MINISTRO DA SAÚDE FALA EM NOVO ESCÂNDALO
Da Agência Estado, com G1, em São Paulo
O Ministério da Saúde e o Ministério Público Federal investigam novo escândalo de corrupção na saúde. A informação é do próprio ministro Agenor Álvares, que se negou a dar detalhes do caso no domingo (5). “Não vamos comentar porque há investigação em curso”, disse, ao desembarcar em Genebra para reunião na Organização Mundial da Saúde.
Vampiros
No governo Lula, foram descobertos dois escândalos na área da saúde: superfaturamento na compra de hemoderivados e de ambulâncias. O primeiro caso, que ficou conhecido como máfia dos vampiros, envolve fraudes na compra de produtos para hemofílicos. O esquema foi descoberto em 2004, mas, segundo a Polícia Federal, já funcionava pelo menos desde o governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso.
A fraude era operada por lobistas que ofereciam vantagens a servidores para obter contratos de empresas farmacêuticas com o Ministério da Saúde. O pagamento, muitas vezes, era transportado em espécie. A empresa pagava aos lobistas que faziam o saque e contratavam pessoas para levar o dinheiro em malas até os destinatários. Os grupos que atuavam no esquema disputavam, entre si, poder e vantagens.
Desde que o caso foi revelado, 33 pessoas já foram denunciadas pela Procuradoria da República no Distrito Federal, entre elas o ex-ministro da Saúde e candidato derrotado do PT ao governo de Pernambuco, Humberto Costa, e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Segundo a PF, eles comandavam “braços” rivais do esquema.
A máfia das ambulâncias, ou das sanguessugas, por sua vez, consistia na venda de ambulâncias superfaturadas para prefeituras e órgãos públicos por meio da empresa Planam, dos empresários Luiz Antonio Vedoin e seu pai, Darci Vedoin. As ambulâncias eram pagas com dinheiro de emendas parlamentares, apresentadas por parlamentares ao Orçamento da União, que recebiam propina dos empresários.
A CPI das Sanguessugas já abriu processo de quebra de decoro parlamentar contra 67 deputados acusados de se beneficiarem do esquema. Outros três senadores são investigados por envolvimento com o caso.
O caso das sanguessugas deu origem a pelo menos mais um escândalo, o do dossiê antitucano, que tentava ligar políticos do PSDB com a máfia das ambulâncias Os documentos do suposto dossiê foram negociados com petistas pelo empresário Luiz Antonio Vedoin.
No dia 15 de setembro, na reta final do primeiro turno das eleições, a Polícia Federal prendeu os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos com R$ 1,7 milhão em um hotel de São Paulo. O dinheiro supostamente seria usado para pagar o dossiê.
http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,AA1339158-5601,00.html
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