Postado por Mauro Malin em 21/10/2006 às 8:38:26 AM
Observatório da Imprensa
É um escândalo jornalístico que o Estado de S. Paulo tenha conseguido esconder na página 7 do caderno "Metrópole" (entre aspas, porque não fez jus ao nome) a repressão, pela Polícia Militar, de uma manifestação em defesa da vida feita por universitários na Avenida Sumaré, São Paulo, ontem à noite. Uma estudante havia sido atropelada por um motoqueiro. Os estudantes dizem ter enviado 87 ofícios à Prefeitura para pedir um sinal luminoso ou a construção de uma passarela nesse ponto da alucinada avenida. Mas a lógica da Prefeitura é malufista. Desde bem antes do advento de Paulo Maluf, diga-se de passagem. Maluf é que se encaixou no figurino.
A Folha de S. Paulo deu o assunto na primeira página, abaixo da dobra, mas com destaque. No caderno Cotidiano, o assunto ocupou a capa e a página 3. Com direito a: reportagem principal, mapa do local, três fotos expressivas, reportagem secundária, um box com recapitulação de outro episódio de violência policial na mesma avenida e outro com a palavra oficial da Polícia. Trabalho de três repórteres e um repórter fotográfico.
Também deram o assunto na primeira página o Agora São Paulo - abaixo da dobra, mas com direito a foto -, o Jornal da Tarde (chamada de três linhas, no pé) e o Diário de S. Paulo (idem). Até o Globo reproduziu, na página 17 do primeiro caderno, a reportagem e a foto do Diário de S. Paulo.
O Estadão reduziu o fato a um quadrado de nove centímetros e meio com uma foto ininteligível e um texto de dez linhas.
Se o Estadão fica a cinco quilômetros do local do conflito, é muito. A Avenida Sumaré é o caminho para o Estadão, a partir da Zona Oeste e da Zona Sul de São Paulo.
A reportagem e os editores do Estadão tiveram um fim de semana antecipado. Começou na tarde de sexta-feira.
Em tempo: a Agência Estado também estava dormindo. Não deu nada sobre o assunto. Idem quanto a Globo Online e IG. O Terra deu o assunto às 5h32 desta manhã de sábado. A Folha Online, às 7h10. Agora existe um portal G1, das Organizações Globo. Pretende-se competente. O melhor que conseguiu foi encaixar-se entre o Terra e a Folha Online: a notícia entrou às 6h23, um bom tempo depois da chegada dos jornais às bancas.
E depois dizem que o online vai matar os jornais. Por enquanto, só se for matar de rir, ou de chorar.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/blogs.asp?id_blog=4&id={7F49ED2C-75A1-47DB-95EE-33212EC43006}
É um escândalo jornalístico que o Estado de S. Paulo tenha conseguido esconder na página 7 do caderno "Metrópole" (entre aspas, porque não fez jus ao nome) a repressão, pela Polícia Militar, de uma manifestação em defesa da vida feita por universitários na Avenida Sumaré, São Paulo, ontem à noite. Uma estudante havia sido atropelada por um motoqueiro. Os estudantes dizem ter enviado 87 ofícios à Prefeitura para pedir um sinal luminoso ou a construção de uma passarela nesse ponto da alucinada avenida. Mas a lógica da Prefeitura é malufista. Desde bem antes do advento de Paulo Maluf, diga-se de passagem. Maluf é que se encaixou no figurino.
A Folha de S. Paulo deu o assunto na primeira página, abaixo da dobra, mas com destaque. No caderno Cotidiano, o assunto ocupou a capa e a página 3. Com direito a: reportagem principal, mapa do local, três fotos expressivas, reportagem secundária, um box com recapitulação de outro episódio de violência policial na mesma avenida e outro com a palavra oficial da Polícia. Trabalho de três repórteres e um repórter fotográfico.
Também deram o assunto na primeira página o Agora São Paulo - abaixo da dobra, mas com direito a foto -, o Jornal da Tarde (chamada de três linhas, no pé) e o Diário de S. Paulo (idem). Até o Globo reproduziu, na página 17 do primeiro caderno, a reportagem e a foto do Diário de S. Paulo.
O Estadão reduziu o fato a um quadrado de nove centímetros e meio com uma foto ininteligível e um texto de dez linhas.
Se o Estadão fica a cinco quilômetros do local do conflito, é muito. A Avenida Sumaré é o caminho para o Estadão, a partir da Zona Oeste e da Zona Sul de São Paulo.
A reportagem e os editores do Estadão tiveram um fim de semana antecipado. Começou na tarde de sexta-feira.
Em tempo: a Agência Estado também estava dormindo. Não deu nada sobre o assunto. Idem quanto a Globo Online e IG. O Terra deu o assunto às 5h32 desta manhã de sábado. A Folha Online, às 7h10. Agora existe um portal G1, das Organizações Globo. Pretende-se competente. O melhor que conseguiu foi encaixar-se entre o Terra e a Folha Online: a notícia entrou às 6h23, um bom tempo depois da chegada dos jornais às bancas.
E depois dizem que o online vai matar os jornais. Por enquanto, só se for matar de rir, ou de chorar.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/blogs.asp?id_blog=4&id={7F49ED2C-75A1-47DB-95EE-33212EC43006}
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