segunda-feira, outubro 23, 2006

Segunda-feira, Outubro 23, 2006

Abel Pereira diz que não se interessou por dossiê falso dos Vedoin

Ação, suspense, extorsão, ameaças, jogo sujo, filmagem as escondidas. Este foi o cenário pintado pela família Vedoin para conseguir dinheiro fácil. Parecia filmagens de um filme da máfia russa ou chinesa. Só faltou cenas de lutas marciais, de mortes violentas, sangrentas. Mas faltou pouco. O enredo era forte, digno das grandes películas de Holliwood, com extorsões de todos os lados e sem mocinho, só bandidos. Parte deste enredo foi contado na manhã de hoje pelo empresário paulista Abel Pereira em entrevista para a imprensa sobre o malogrado dossiê que a família Vedoin tentou vender para o PT .

O cenário o filme foi todo montado pela família Vedoin, em especial pelo filho Luiz Antônio Vedoin que está preso em Cuiabá. Sem dinheiro, uma vez que sua fortuna estava bloqueada pela Justiça em virtude do envolvimento com a Máfia das Sanguessuas, Luiz, com ajuda do pai, Darci Vedoin passou a montar uma intrincada e mirabolante forma de conseguir dinheiro. Pensou nos filmes de ação e violência envolvendo máfias russas e chinesas. A arquitetação tinha tudo para dar certo não fosse a ação eficiente da Policia Federal que malogrou o final das filmagem, ou que apareceu como o mocinho da cena contra a bandidagem.

Este cenário, bem draconiano foi explicado na manhã desta segunda-feira por um dos integrantes do filme, o empresário Abel Pereira. Se dizendo completamente inocente e usado pelos Vedoim que, segundo ele, queriam extorquir dinheiro do PSDB, o empresário disse após a audiência na PF que foi usado, envolvido em uma trama que poderia até culminar com sua morte. Agradeceu a ação rápida e direta a Polícia Federal.

Durante a coletiva, Abel Pereira negou com veemência que tenha tido qualquer envolvimento com o dossiê. “Era uma trama diabólica para prejudicar partidos políticos de São Paulo”, explicou. Confirmou que conhece o prefeito de Jaciara, com tem uma amizade de 14 anos. “Tenho fazenda em Jaciara, uma cidade que não tinha nem hospital. Como sou de Piracicaba, mesma cidade do Barjas Negri – ex-ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, ele me pediu que ajudasse a conseguir recursos. Foi o que fiz. Foi a única vez que fui ao ministério”, juro.

Abel, dono de duas empreiteiras nega que tenha se beneficiado da ajuda construindo o Hospital. “A prefeitura passou para outra empreiteira. Não recebi ajuda nenhuma”, completa.

Abel Pereira disse ainda que nunca teve nenhum contato com as empresas da família Vedoin e garantiu que o dossiê apresentado é falso. “Podem quebrar meu sigilo bancário. Estou à disposição”, avisa..

Ao contar toda a história de seu envolvimento no dossiê, Abel Pereira disse ter achado estranho toda a historia. Segundo ele a família Vedoin disse que tinha documentos com informações preciosas contra o então candidato ao governo de São Paulo Aluízio Mercadante. “Ele queria vender o "documento". Queria valorizar, disse que não queria que PT soubesse. Por isso me usou para valorizar o preço do dossiê para o PT”, explicou.

Para ressaltar que a família Vedoin valorizava a venda do falso dossiê, Abel Pereira usou parte de depoimentos de Luiz Antônio Vedoin que são contraditórias. “Em um de seus depoimentos ele disse que não conhecia Expedido Veloso e Jorge Lorenzetti, que estariam envolvidos na compra do dossiê. Em outro depoimento mudou tudo. Disse que os conhecia e que eles estiveram em Cuiabá negociando a compra deste dossiê. Uma hora fala uma coisa outra hora fala outra. Usam tudo para extorquir dinheiro de outras pessoas”,completou revoltado.

Abel Pereira conta que esteve duas ou três vezes contato com Vedoim. “Eles achavam que eu tinha ligação com o PSDB, com alguém do partido. Nunca tive ligação, nunca tive envolvimento. nunca fui filiado a partido político nenhum”, ressalta.

Conta ainda que o primeiro contato com Luiz Antônio Vedoin foi em São Paulo, em agosto. “Eles me ligaram. Pediram para falar com a cúpula do PSDB, no shopping Iguatemi, em um restaurante. Disse que tinha documentação importante de políticos do PT e documentos importantes do candidato Mercadante. “Não tenho envolvimento com ninguém do PSDB. Não sou filiado ao partido, não tenho como infiltrar no assunto. Confirmei que conhecia o Barjas Negri. Mas neguei ajuda”..

O empresário continua. “Achavam que eu tinha ligação com o partido. Não me interessei, disseram que sairia uma reportagem em uma revista de duas pessoas candidatas, na revista Época. Falou de Antero (Paes de Barros, senador e candidato derrotado ao governo de Mato Grosso). Disse ainda que no dia 24 de agosto esteve em Cuiabá para tratar de assuntos pessoais e foi contato pelo Vedoin. Se hospedou no hotel Taiamã. Estava com o advogado tratando de assuntos de seu interesse. Foi contato por Luiz Antônio Vedoin que pediu para que fosse ao Posto 10, n avenida do CPA. “Fui ao posto fiquei esperando, depois de cinco minutos estava na Multicópias, ao lao do posto”. Lá Abel Pereira disse que foi surpreendido como se estivesse em um cena de filme da máfia russa ou chinesa. “Percebi que estava sendo filmado. Vi que eles estavam me usando para alguma coisa. Seu advogado, neste instante interrompe a coletiva para dizer que seu cliente poderia até morrer de forma violenta.. “Eles me filmavam através de um câmara de um computador portátil. Era um coisa terrível. Não aceitei conversar ali”, disse.

Cena encerrada, Abel Pereira revela que foi embora, passear no shopping Pantanal, quando um emissário dos Vedoin o procurou para dizer que Luiz Antônio estava dando depoimento na Polícia Federal e não poderia encontra-lo lá, se encontrando com Ronildo Medeiros em uma lanchonete à noite na avenida Rubens de Mendonça.Depois resolveu ir embora na madrugada seguinte.

Ao encerrar a coletiva, Abel disse que percebeu que estava sendo usado já em São Paulo, quando leu na imprensa sobre a prisão dos Vedoin e de integrantes do PT. Segundo ele, foi a ai que percebeu que estava sendo usado. “O pessoal do PT estava em Cuiabá no mesmo dia que eu. Os Vedoin tinham que me filmar, mostrar que estava comprando o dossiê, para conseguirem um valor mais alto do PT. Um jogo muito sujo, completou, encerrando a coletiva.

Abel é dono de uma fazenda em Jaciara desde 1999 e chegou a ser sócio de Darci Vedoin num projeto de gado leiteiro, em 2001, mas alega que a parceria não foi para frente. O advogado estranhou que o dono da Planan não tenha sido ouvido, até agora, no inquérito. Ele negou que seu cliente tivesse tentado comprar o dossiê por R$ 10 milhões, conforme consta do inquérito. Abel teria viajado para Cuiabá a fim de tratar dessa compra. "Se ele tivesse oferecido R$ 10 milhões, por que iriam vender ao PT por menos de R$ 2 milhões?", questiona o advogado. Segundo Pannunzio, o empresário esteve em Cuiabá no mês de setembro para tratar de negócios da fazenda, como faz todos os meses.

." A empresa de Abel Pereira venceu licitação no valor de R$ 550 mil para ampliar um hospital em Jaciara, próximo de Cuiabá, no final da gestão de Negri. O dinheiro foi repassado pelo Ministério à prefeitura da cidade.

http://portalmidiapetista.blogspot.com/2006/10/abel-pereira-diz-que-no-se-interessou.html

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