no Reino Unido. A troca de mensagens entre as células de inteligência (US-UK) exibe a exigência americana de uma ação imediata, com prazo de 30 dias para a apresentação de resultados práticos.


* See more:
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http://www.met.police.uk/foi/pdfs/policies/stop_and_search_s44_tact_2000_sop.pdf

Exatamente um mês depois de divulgado o texto do Jibra, em 22 de Julho de 2005, uma unidade mista de policiais e agentes anti-terrorismo britânicos, treinados por Israel, executou Jean Charles de Menezes. Cumpriam o prazo! Na avaliação equivocada dos IS britânicos, o brasileiro funcionava como operador estratégico das ações do JIBRA. Um engano trágico que custou a vida de um jovem honesto, sempre de bem com a vida, cheio de sonhos e aspirações.

Os depoimentos de Morgana White para seus companheiros jornalistas não deixa dúvidas sobre as razões do assassinato, um misto de brutalidade e incompetência. Ao mesmo tempo, suas explicações lançam luzes sobre os mistérios que até hoje envolvem a morte do brasileiro (abaixo as contradições e mentiras que marcam a investigação do caso).

http://mrzine.monthlyreview.org/seymour100805.html

http://antagonise.blogspot.com/2005/08/jean-charles-de-menezes-murder-lies.html

Vale informar que a carta de Morgana White, escrita já na Irlanda, comprova seus contatos com Jean Charles e mostra que o rapaz *SABIA* que vinha sendo espionado. O documento foi enviado às redações dos principais jornais brasileiros, mas jamais foi divulgado.

Depois das primeiras manifestações do JIBRA sobre o assunto, em 29 de Março, ameaças resultaram no pedido de demissão de Susan Atkins, chefe da Comissão de Queixas contra a Polícia. Baixa na turma dos mocinhos; ponto para os bandidos. Outro profissional sério da comissão, Laurence Lutsgarten, também foi afastado de suas funções, vítima de uma armação da Polícia Metropolitana de Londres. Motivo oficial: comportamento sexual inadequado.

*Brasil: A República dos Jornalistas Corruptos*

Há tempos, pede-se a abertura da Caixa Preta da imprensa brasileira. Nenhum cidadão razoavelmente inteligente pode acreditar que a violenta campanha para derrubar o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja realizada por jornalistas somente seduzidos pela doutrina neoliberal e conservadora difundida pelos quadros intelectuais da elite brasileira.

Há muito dinheiro correndo nos túneis subterrâneos do Golpe de Estado em curso no Brasil. Boa parte desse dinheiro se destina a abastecer os jornalistas e formadores de opinião recrutados pelo Grupo Rio.

Investigações independentes, realizadas de Setembro de 2005 a Março de 2006, revelam que pelo menos 76 pessoas, entre jornalistas e outras personalidades, foram agraciados por suas contribuições ao Golpe de Estado. Certamente, há os que nada cobram, que se juntam à sedição por motivos particulares ou por investirem em benefícios futuros.

Os bancos Nossa Caixa, Bank of Boston e Santander Banespa (LEIA, MAIS ABAIXO, MATÉRIA QUE FALA SOBRE A ATUAÇÃO DA OPUS DEI NO BRASIL E SOBRE OS BANCOS ESPANHÓIS) tem sido os principais canais de repasse para a maior parte desses profissionais de duplo emprego.

* Quem são os jornalistas empenhados em instaurar o terror no País

* A legião de colaboradores do Golpe de Estado se divide em três frentes diferentes na mídia: 1) Jornalistas da grande imprensa; 2) Blogueiros e articulistas "independentes"; 3) Formadores de opinião (analistas políticos, artistas, etc...)

Os primeiros tratam de ecoar tudo que é supostamente negativo no governo do Presidente Lula. Exageram, ofendem, instauram suspeitas e, a todo custo, recorrem ao moralismo rasteiro para provocar indignação nos cidadãos. É o caso do jornalista Ricardo Noblat.

Os segundos são utilizados geralmente para divulgar informações falsas, parte da estratégia de terror utilizada na desestabilização do País. Por serem menos facilmente enquadráveis, realizam o trabalho sujo de poluição informativa. É o caso de Claudio Humberto.

Os terceiros são cooptados das mais diferentes formas, nem sempre presenteados com dinheiro. Na farsa midiática, servem para criar uma ilusão de caos institucional, de decepção geral e indignação contra o governo. É o caso do ator Lima Duarte, tradicionalmente ligado ao tucanismo; de um conhecido humorista; do deputado Fernando Gabeira; do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), de Roberto Busato, a quem foi prometido o cargo de Ministro da Justiça em eventual futuro governo do PSDB-PFL; do "oabista" Orlando Maluf Haddad, cuja má índole é equivalente a sua capacidade de acumular patrimônio; e da analista de assuntos políticos Lucia Hipólito.

* Como ganhar dinheiro fácil

* Para alguns desses jornalistas e formadores de opinião, o ofício sempre foi uma prática de comércio apartada de valores morais ou de condutas éticas. É o caso do "empoado" Augusto Nunes, do Jornal do Brasil, e de Eurípedes Alcântara, da revista Veja.

O segundo esteve inúmeras vezes nos Estados Unidos, sempre participando de simpósios do Departamento de Estado e do Departamento de Defesa para jornalistas latino-americanos alinhados com as políticas de Washington. Logicamente, Alcântara sempre foi retribuído por suas ações no sentido de desmoralizar qualquer projeto ou personalidade da esquerda no Brasil.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos reproduz uma conversa telefônica
entre Alcântara e Donald Rumsfeld.


http://www.defenselink.mil/transcripts/2005/tr20050405-secdef2581.html

Um pequeno e cômico trecho mostra o tipo de jornalismo produzido pelo escoteiro de Roberto Civita.

QUESTION (Alcântara): *Yeah, that would be my pleasure. I have been watching close your role in the United States and I must say that I admire you. You are so firm since the beginning. When they said they were going there for the oil and then they said you were going there for your own interests, and then, well, we see democracy spreading throughout the Arab world. This is not a small thing, right?***
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Outros jornalistas têm servido com fidelidade aos articuladores do Golpe de Estado, como o blogueiro Fernando Rodrigues e o articulista Merval Pereira. A norma é simples. Negar ou criticar qualquer sucesso da administração de Luiz Inácio Lula da Silva. Os sucessos na Educação, como o Prouni, e na promoção social, como o Bolsa Família, devem ser ignorados ou tratados com ironia ácida. Toda suspeita deve ser concebida como verdade. Tudo que representar dano à reputação do presidente e de seu partido deve ser ampliado, se possível em tom de indignação cívica. No plano das alianças, referências à Venezuela e a Hugo Chávez devem ser sempre negativas.

Os comentaristas e analistas seguem a mesma cartilha (um conjunto informal de orientações conhecido como Bola7), produzida sob coordenação do publicitário *Paschoal Fabra Neto*. É o caso de *Luciano Dias*, do IBEP, aluno obediente do Grupo Rio. Vale acompanhar seu torto pensamento, expresso no UOL (serviço do Internet do jornal Folha de S. Paulo).

* "De acordo com Dias, é irrelevante se o caseiro foi ou não comprado para desmentir Palocci."

*
http://noticias.uol.com.br/uolnews/brasil/entrevistas/2006/03/24/ult2614u447.jhtm

* O jogo das contas bancárias milagrosas

* Ricardo Noblat, Fernando Rodrigues, Claudio Humberto, Augusto Nunes, Merval Pereira, Otavio Cabral, Lucia Hipolito, Luciano Dias, Lilian Witte Fibe, Mauro Calliari, Eurípedes Alcântara, Mario Sabino, André Petry, Diogo Mainardi, entre outros, não citados porque se beneficiam de nossas incertezas, figuram entre os alegres ganhadores da loteria do golpe. Cabe aos bons jornalistas, descobrir quem os tem premiado.

* Para facilitar o trabalho, apresentamos alguns dados fundamentais:

R$ 76 mil entre 10/2005 e 03/2006;

R$ 234 mil entre 07/2005 e 03/2006;

R$ 450 mil entre 08/2005 e 03/2006;

R$ 34 mil entre 07/2005 e 03/2006;

R$ 906 mil entre 06/2005 e 03/2006;

R$ 54 mil (em 10 parcelas) entre 05/2006 e 02/2006;

R$ 111 mil entre 08/2005 e 03/2006;

R$ 432 mil entre 10/2005 e 03/2006;

R$ 454 mil entre 10/2005 e 03/2006;

R$ 32 mil entre 08/2005 e 03/2006;

R$ 321 mil em 12/2005;

R$ 98 mil entre 07/2005 e 03/2006;

R$ 132 mil entre 10/2005 e 03/2006;

R$ 42 mil entre 10/2005 e 03/2006.

Interessante é que idêntico sistema de compra seletiva de jornalistas e comunicadores tem sido registrado na Venezuela, no Paraguai e, mais recentemente, no Peru. A comparação nas metodologias nos permite deduzir que há uma inteligência operativa internacional por trás dos projetos de desestabilização de governos.

* *Dados obtidos sem conhecimento do governo federal, a partir de esforços reportagem de ex-integrantes do Prime Suspectz, hoje voluntários do JIBRA.*
* *
* Como corromper um caseiro

* A primeira tentativa foi comprar um par de belas garotas de programa de Brasília. Como elas são decentes, negaram-se a servir ao Grupo Rio. A idéia seguinte foi instrumentalizar o caseiro Francenildo Costa. Mas de onde veio a inspiração? O senador *Antero Paes de Barros* (PSDB-MT) a recebeu de seu compadre e financiador, o mega gangster "Comendador João Arcanjo", que já se utilizado de expediente semelhante para destruir uma figura pública em seu Estado.

Líder do crime organizado no Centro-Oeste do Brasil, o "Comendador" é, desde 1994, um dos principais sócios do PSDB na região. O bolachudo Antero Paes de Barros, por exemplo, recebeu em 2002 pelo menos 84 cheques de uma factoring do bicheiro. O "Comendador" Arcanjo, sempre protegido pelo PSDB local, é acusado de ser o mandante do assassinato de mais de 30 pessoas e da mutilação punitiva de outras 50 pessoas.

* Crime e acobertamento: tradição do PSDB

* As ligações do "Comendador" com o PSDB não representam novidade. No Amazonas, o senador tucano Arthur Virgílio é conhecido por suas ligações excêntricas com a exploração de menores. Em Manaus, inúmeras testemunhas confirmaram as denúncias contra o senador. A imprensa do Brasil, no entanto, que nunca ouviu falar do assunto. Poucos sabem dos esforços de Virgílio para salvar Omar Aziz (PFL) na CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

* Quem compra os jornalistas

* O sistema criado pelo PSDB e pelo PFL para a compra de jornalistas é antigo. Seu idealizador foi o falecido ministro Sérgio Motta, o Serjão, responsável por enorme série de falcatruas no reinado de Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a imprensa "comia na mão se farto fosse o grão".

Serjão fez escola, gerando uma série de articuladores de "contratos" com a imprensa. Hoje, alguns militam nas fileiras de José Serra. Outros, no bando do ex-governador alquimista da Opus Dei. (NÃO DEIXE DE LER, MAIS ABAIXO, NESTE BLOG, COMO ATUA A OPUS DEI NO BRASIL)

Pode-se dizer que boa parte das compras de jornalistas efetuadas na grande imprensa teve como articulador o diretor financeiro do Instituto Sérgio Motta, *Vladimir Antonio Rioli*. Ex-sócio de José Serra, parceiro do ex-prefeito na prática costumeira do delito, Rioli é conhecido por sua folha corrida.

See more:

http://www.terra.com.br/istoe/1704/brasil/1704_elo_perdido_capa.htm

Rioli, já condenado pela Justiça Federal, tem sido tradicional interlocutor tucano em negociações com a Editora Abril, de Roberto Civita, e o Grupo Folha, de Otávio Frias.

Details: Processo 2002.34.00.029731-6. Referência:

http://conjur.estadao.com.br/static/text/27803,1

Outro esforçado negociador tucano tem sido o jornalista *Reinaldo Azevedo*, da revista "Primeira Leitura", cuja meta particular tem sido qualificar-se como porta-voz da direita brasileira. Ainda que intelectualmente limitado e dono de texto raso e confuso, Azevedo tem sido reverenciado pelos reacionários brasileiros, a ponto de merecer referência no site *Mídia Sem Máscara*, do filósofo "neonazista" Olavo de Carvalho. No mundo das transações subterrâneas, Azevedo é conhecido pela avareza. Espírito disciplinado de militante, procura pagar pouco por textos de interesse da cúpula tucana.

A ala dos alquimistas teve em *Roger Ferreira* seu mais destacado negociador. O ex-assessor de comunicação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, atuou às claras nas grandes redações, a ponto de ser chamado de "trintinha", numa alusão ao preço padrão pago por matérias especiais do interesse de seu chefe.

Roger Ferreira, citado no dossiê elaborado pelo ex-gerente de marketing do banco Nossa Caixa Jaime de Castro Júnior, coordenava o esquema do Palácio dos Bandeirantes para beneficiar com verbas de publicidade uma série de emissoras de rádio e TV, além de jornais e revistas. Ferreira foi ainda interlocutor do governo paulista em tratativas com representantes do grupo * Cisneros* (Venezuela) no Brasil. A corporação mantém uma parceria comercial com o Grupo Abril, que publica *Veja*.

De acordo com o deputado estadual Afanásio Jazadji, do PFL, o governador Alckmin chegou a negociar pessoalmente projetos inescrupulosos para dourar sua imagem pública.

* Pelado na Marginal

(NÃO DEIXE DE LER, MAIS ABAIXO, NESTE BLOG, UMA MATÉRIA QUE FALA COMO A OPUS DEI ATUA NO BRASIL, ESPECIALMENTE EM SÃO PAULO E QUAL O PAPEL DO CARLOS ALBERTO DI FRANCO)Por fim, a ala alquimista conta também com o apoio do professor *Carlos Alberto Di Franco*, membro ativo da seita católica direitista Opus Dei. Di Franco, destacado para ministrar aulas ao candidato do PSDB à presidência da República, é conhecido por aliciar jovens profissionais de imprensa para a causa do grupo, conduzindo-os à Universidade de Navarra, na Espanha. Fora do mundo da política, Di Franco é conhecido pelos hábitos excêntricos. Há poucos anos, foi flagrado caminhando nu pela Marginal do Rio Pinheiros, uma importante via expressa da Capital de São Paulo. Abordado por políciais, o professor alegou que tinha sido assaltado e que os criminosos o haviam obrigado a nadar nas poluídas águas curso fluvial.

* A reação da cidadania

* Os fatos estão devidamente expostos, "mastigadinhos", como dizem os brasileiros. Cabe aos cidadãos de bem, especialmente aos jornalistas que escaparam da sedução criminosa, reagir e reinstaurar o paradigma da ética nas relações triangulares entre governo, mídia e sociedade. O JIBRA, esteja onde estiver, continuará trabalhando para levar a informação exclusiva, nua e crua ao povo do Brasil.

* Jibra - April, 2006 - Kinsale, Ireland.

Por Chico Nader, Morgana White e Alberto Salvador

JIBRA (Jornalistas Independentesdo Brasil), com sede oficial em Londres (UK)


Blog: Os Amigos do Presidente Lula – http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com

Mídia Independente: http://lists.indymedia.org/pipermail/cmi-goiania/2006-April/0408-h0.html


GOLPE DE ESTADO EM ANDAMENTO! SERÁ VERDADE?

Por Chico Nader, Morgana White, Alberto Salvador 19/06/2005 às 19:07

Alguém conhece estes possíveis autores? Possui o contado deles para confirmarmos sua autoria? Mesmo não sendo verdade, é um excelente exercício de reflexão sobre o que pode ocorrer nos bastidores do poder. E, já que a grande mídia divulga qualquer acusação sem prova alguma, esta segue a mesma rotina de sempre...

[Publicado por Heitor Reis]

[CMI-SSA] Golpe de Estado em Andamento no Brasil: Revelações Estarrecedoras

jornalistas independentes jornalistas em postmaster.co.uk

Terça Junho 7 07:40:48 PDT 2005

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Arquivo X do Golpe (volume 1)

Como PSDB, Veja & CIA articulam segundo golpe de estado em sete anos. Uma história de assassinatos, corrupção, abuso de menores e roubo.

Como ocorre ciclicamente, inicia-se a fase final de mais um golpe de Estado na América Latina, desta vez destinado a depor o presidente Luís Inácio Lula da Silva, legitimamente eleito pelo povo brasileiro.

A exemplo do que ocorreu no Chile, em 1973, os neoliberais da elite pseudo-intelectual, os donos de latifúndios, os empresários da “imprensa” falida e os serviços de inteligência norte-americanos, preparam a derrubada do ex-metalúrgico Lula.

Os métodos do golpe, entretanto, se sofisticaram. Se Allende foi assassinado por projéteis de fogo, Lula está sendo envenenado por uma bem estudada campanha de desqualificação. Curiosamente, os “crimes” que lhe são atribuídos constituem-se em práticas criadas e mantidas por seus próprios inimigos.

O grupo de ataque ao governo foi apelidado de Grupo Rio. Não se trata de uma homenagem ao Estado, mas de uma referência à Rua Rio de Janeiro, em Higienópolis, residência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O luxuoso e requintado apartamento foi palco das primeiras reuniões que traçaram a estratégia para o golpe de Estado. Na primeira assembléia, reuniram-se 13 pessoas. Na segunda, foram 19, incluindo um norte-americano que chegou num carro do consulado dos EUA em São Paulo. Depois do encontro, vários seguiram para uma casa de prazeres eróticos na Avenida Bandeirantes, nas imediações do aeroporto de Congonhas.

Em Português trôpego, o tal “gringo” teria falado mais sobre o presidente venezuelano Chavez do que sobre o plano para apear Lula do poder. A frase paradigmática de FHC neste dia teria sido: “É preciso paciência para desequilibrar, aos poucos; arrancar cada dedinho do pé do sátiro”. Alguns bateram palmas para aplaudir a frase mal construída, mas que definia o projeto de ação do grupo, que FHC (pretendendo-se galhofeiro) preferiu chamar de “célula Sorbonne”. Aliás, quando regado a bom vinho, o ex-presidente adora atribuir apelidos a seus desafetos: José Sarney é o “Morsa”, Itamar é o “Costinha” e Ciro Gomes é o “Parasita”.

Decidiu-se que tanques e canhões seriam substituídos por papel impresso e telas iluminadas. Poderosos senhores da comunicação foram chamados a integrar o grupo. Nessa época, o setor já vivia uma grave crise, com empresas atoladas em dívidas com bancos, à beira da insolvência. Os que não haviam se arrumado com o novo governo, tinham a chance de receber polpudas contribuições de apoiadores externos. Os aliados de primeira hora foram Roberto Civita, da Editora Abril, e a chamada banda podre da família Mesquita, os descendentes de Ruy Mesquita.

O falido e o ladrão doméstico

A idéia era destacar o clã Mesquita para uma luta prévia, destinada a desacreditar a prefeita Marta Suplicy. Os jornais da casa deveriam criar “pautas” para que o resto da imprensa corroesse a popularidade da prefeita. O projeto era fincar a bandeira do Grupo Rio em São Paulo a partir da eleição de José Serra.

Civita teria como incumbência fomentar uma ação nacional por meio da revista Veja. Civita e FHC mantêm antiga amizade. O grupo do ex-presidente ajudou a criar o modelo de ideologia que é propagada pela revista, uma colorida e didática cartilha neoliberal. Civita é conhecido por sua língua afiada e descontrolada. Certa vez, numa reunião com executivos do grupo, chamou Pelé de “negrinho do pastoreio”. Em outra ocasião, disse que a ex-ministra Erundina era “uma gabirua que fedia a merda”.

As histórias de Veja misturam roteiros de filmes sobre a Máfia com bizarrias hard-core. Durante muitos anos, o feitor de Civita em Veja foi o truculento Eduardo Oinegue Faro, uma espécie de Jason Blair brasileiro, capaz de “fazer (ou inventar) qualquer negócio”, seja para vender revista ou para destruir uma personalidade pública. Exagerado em suas doses, Oinegue foi transferido para a revista Exame. Há poucos meses, o “padrinho Civita” sofreu ao saber que seu pupilo o estava roubando, exatamente conforme nos roteiros dos filmes sobre a Cosa Nostra. Oinegue Faro estava embolsando mais de um milhão de Reais em negócios inescrupulosos com um lobista. Triste fim para uma história de confiança na “famiglia”.

O jornalista que tinha um “pepino” a resolver

O redator-chefe de Veja é outro protagonista de casos escabrosos. Depressivo crônico, tem fixação doentia pelo tema solidão. Vítima de impulsos suicidas, julga-se inferior e não devidamente reconhecido. Parte de sua conduta patológica gerou um livro interessante e revelador: o Antinarciso. Certa manhã, a secretária de Veja recebeu um telefonema insólito de Sabino, que estava num hotel fubango no centro de São Paulo. A dedicada funcionária teve de se desdobrar para encontrar um proctologista do hospital Albert Einstein. Foram três horas de angústia até que o especialista chegasse ao quarto 62. Quem quiser, pode checar. Mais uma eternidade até que o enorme pepino pudesse ser extraído do reto do jornalista.

Assassino pago em ouro

No caso do Grupo Estado, é de se admirar que a família tenha recorrido aos serviços de consultoria de um ex-funcionário para desenvolver seu plano de ação. O escolhido foi Antonio Marcos Pimenta Neves, ex-chefão do jornal O Estado, amante rejeitado que, em 2000, assassinou a ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide. Por quê? Porque Pimenta Neves sempre manteve uma relação de amizade com Fernando Henrique Cardoso. Aliás, o crime aconteceu exatamente em Ibiúna, município a 70 quilômetros de São Paulo, onde o ex-presidente tem uma de suas casas de campo.

Violador de crianças

Entre os articuladores políticos do golpe, a liderança da tropa de choque coube ao senador amazonense Arthur Virgílio, um homem que se confessa atraído pelo submundo. Virgílio é um alegre freqüentador de bordéis e tem queda por “carnes novas”. O líder do PSDB foi o carrasco da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Graças a sua dedicada (e desesperada) atuação, o vice-governador do Amazonas, Omar Aziz (PFL), escapou da Justiça.

Os relatórios da comissão mostravam que Aziz era também cliente de uma rede de prostituição envolvendo adolescentes de até 16 anos. Em Manaus, o comparsa de Virgílio participava de um esquema de aliciamento de menores com a conhecida cafetina Cris. Os depoimentos da CPI traziam o depoimento de uma mãe que comprovava a exploração sexual de sua filha de 14 anos. Na época, Virgílio tentou negar que também tivesse presenteado a menina com jóias e dinheiro.

Espancador de mulheres

No Grupo do Rio, a alta intelectualidade está representada também por José Arthur Gianotti, uma espécie de Maquiavel tupinambá, cuja função é fornecer ao amigo FHC pílulas filosóficas que previnam contra eventuais crises de consciência. Gianotti é o homem das éticas relativas, o dourador de fins que justifiquem qualquer meio ignominioso de busca do poder. Homem de estresses e ego inflado, é daqueles que não admitem refutações, características conhecidas de seus “colegas” de Universidade de São Paulo. Anos atrás, durante um debate com a esposa, irritou-se e a espancou. A mulher acabou perdendo parcialmente a audição de um ouvido. De suas histórias escabrosas, esta é a que mais se ouve nos corredores da USP.

Favores sexuais garantem promoção

Vale dizer que o Grupo do Rio ganhou um poderoso membro, antes relutante. Trata-se do new-brain-playboy Otávio Frias Filho, um homem amargurado porque é visto como um “riquinho” e não como o intelectual vanguardista que julga ser. Nas últimas semanas, foi incumbido de gerar uma bomba. Depois de muito raciocinar, resolveu requentar uma denúncia publicada meses atrás pelo Jornal do Brasil. A reportagem precisava ser muito bem conduzida, a fim de que as frases certas fossem arrancadas do Sr. Roberto Jefferson. Dois jornalistas da Folha recusaram o serviço sujo.

Então, Frias Filho resolveu recorrer ao comércio doméstico. A repórter Renata Lo Prete (conhecida como Renatardada por alguns colegas) ganhou várias promoções às custas dos especializados serviços sexuais prestados a Frias Filho. Assim, a “namoradinha do chefe” subiu na carreira, apesar de suas evidentes limitações intelectuais. Lo Prete foi fiel a seus princípios e produziu o petardo contra o governo.

Cuspindo o filho bastardo

O Grupo Rio é, pelo menos, coerente. Reúne a malta brasileira em seu estado mais puro, pessoas de “bem” com a vida, endinheiradas e sem culpa. O guru Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, não se lamenta de expulsar para o exílio seu filho bastardo, resultado de uma relação adúltera com a jornalista Miriam Dutra. “Ela cheirava a cavala, e não resisti”, confessou certa vez a um amigo.

Logicamente, quase tudo que é relatado neste texto é de conhecimento da imprensa brasileira. No entanto, os escândalos da era FHC foram sempre devidamente varridos para debaixo do tapete. As denúncias de fraudes do caso Sivam foram abafadas pelo governo e pelos barões da imprensa. O mesmo ocorreu com os casos de suborno contidos na chamada Pasta Rosa. O então Procurador-Geral, Geraldo Brindeiro, recorreu ao jeitinho brasileiro para engavetar as denúncias. Agora, o que mais espanta foi a complacência da imprensa com a compra de votos para a mudança da Constituição que permitiu a reeleição de FHC. João Maia e Ronivon Santiago, Zila Bezerra, Osmir Lima e Chicão Brígido eram apenas a ponta do iceberg de um gigantesco sistema de corrupção gerenciado pelo PSDB.

Como sempre, a imprensa diminuiu a importância dos fatos, na mesma medida em que exagera qualquer irregularidade no governo Lula.

Como comprar um jornalista a preço de banana

Em todas essas ações, a CIA deu total apoio a seus parceiros do governo tucano (o governo do Apagão), inclusive com municiamento financeiro. Jornalistas e políticos foram comprados em verdadeiras operações de guerra, numa reedição das PP e Kukage, nas quais as ações jamais são atribuídas ao governo norte-americano, mas a outros grupos ou instituições. Muitas dessas ações são tão escancaradas que não exigem qualquer sigilo, conforme admite o ex-chefe do FBI no Brasil, Carlos Costa, em suas entrevistas a Carta Capital. As sedes do poder, em Brasília, estão grampeadas e os Estados Unidos monitoram o Brasil 24 por dia.

Um bilhete deixado na mesa de reunião do Grupo Rio estampava uma lista de formadores de opinião que deveriam ser convencidos a receber “suporte” do grupo externo. Alguns dos 31 (sobre) nomes eram: Rodrigues, Noblat, Gancia, Carmo, Fibe, Nunes, Alencar, Casoy, Marques, Schwartsman e Cony. A base para as ações de flerte seriam fornecidas pelos senhores Mac-Laughlin , Wilkinson e Rohter.

A farsa de Maurício Marinho

Nem o mais ingênuo dos corruptos recebe pagamentos em sua sala de trabalho, em bolos semelhantes àqueles manuseados por donos de postos de gasolina. Maurício Marinho, que é esperto demais, vendeu-se como ator e não como facilitador. Afinal, a “bola” é pequena demais para quem corre tanto risco.

Depois que a poeira baixar, MM certamente vai desfrutar de seu verdadeiro butim. Quem vê a fita com atenção, percebe que os atores estão mal treinados.

Assassinato de Luis Eduardo Magalhães: o primeiro golpe de Estado do Grupo Rio – 1998

O Grupo Rio não estava oficialmente constituído naquela época, mas seu núcleo duro já existia. À época, estava morrendo o velho “Serjão”, gerente de todo o sistema de corrupção e coleta de propinas do PSDB. Simultaneamente, uma nova estrela despontava no firmamento político: Luís Eduardo Magalhães. Segundo os analistas do governo, LEM tendia a se tornar um candidato imbatível nas eleições presidenciais. Além disso, o deputado confessara a amigos que no momento certo desbarataria a quadrilha que disseminava a corrupção por Brasília.

Morto “Serjão”, temeu-se que LEM desencadeasse uma pronta ação de limpeza no legislativo. Nesse momento, a articulação entre o governo e seus parceiros externos mostrou-se eficaz. A “inoculação” teria ocorrido, morbidamente, durante os serviços fúnebres do corruptor-mor. Os requintes da operação incluíram a prescrição de uma dose que permitisse a morte num 21 de Abril. A sofisticação simbólica tinha um motivo: uma assinatura sinistra. O serviço de assassinato encomendado a Newton Cruz por Maluf, em 1985, fora repassado a outro grupo. Tancredo Neves, assassinado, viria a morrer também num 21 de abril.

Uma semana depois da morte de Magalhães, um repórter de Veja em Brasília encontrou-se sigilosamente com um médico do Hospital Santa Lucia. O profissional admitiu que substâncias estranhas tinham sido encontradas no corpo do deputado. Depois de quinze dias, um laboratório do Rio de Janeiro analisou uma amostra enviada pela sucursal da revista. Sabe-se hoje que se tratava de um tipo de TCDD, um tetraclorodibenzeno-p-dioxina (Tetrachlorodibenzo-p-dioxin).

Esse veneno foi desenvolvido pelos russos, tempos atrás, e a divulgação de sua fórmula faz parte dos acordos de cooperação entre a CIA e os serviços de informação que sobraram da antiga KGB. Os espiões conhecem o produto como resultado das pesquisas do Laboratory N. 12. Variações da fórmula mataram Wolfgang Salus, em 1957, e Lev Rebet, também naquele ano. A chamada Kamera produziu também a arma química indetectável que matou Georgi Markov, em 1978. Boa parte dos segredos foi passada aos americanos por Oleg Kalugin, ex-KGB, que hoje vive nos Estados Unidos.

Um repórter e um editor de Veja levantaram a maior parte dos fatos e preparavam uma edição-bomba para o final de maio. Roberto Civita mandou engavetar a reportagem, segundo se sabe, a pedido de seus amigos no Palácio do Planalto.

Nos anos seguintes, a maior parte das pessoas que tiveram contato com LEM na UTI foram afastadas do Hospital Santa Lucia. Todos os fatos são facilmente comprováveis. Vale como pauta para os jornalistas de verdade.

• Vale ressaltar que por motivos incertos, o Grupo Rio jamais contou com o apoio das Organizações Globo.

• Agradecemos o apoio anônimo de um empresário gaúcho e de um político, sem os quais seria impossível a produção deste texto.

URGENTE: Volume 2: Golpe de Estado em Andamento no Brasil

Apesar da violenta reação dos setores conservadores brasileiros, nosso primeiro boletim se constituiu em enorme sucesso. Pudemos desnudar alguns dos artífices do Golpe de Estado destinado a destituir Luiz Inácio Lula da Silva, presidente legitimamente eleito pelos brasileiros. Aqui, seguem novas revelações estarrecedoras:

Atentado na Europa

Primeiramente, gostaríamos de denunciar a covarde agressão sofrida por uma de nossas parceiras de trabalho. Na sexta-feira da semana passada, na Arundel Avenue, quase no encontro com Hillcross, em Morden, a jornalista Morgana White foi abordada por dois homens que lhe desferiram socos e pontapés. Mais um caso de violência urbana num subúrbio do mundo ocidental? Não. Nada foi roubado. E os agressores fizeram questão de falar Português durante o espancamento. Morgana cuida dos hematomas e tem o braço pendurado numa tipóia, resultado de uma fratura no osso da mão.

O fato mostra como os sistemas de informação funcionam entre os parceiros do Grande Irmão do norte. Basta acionar os serviços de inteligência e a matilha sanguinária segue no encalço dos rebeldes. Mesmo sob ameaça, entretanto, deliberamos prosseguir em nosso trabalho. É nossa vontade e também de nossos informantes no Brasil. Deus salve a Rainha e que também nos proteja.

Atentado no Brasil

É cada vez mais ampla e escancarada a associação dos partidos golpistas (PSDB e PFL) e grupos radicais de extrema-direita. Skinheads participaram de atos contra o governo Lula em São Paulo, no último domingo. No Rio de Janeiro, grupos anti-desarmamento se uniram a militantes do PSDB numa manifestação para pedir a deposição de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em 21 de Junho, um grupo para-militar agrediu o repórter da Rede Globo Lucio Sturm na frente da sede do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo. Os profissionais de apoio Gilmario Batista e Marçal Araújo também foram espancados. A idéia é instaurar um clima de conflito e vincular o Partido dos Trabalhadores à violência.

A violência passou a fazer parte do golpe, com ações públicas de provocação.

Senador Magalhães e o assassinato do filho

Como imaginado, recebemos e-mail do gabinete do senador Antonio Carlos Magalhães com um pedido de esclarecimentos sobre reportagem publicada no boletim número 1 do Jibra, referente ao assassinato de Luís Eduardo Magalhães. Depois de algumas tratativas virtuais, fornecemos um telefone no País de Gales. Recebemos a ligação, conforme combinado (tel. 61 – 311-2192), na quarta-feira, às 14 h (horário de Greenwich). O contato durou cerca de 13m01s e nos surpreendeu. Aparentemente, o assessor do velho parlamentar (que se apresentou como Orlando) já tinha conhecimento de vários detalhes do homicídio. Contribuímos no que foi possível. Ao final do contato, Orlando advertiu que o processo para apurar as denúncias deverá ser aberto em outra ocasião. Segundo ele, “Lula está para cair e Luís Eduardo pode esperar mais um pouco”.

Senador Arthur Virgílio e a prostituição infantil no Amazonas

Conforme esperado, recebemos uma série de denúncias referentes à participação do senador Arthur Virgílio (PSDB) no esquema de exploração de menores no Amazonas. Uma certa Mafalda no escreveu por uma conta do hotmail narrando as visitas de Virgílio a vários bordéis nas proximidades de Manaus. Segundo ela, de fato, o político tucano é um apreciador de “ararinhas jovens”. Mafalda, que afirma ter sido uma garota de programa dos 14 até os 22 anos, afirma que Virgílio mantinha contatos freqüentes com Dilcilane de Albuquerque Amorim, a Dil, uma conhecida aliciadora de menores da região.

Outro e-mail, enviado pela assistente social “Vilma”, afirma que Virgílio e Omar Aziz (vice-governador do Estado, do PFL) mantinham relacionamento de amizade com Darclei Cristina, uma conhecida cafetina de Manaus. De acordo com Vilma, o caso envolvendo o presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Benício Tavares, tem a participação de Virgílio e Omar. “Eles é que convidavam o povo de Brasília e de São Paulo para brincar de boto com as mocinhas. Era um jeito de agradar os amigos lá do Sul”, escreveu. Tavares participou de uma orgia com quatro adolescentes a bordo do iate Amazonian, num passeio entre Manaus e Barcelos (AM). Em depoimento à delegada Maria das Graças da Silva, titular da Delegacia Especializada de Assistência e Proteção à Criança e ao Adolescente, várias meninas confirmaram a participação de Tavares no festim erótico. Embora houvesse provas do crime, a Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiu arquivar o processo de cassação de seu presidente.

O Jibra sugere ao nobre senador Virgílio que esclareça ao povo brasileiro suas ligações como o grupo que promovia passeios de pesca até Barcelos. Também seria interessante que prestasse algum auxílio às famílias das meninas que morreram no naufrágio do barco Princesa Laura. Afinal, retornavam a Manaus depois de prestar serviços a importantes empresários e políticos da impoluta oposição. Foram vítimas de “acidente de trabalho”.

Alberto “Gol-de-mão”

Um dos e-mails recebidos fazia um justo protesto: entre os artífices do golpe, havia um esquecido, o nobre deputado Alberto Goldman, do PSDB paulista. Portanto, fazemos nosso mea culpa enquanto é possível. O parlamentar é adepto do “se não vai no jeito, vai na força”. É protagonista de uma das maiores farsas da história brasileira. Como relator da CPI do Proer, defendeu a tese de que a ajuda às inst financeiras era “inevitável”. Foi mestre ao encobrir todas as irregularidades cometidas pelo governo de FHC para dar suporte aos banqueiros falidos.

Criminosamente, o relatório final da comissão não apontou uma série de fraudes cometidas pelos bancos Nacional e Econômico. À boca pequena, afirma-se que “gol-de-mão” recebeu pelo menos cerca de R$ 2,5 milhão para poupar o governo tucano e os bancos privados.

Gold (ouro) Man (homem).

O Jornal do Brasil e os traficantes cariocas

Numa época de cinismo e hipocrisias, tornam-se redundantes o cinismo e a hipocrisia denunciados pela pena vigorosa de Augusto Nunes, capitão do Jornal do Brasil, o JB. Nunes é daqueles paladinos justiceiros, marketeiros dos atributos que julgam possuir, dos que se acreditam acima do bem e do mal. Afinal, julga o “empoado” escriba, que tudo se resolve com seu olhar penetrante de John Wayne tropical. Nos últimos dias, o JB esqueceu-se de que é tão somente um jornal. Investiu-se de poderes condenatórios. Analisa vagamente no lead, acusa no segundo parágrafo e expede a sentença no terceiro.

Orgulhoso de sua suposta onisciência, Nunes vê crime e omissão em todo lugar e, estranhamente, dá crédito a absolutamente tudo que vaza pela boca de Roberto Jefferson, o réu que mais acusa neste planeta. Por máxima ironia, até recentemente o jornalista considerava o deputado um mentiroso sem caráter. A propósito, vale lembrar o que Jefferson escreveu sobre Nunes, num passado não muito remoto, mensagem motivou processos e gerou ameaças:

“ (...) Não o contemplo com indulgência até porque você não merece. Indulgência se dá aos corajosos, lutadores ou perseguidos, não é o seu caso. Do que conheço de sua história, ela tem o enredo do "Pistoleiro da Mídia" aquele que vive para alugar a pena de acordo com seus interesses pecuniários. Sou admirador dos homossexuais assumidos, quanto àqueles que bebem e se tornam veados por algumas horas e no dia seguinte esqueceu do que praticou não me merece respeito.”

O jornalista respondeu prontamente a seu desafeto:

“ (...) O bilhete de Jefferson tornou-o objeto de ação penal por crime contra a honra, movida pelo signatário. Não custa lembrar ao ministro da Justiça que temos um pistoleiro confesso à solta no Legislativo. Só que esse tipo de gente apenas me diverte.

O currículo do nosso "atirador" informa que, até agora, Jefferson só matou a própria fome, usando gigantescas balas de chocolate. O texto do fax acrescenta que se trata de um assassino de vírgulas e atropelador de concordâncias (...)”.

Como o tempo é o senhor da razão, hoje seria justo dar crédito aos dois. Os jornalistas de verdade sabem que os dois não mentem, pelo menos um sobre o outro.

Não cabem novos comentários sobre o fanfarrão Jefferson, agora idolatrado pela imprensa e pelos nobres senhores do Grupo Rio. Mas cabe um adendo sobre Nunes, cujos artigos são implacáveis contra os que burlam a lei. Como se explica a relação amistosa de Nunes com o traficante Carlos José de Paula Barbosa, o Pepé? Fizessem com o “empoado” jornalista uma boa marcação, ainda que à distância, teríamos hoje um companheiro de peladas para Edinho, o filho de Pelé.

Certamente as mazelas do Rio também seriam minimizadas se os bons moços do Jornal do Brasil também se abstivesse m de negociar com os líderes do crime organizado. Marcinho VP, do morro Dona Marta, foi um dos principais fornecedores de brilho para a redação. Com isso, ganhou contatos, encurtou caminhos e se tornou uma celebridade. De repente, de escarafunchar, até Michael Jackson essa nessa história de ligações perigosas. Mas deixa pra lá, por enquanto.

Presidente da OAB afirma que será ministro em governo golpista

Há meses, o presidente da OAB, Roberto Busato, excede suas atribuições e serve como agressor público do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sem elegância, tenta de todas as maneiras incitar os homens da Justiça contra Lula. Desde a última semana, afirma a amigos que tem grandes chances de assumir o Ministério da Justiça no governo golpista a ser instalado no Brasil.

O golpe em outra fase

O Grupo Rio parecia inclinado a tornar-se mais discreto. No entanto, uma reunião realizada em Brasília entre os barões da mídia e estrategistas do PSDB e PFL parece ter definido novas atribuições para os golpistas. Agora, é tudo ou nada. Derrubamos ou perdemos a credibilidade.

O Estadão, por exemplo, deixa de ocupar-se somente das agressões e calúnias contra Marta Suplicy. É vez dos Mesquitas baterem duramente em tudo que tiver relação com o Governo Lula e com o PT. Acusar primeiro, apurar se conveniente. Nas manchetes, o jornal já demonstra que rompeu qualquer compromisso com a ética jornalística. Acusações pesadas iniciam as frases. Depois de uma vírgula, vem o “diz fulano”.

Aparentemente, a Folha amacia um pouquinho. Depois, retorna a plena carga. O grupo de ataque já não julga tão necessário esconder o complô, mas julga ainda importante manter o rodízio estratégico para o serviço mais sujo.

Na próxima edição:

Regime Militar e Tortura: a contribuição do delator Boris Casoy

Noblat e o comércio da notícia em Brasília

Para ler o Volume I:

http://www.midiaindependente.org/es/blue/2005/06/320493.shtml

JIBRA – Jornalistas Independentes do Brasil – London UK

Chico Nader, Morgana White e Alberto Salvador, com colaboradores.

JIBRA – Jornalistas Independentes do Brasil - LONDON UK

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Clericalismo. COMO ATUA A OPUS DEI NO BRASIL

"AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE”

Henrique Júdice Magalhãs

ANALISANDO A ESTRUTURA DE CLASSES DOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS, DARCY RIBEIRO IDENTIFICAVA COMO SEGMENTO HEGEMÔNICO DENTRO DAS CLASSES DOMINANTES O CORPO GERENCIAL DAS TRANSNACIONAIS. PONTA DE LANÇA DO IMPERIALISMO, É ELE QUEM DITA ORDENS E IMPÕE IDEOLOGIAS ÀS DEMAIS FRAÇÕES E, EM MUITOS CASOS, ORGANIZA-AS POLITICAMENTE. A DESNACIONALIZAÇÃO DAS ECONOMIAS LATINO-AMERICANAS NA DÉCADA DE 90 AGRAVOU ESTE QUADRO. A ALTERAÇÃO DE MAIS RELEVO NO PERFIL DA CLASSE DOMINANTE VERIFICADA NO BOJO DESTE PROCESSO É O CRESCIMENTO DA INFLUÊNCIA DA OPUS DEI. SUSTENTADA PELO CAPITAL ESPANHOL, A ORGANIZAÇÃO CONTROLA JORNAIS, UNIVERSIDADES, TRIBUNAIS E ENTIDADES DE CLASSE, SENDO HOJE PEÇA-CHAVE PARA SE COMPREENDER O PROCESSO POLÍTICO NO CONTINENTE, INCLUSIVE NO BRASIL, ONDE QUER ELEGER ALCKMIN PRESIDENTE DA REPÚBLICA .

Mas o que é afinal, a Opus Dei (em latim, Obra de Deus)? Em seu campo original de atuação, é a vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica. “Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo” — teria dito seu fundador, Josemarí Escrivá de Balaguer, sobre o Vaticano II, no relato do jornalista argentino Emilio J. Corbiere em seu livro Opus Dei. El totalitarismo católico.

Fundada na Espanha em 1928, a organização foi reconhecida pelo Vaticano em 1947. Em 1982, foi declarada uma prelatura pessoal, o que, sob o Direito canônico, significa que só presta contas ao papa e que seus membros não se submetem à jurisdição dos bispos. “A relação entre Karol Wojtyla e a Opus Dei” – conta o teólogo espanhol Juan José Tamayo Acosta — “atinge seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível ascensão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde inverveio ativamente, primeiro no esboço e depois na colocação em prática do processo de restauração da Igreja católica sob o protagonismo do papa e a orientação teológica do cardeal alemão Ratzinger.”

Fontes ligadas à Igreja Católica atribuem o poder da Obra à quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982.

Obscurantismo e misoginia são traços que marcam a organização. Exemplos podem ser encontrados nas denúncias de ex-adeptos como Jean Lauand, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo – USP, que recentemente escreveu junto com mais dois ex-membros, o juiz Márcio Fernandes e o médico Dario Fortes Ferreira, o livro Opus Dei – os bastidores. Em entrevista ao programa Biblioteca Sonora, da Ráio USP, Lauand conta que a Obra tem um index de livros proibidos que abrange praticamente toda a filosofia ocidental desde Descartes.

Em outra entrevista, à revista Época, Lauand denuncia as estratégias de fanatização dos chamados numerários, leigos celibatários que vivem em casas da organização: “Os homens podem dormir em colchões normais, as mulheres têm de dormir em tábuas. São proibidas de segurar crianças no colo e de ir a casamentos”. É obrigatóio o uso de cinturões com pontas de ferro fortemente atados à coxa, como prática de mortificação que visa refrear o desejo. Mas os danos inflingidos pelo fanatismo não se limitam ao corpo. No site que mantém com outros dissidentes (www.opuslivre.org), Lauand revela que a Obra conta com médicos especialmente encarregados de receitar psicotrópicos a numerários em crise nervosa.

A COPTAÇÃO DE NUMERÁRIOS DÁ-SE ENTRE ESTUDANTES DE UNIVERSIDADES E ESCOLAS SECUNDÁRIAS DE ELITE. CENTROS DE ESTUDOS E OBRAS DE CARIDADE SERVEM DE FACHADA. A OPUS DEI TEM FORTE PRESENÇA NA USP, EM ESPECIAL NA FACULDADE DE DIREITO, ONDE PARTE DO CORPO DOCENTE É COMPOSTA POR MEMBROS E SIMPATIZANTES, COMO O NUMERÁRIO INÁCIO POVEDA E O DIRETOR EDUARDO MARCHI. OUTRO EXPOENTE DA ORGANIZAÇÃO NA USP É LUIZ EUGÊNIO GARCEZ LEITE, PROFESSOR DA FACULDADE DE MEDICINA E AUTOR DE PANFLETOS CONTRA A EDUCAÇÃO MISTA. A OBRA ATUA TAMBÉM NA UFRJ, UNICAMP E UNB.

Fazendo a América

Mas a Opus Dei é mais que um tema de saúde pública. Ela tem, desde a origem, uma clara dimensão política. Durante a ditadura de Franco, praticamente fundiu-se ao Estado espanhol, ao qual forneceu ministros e dirigentes de empresas e ógãos governamentais. No fim da década de 40, inicia sua expansão rumo à América Latina. Não foi difícil conquistar adeptos entre oligarquias como as do Médico, Buenos Aires e Lima, que sempre buscaram diferenciar-se de seus povos apegando-se a um conceito conservador de pretensa hispanidade. Um dos elementos definidores desse conceito é exatamente o integrismo católico.

Alberto Moncada, outro dissidente, conta em seu livro La evolución del Opus Dei: “os jesuítas decidiram que seu papel na América Latina não deveria continuar sendo a educação dos filhos da burguesia, e então apareceu para a Opus Dei a ocasião de substituí-los – ocasião que não hesitou em aproveitar”.

NO BRASIL, A ORGANIZAÇÃO DEITOU RAÍZES EM SÃO PAULO NO COMEÇO DA DÉCADA DE 50, CONCENTRANDO SUA ATUAÇÃO NO MEIO JURÍDICO. O PROMOTOR APOSENTADO E EX-DEPUTADO FEDERAL HÉIO BICUDO CONTA QUE POR DUAS VEZES JUÍZES TENTARAM COOPTÁ-LO. SEU EXPOENTE DE MAIOR DESTAQUE FOI JOSÉ GERALDO RODRIGUES ALCKMIN, NOMEADO MINISTRO DO STF POR MÉDICI EM 1972 E TIO DO ATUAL GOVERNADOR DE SÃO PAULO. ACONTECE QUE NOS ANOS 70, O PODER DA OPUS DEI ERA EMBRIONÁRIO. TINHA QUADROS EM POSIÇÕES IMPORTANTES, MAS SEM ATUAÇÃO COORDENADA. ALÉM DISSO, DIVIDIA COM A TRADIÇÃO, FAMÍIA E PROPRIEDADE (TFP) AS SIMPATIAS DOS CATÓLICOS DE EXTREMA DIREITA.

Era natural, da mesma forma, que, alguns quadros dos regimes nascidos dos golpes de Estado de 1966 e 1976, na Argentina, e 1973, no Uruguai, fossem também quadros da Opus Dei. Mas segundo se lê no livro de Corbiere, sua atuação era ainda dispersa – o que não os impediu de controlar a Educação na Argentina durante o período Onganí (1966-70).

Já no Chile, a Opus Dei foi para o pinochetismo o que havia sido para o franquismo na Espanha. O principal ideólogo do regime, Jaime Guzmá, era membro ativo da organização, assim como centenas de quadros civis e militares. No México, a Obra conseguiu fazer Miguel de la Madrid presidente da República em 1982, iniciando a reversão da rígida separação entre Estado e Igreja imposta por Benito Juárez entre 1857 e 1861.

Internacional reacionáia

A Opus Dei não criou o reacionarismo católico – antes, teve nele sua base de cultura. Mas sistematizou-o doutrinariamente e organizou politicamente seus adeptos de uma forma quase militar. Hoje, funciona como uma espéie de Internacional reacionária, congregando, coordenadamente, adeptos em todo o mundo.

Concorrem para isto, nos anos 90, o ápice do poder da Obra no Vaticano e a invasão da América Latina por transnacionais espanholas. A Argentina entregou suas estatais de telefonia, petróleo, aviação e energia a Telefonica, Repsol, Iberia e Endesa, respectivamente. A TELEFONICA CONTROLA O SETOR TAMBÉM NO PERU E EM SÃO PAULO. A Iberia já havia engolido a LAN, do Chile, onde a geração de energia também é controlada pela Endesa. Bancos espanhóis também chegaram ao continente neste processo.

NO BRASIL, O SANTANDER COMPROU O BANESPA E O MERIDIONAL, ENQUANTO QUE O BBVA RECEBEU OS ATIVOS DO EXCEL ATRAVÉS DO PROER, NO GOVERNO CARDOSO. “A Opus Dei tem sido para o modelo neoliberal o que foram os dominicanos e franciscanos para as cruzadas e os jesuítas frente à Reforma de Lutero” – compara José Steinsleger, colunista do diário mexicano La Jornada.

A ORGANIZAÇÃO ATUA TAMBÉM NO MONOPÓIO DA IMPRENSA. CONTROLA O JORNAL EL OBSERVADOR, DE MONTEVIDÉU, E EXERCE INFLUÊNCIA SOBRE ÓRGÃOS TRADICIONAIS DA OLIGARQUIA COMO EL MERCURIO, NO CHILE, LA NACIÓN, NA ARGENTINA E O ESTADO DE SÃO PAULO, NO BRASIL. O ELO COM A IMPRENSA É O CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE NAVARRA EM SÃO PAULO, COORDENADO POR CARLOS ALBERTO DI FRANCO, NUMERÁRIO E COMENTARISTA DO ESTADÃO E DA RÁDIO ELDORADO. O SEGUNDO HOMEM DA OPUS DEI NA IMPRENSA BRASILEIRA É O TAMBÉM NUMERÁRIO GUILHERME DORING CUNHA PEREIRA, HERDEIRO DO PRINCIPAL GRUPO DE COMUNICAÇÃO DO PARANÁ(GAZETA DO POVO).

Sediada na Espanha, a Universidade de Navarra é a jóia da coroa da Opus Dei no negócio do ensino. Sua receita anual é de 240 milhões de euros. Além disso, a Obra controla as universidades Austral (Argentina), Montevideo (Uruguai), de Piura (Peru), de los Andes (Chile), Pan Americana (México) e Católica André Bello (Venezuela). OS JORNALISTAS ALBERTO DINES E MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND DENUNCIAM QUE A ORGANIZAÇÃO CONTROLA TAMBÉM A SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA – SIP, NA SIGLA EM ESPANHOL.

Dentro da igreja católica, a Opus Dei emplacou, na última década, vários bispos e cardeais na América Latina. O mais notável é Juan Luís Cipriani, de Lima, no Peru, amigo íntimo da ditadura de Alberto Fujimori. EM SEU ESTUDO EL TOTALITARISMO CATÓLICO EM EL PERU, O JORNALISTA HERBERT MUJICA DENUNCIA QUE QUANDO O MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO TUPAC AMARU TOMOU A EMBAIXADA DO JAPÃO, EM 1997, CIPRIANI, VALENDO-SE DA CONDIÇÃO DE MEDIADOR DO CONFLITO, INSTALOU EQUIPAMENTOS DE ESCUTA QUE POSSIBILITARAM À POLÍCIA INVADIR A CASA E MATAR OS OCUPANTES.

NA VENEZUELA, A OBRA TEVE PAPEL ESSENCIAL NO FRACASSADO GOLPE DE 2002 CONTRA HUGO CHÁVEZ. UM DOS ARTICULADORES DA TENTATIVA FOI JOSÉ RODRÍGUEZ ITURBE, NOMEADO MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. TAMBÉM PARTICIPOU DA ARTICULAÇÃO À EMBAIXADA DA ESPANHA, GOVERNADA NA ÉPOCA PELO NEOFRANQUISTA PARTIDO POPULAR (PP).

APÓS OS REVÉS NA VENEZUELA, AS ESPERANÇAS DA OPUS DEI VOLTARAM-SE PARA JOAQUÍM LAVÍ, NO CHILE, E GERALDO ALCKMIN, NO BRASIL, HOJE SEUS QUADROS POLÍTICOS DE MAIOR DESTAQUE. LAVÍ FOI DERROTADO NAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS CHILENAS, EM DEZEMBRO. RESTA O BRASIL, ONDE A OBRA TENTA FAZER ALCKMIN PRESIDENTE E FORMAR UM EIXO GEOPOLÍTICO COM OS GOVERNOS URIBE (COLÔBIA) E FOX (MÉXICO), AOS QUAIS ESTÁ INTIMAMENTE ASSOCIADA.

Entranhas mafiosas

Além das dimensões religiosa e política, a Opus Dei tem uma terceira face: a de sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e publicados em 1986 pelo jornal italiano L´xpresso, a Obra determina que “os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem à Opus Dei.” Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada – o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos.

Entre os católicos, a Opus Dei é conhecida como “santa máfia”. Corbiere lembra os casos de fraude e remessa ilegal de divisas nas empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969. Parte dos ativos desviados financiaram a Universidade de Navarra. Bancos espanhóis são suspeitos de lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. A Opus Dei também esteve envolvida nos episódios de falência fraudulenta dos bancos Comercial (Uruguai, pertencente à famíia Peirano, dona de El Observador) e de Crédito Provincial (Argentina).

Na Argentina os responsáveis pelas desnacionalizações da petrolífera YPF e das Aerolineas Argentinas, compradas por empresas espanholas, em dois dos maiores escândalos de corrupção da história do país, TIVERAM SUA IMPUNIDADE ASSEGURADA PELA SUPREMA CORTE, ONDE PONTIFICAVA ANTONIO BOGGIANO, MEMBRO DA OPUS DEI.

NO BRASIL, AS PRETENSÕES DE CONTROLE SOBRE O JUDICIÁRIO ESBARRAM NO PODER DOS MAÇONS. A OPUS DEI CONTROLA, PORÉM, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ATRAVÉS DA MANIPULAÇÃO DE PROMOÇÕES. SEGUNDO FONTES DO MEIO JURÍDICO PAULISTA, DE 25 A 40% DOS JUÍZES DE PRIMEIRA INSTÂNCIA NO ESTADO PERTENCEM À ORGANIZAÇÃO – PROPORÇÃO QUE SE REPETE ENTRE OS PROMOTORES. NO TRIBUNAL, A PROPORÇÃO SOBE PARA 50 A 75%.

RECENTEMENTE, O TRIBUNAL, EM JULGAMENTO SECRETO, DECIDIU PELO ARQUIVAMENTO DE DENÚNCIA CONTRA SAULO CASTRO ABREU FILHO, BRAÇO DIREITO DE ALCKMIN, ACUSADO DE ORGANIZAR GRUPOS DE EXTERMÍNIO DESDE A SECRETARIA DE SEGURANÇA, E CONTRA DOIS JUÍZES ACUSADOS DE PARTICIPAÇÃO NA MONTAGEM DESSES GRUPOS. A FUSÃO DOS TRIBUNAIS DE JUSTIÇA E DE ALÇDA??, DETERMINADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº45, FOI UMA MEDIDA DA EQUIPE DO MINISTRO DA JUSTIÇA, MÁCIO THOMAZ BASTOS, PARA REDUZIR O PODER DA OBRA NO JUDICIÁRIO PAULISTA, CUJA ORIENTAÇÃO EXCESSIVAMENTE CONSERVADORA, PRINCIPALMENTE EM QUESTÕES CRIMINAIS E DE FAMÍLIA, É MOTIVO DE ALARME ENTRE PROFISSIONAIS DA ÁREA JURÍDICA.

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1 Militantes a quem não se exigem a dedicação plena e o voto de castidade.

http://www.anovademocracia.com.br/29/28.htm


NÃO AO GOLPISMO

Publicada em: 30/03/2006

ELIAKIM ARAÚJO

Há um visível clima de golpe no ar. De maneira aparentemente orquestrada, a Folha de SP da terça-feira, colocou todos os seus colunistas e colaboradores a serviço da derrubada do governo Lula.

Dentre todos, destaque para Boris Casoy. Com seu velho e surrado chavão "é uma vergonha", voltou à casa paterna, aquela que sempre lhe deu guarida, e destilou todo seu ódio contra o presidente e o Partido dos Trabalhadores, dos quais sempre foi adversário ferrenho, mesmo antes da posse do atual governo petista. As expressões usadas por Boris são eivadas de passionalismo, como se colocasse pra fora todo veneno acumulado nesses meses em que ficou fora da mídia.

O que se nota nele e em boa parte da mídia é a preocupação em jogar no presidente a culpa de todas as mazelas cometidas por seus auxiliares. Não se trata aqui de acobertar qualquer tipo de desonestidade praticada por membros do seu governo. Se ficar provado que Palocci frequentava a casa do lobby de Ribeirão Preto, ele já é passível de punição por ter mentido perante a CPI. Se participou de negócios e/ou negociatas, mais grave ainda. Que a mão pesada da lei caia sobre ele. Que vá para a cadeia purgar pelo crime que cometeu.

Mas essa parte da mídia, aparentemente comprometida com setores que querem ver o país entrar num perigoso processo de desgaste, não está preocupada com a tranqulidade das instituiçoes e pedem abertamente o impeachment de Lula, o presidente legitimamente eleito por mais de 53 milhões de eleitores.

Não é hora de colocar mais lenha na fogueira. Ao contrário, a hora é de apagar o incêndio e deixar que o Congresso cumpra seu dever de apurar todas as denúncias e punir exemplarmente os que abusaram da confiança dos cidadãos. Sem essa de pressionar os parlamentares taxando-os como “cúmplices”, se não iniciarem imediatamente o processo de impeachment contra o presidente. Isso é golpismo que só interessa à turma do quanto pior melhor e, evidentemente, à oposição que até agora não conseguiu reunir forças para impedir a reeleição de Lula.

É preciso cuidar para não colocar o país numa crise institucional que um processo de impeachment fatalmente acarretaria. O que deve prevalecer, numa hora delicada como a atual, é o bom senso. Decisões tomadas em clima de paixão e pressão nem sempre são as mais acertadas. O país precisa de calma e tranquilidade e respeito às instituições para poder trabalhar em paz.

Civilizadamente, com ordem e progresso.

Jornal Direto da Redeção: http://www.intellibusiness.com.br/diretodaredacao/noticias/index.php?not=2547

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